Resumo: Este artigo apresenta resultados parciais de um estudo realizado em uma escola de educação de jovens e adultos da rede municipal de São Paulo, com o propósito de verificar possíveis razões para a sobrepresença de rapazes negros e pobres nessa modalidade de ensino. Os conceitos de juventude(s), masculinidade(s), raça, racismo e gênero, pensados de forma articulada, orientaram a análise. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas, coletivas e individuais, com estudantes condizentes com esse perfil, tendo em vista acessar símbolos culturais que possivelmente estruturaram masculinidades em sua relação com o rendimento escolar. A análise revela que muitos compartilhavam significados de gênero condizentes com o que esperavam ser o modelo mais aceitável de ser homem nas escolas. O estudo constata também que rapazes negros compartilhavam um padrão marginalizado, em função das contradições envolvidas em sua corporeidade, enquanto símbolo e fonte de expressão de masculinidade.
Palavras-chave: gênero, raça, juventude(s).Abstract: This article presents the results of a study in a youth and adult education school in the city of São Paulo, in order to identify possible reasons for the major presence of black and poor boys in this type of education. The concepts of youth(s), masculinity(ies), race, racism and gender, designed in an articulated manner, guided the analysis. Semi-structured, collective and individual interviews were conducted with students consistent with this profile in order to access cultural symbols that possibly structured masculinity in its relationship with academic achievement. The analysis reveals that many shared gender meanings consistent with what was expected to be the most acceptable model of masculinity in schools. The study also finds that black boys shared a marginalized standard, depending on the contradictions involved in his corporeality, as a symbol and source of masculinity expression.Este é um artigo de acesso aberto, licenciado por Creative Commons Atribuição 4.0 International (CC BY 4.0), sendo permitidas reprodução, adaptação e distribuição desde que o autor e a fonte originais sejam creditados.