Thurel classifica as lesões traumáticas da medula e raízes, de acordo com a época de aparecimento e caracteres evolutivos dos sintomas, em lesões imediatas, subordinadas à violência do agente vulnerante, com evolução mais ou menos regressiva, e lesões tardias, de evolução progressiva. Distingue três mecanismos patogênicos para as lesões imediatas: 1 -Ferimentos; 2 -Estiramento e arrancamento radiculares; 3 -Comoção-contusão. Neste último grupo, os termos foram associados não por ecletismo ou hesitação na escolha do mecanismo a ser incriminado, mas porque ambos se completam e ao primeiro, em geral, sucede-se o segundo; além da falta de uniformidade dos conceitos, entre comoção e contusão só existem diferenças de grau. Na parte clínica, o A. estuda as síndromes medulares e da cauda eqüina, separadamente, em vista de diferirem as indicações terapêuticas. Entre as primeiras, põe em relevo a síndrome do estiramento e arrancamento das raízes motoras, pois, sendo as raízes anteriores mais curtas e mais tensas que as posteriores, as inclinações e torsões .bruscas do tronco e cabeça seriam suficientes para acarretar estiramentos e arrancamentos que explicariam as síndromes pura ou preponderantemente motoras. Nas indicações terapêuti-cas, adota atitude conservadora para as lesões imediatas, excetuando os casos de cauda eqüina, nos quais a cirurgia, pela remoção de restos necróticos e esquírulas, favorece a regeneração das fibras radiculares. A seguir, o A. estuda as complicações tardias, em cujo substrato encontram-se, freqüentemen-te, os deslocamentos vertebrais, que podem sofrer acentuação secundária ou acarretar reações irritativas de vizinhança. Passa em revista os corpos estranhos (que sempre devem ser extirpados)., as luxações vertebrais (curadas com simples laminectomias), a moléstia de Kümmel-Verneuil e outras eventualidades.Parte importante do livro é dedicada à ciática traumática, cuja patogenia é atribuída exclusivamente à hérnia do disco intervertebral. Thurel põe em relevo, na exploração mielográfica contrastada, a radiculografia lombosacra, preconizando o enchimento do fundo-de-saco durai com lipiodol fluido (cerca de 10 cc), com o que é atingido o limite dos discos L<-LB; verificou, assim, a penetração do contraste nas raízes e mesmo nos nervos, após alguns dias. Radiografando em decúbito dorsal, de frente e perfil, analisa as imagens lacunares e a falta de penetração do lipiodol no orifício da bainha radicular tamponado pela massa herniária. Basta, porém, que a hérnia seja lateral ou que o fundo-de-saco seja afilado, para que não se visualize a imagem lacunar. Entretanto, a oclusão do orifício da bainha radicular ou o acotovelamento da própria raiz são obrigatórios. Este método foi empregado em 250 casos de ciática; em todos os 124 pacientes que apresentavam sinais lacunares e radiculográficos, foi verificada, cirurgicamente, a presença de
Na primeira parte deste livro, são malisados os quadros anátomo-patoló-gicos e a patogenia da comoção cerebral, das hemorragias cerebrais e subaracnóideas, do edema, dos hematomas extra e subdurals, do pneumocele intracraniano, das complicações infecciosas e da encefalopatia traumática crô-nica. Evitando deHnições, o A. julga que a comoção pode ser explicada "por déficit da circulação cerebral, com origem numa vasodilatação paralí tica dos pequenos vasos, por inibição do tono vasomotor periférico, cujos elementos se acham nas paredes dos vasos." e, no capítulo seguinte, ao estudar as hemorragias subaraenóideas e cerebrais, cujo quadro anátomo-patoló-gico descreve minuciosamente, as considera como substrato tardio das lesões da comoção cerebral. Portanto, Thurel conceitua a comoção cerebral de modo diferente daquele adotado por outros autores, para os quais comoção cerebral seria a inibição abrupta e temporária da consciência, motricidade e sensibilidade, conseqüente às lesões traumáticas, e cujo quadro anatomopatológico ainda não foi possível isolar com os meios atuais de pesquisa. O
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