O projeto "Vivendo o SUS", realizado com a participação dos alunos do primeiro ano do curso de Medicina da PUC/SP, visou introduzir os estudantes no contexto das ações do sistema público de saúde e suas relações com a população local, no município de Sorocaba. Posteriormente, com a reforma curricular do curso de Medicina, foi construído o Módulo de Prática em Atenção à Saúde (PAS), com desenvolvimento nos seis anos do curso. A realização desse projeto foi importante para estimular e nortear o processo de mudança curricular, por meio da execução de uma atividade que propiciou exercícios de reflexão sobre a experiência vivenciada pelo estudante de Medicina, estimulando a percepção de situações como o cuidado e a organização do processo de trabalho na atenção básica, as relações na equipe de saúde e as informações como ferramentas para o planejamento. Atualmente, o ensino médico, inserido no espaço da Atenção Básica, contribui na produção de conhecimentos para o aprimoramento do sistema de saúde local e, intervindo na realidade, forma um profissional mais habilitado e comprometido com a comunidade.
A problematização, quando realizada na comunidade, potencializa a interação com a realidade. Um tema que pode ser destacado na prática da atenção primária é o diagnóstico precoce. O objetivo do presente trabalho é relatar uma experiência de problematização com o segundo ano de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba. Foi realizado um estudo transversal no período de agosto a setembro de 2004 nos bairros onde está implantado o Programa Saúde da Família (PSF). Utilizou-se o Self Report Questionnaire-20 (SRQ-20) como instrumento de rastreamento dos Transtornos Mentais Comuns (TMC). Também foram obtidas informações sociodemográficas e de co-morbidade. Os resultados foram apresentados à Prefeitura para a definição da intervenção. Realizadas as entrevistas com 184 indivíduos, a prevalência de TMC foi de 35,3%, havendo diferença significante na prevalência segundo idade, co-morbidade, renda per capita, bairro e escolaridade. A estratégia de intervenção proposta dividiu-se em individual e coletiva, consistindo na referência dos possíveis portadores de TMC para consulta, terapia comunitária e trabalho em promoção à saúde. O trabalho realizado se mostrou uma eficaz metodologia de ensino. Os alunos entraram em contato com uma realidade social díspar da sua, que os conduziu a reflexões úteis na sua formação humana e acadêmica.
Comparam-se a proporção e as características dos atendimentos efetuados às vítimas de violência sexual, do período anterior com o posterior à implantação do Protocolo de Ações Integradas em Atendimento à Vítima de Violência Sexual, envolvendo as áreas de Saúde e Segurança Pública, no Conjunto Hospitalar de Sorocaba - SP. Procedeu-se à pesquisa dos dados registrados nas fichas epidemiológicas das pessoas atendidas entre abril de 2003 e março de 2004, pelo prazo de seis meses em cada período, analisando-se características das vítimas, grau de relacionamento com o agressor e indicação de profilaxia medicamentosa para Doenças Sexualmente Transmissíveis. Nas 211 notificações, observou-se atendimento quatro vezes maior após a implantação dessa integração, com predomínio de vítimas do sexo feminino e de idade inferior a 18 anos, em ambos os períodos. Os encaminhamentos de Delegacias e Conselhos Tutelares aumentaram significativamente no segundo período, no qual, agressores conhecidos apresentaram maior freqüência, possibilitando o conhecimento dos resultados das respectivas sorologias anti-HIV , e, como decorrência, a interrupção do uso da profilaxia anti-retroviral por parte das vítimas, no caso de resultado negativo. Concluiu-se que a integração entre os setores de Saúde e de Segurança Pública é fundamental para que vítimas de violência sexual recebam atendimento na área de Saúde o mais precoce possível, tendo o foco voltado à prevenção de seqüelas que ameacem a sua integridade física e emocional. Essa ação conjunta possibilita a identificação mais rápida do agressor, conhecimento do resultado da sorologia anti-HIV, e, conseqüentemente, para a vítima, a redução do uso da quimioprofilaxia anti-retroviral.
RESUMO Introdução A Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde (FCMS) da PUC/SP campus Sorocaba (SP) iniciou, em 2006, uma reforma curricular do curso de Medicina e um novo projeto pedagógico baseado nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina de 2001 (DCN). Nesta organização curricular, a Prática em Atenção à Saúde é um módulo horizontal com seus eixos desenvolvidos do primeiro ao sexto ano, realizado em vários cenários de prática, mas priorizando a atenção primária à saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) e tendo a aprendizagem baseada na prática e a problematização como estratégias centrais de ensino-aprendizagem. Objetivo Avaliar se o aluno de Medicina no final do curso e o recém-egresso se julgam preparados para atuar na atenção primária à saúde, identificando os pontos positivos e negativos da sua formação de modo a propor os ajustes necessários no sentido de contribuir para o aprimoramento do curso de Medicina e da formação dos egressos da FCMS da PUC/SP. Métodos Questionário com quatro questões abertas e cinco de múltipla escolha em escala Likert, respondido por 66 internos e oito recém-formados. Resultados Mais de 70% dos participantes se sentem bem preparados ou muito bem preparados para atuar na atenção primária como generalistas, de maneira humanista, crítica e reflexiva, com competências para desenvolver ações de prevenção, promoção e reabilitação de saúde, de acordo com as DCN e a hierarquização do SUS e valorizando o trabalho multiprofissional. Foram considerados pontos positivos: a inserção do aluno na atenção primária desde o início do curso, favorecendo a humanização da relação médico–paciente, e o conhecimento e manejo das doenças mais prevalentes. Os pontos mais negativos relatados foram: pouco atendimento médico ao longo do módulo, visitas domiciliares sem a presença dos preceptores e desvalorização da atenção primária à saúde na vida profissional. Conclusões Os internos ao final do curso e recém-egressos do curso de Medicina da FCMS da PUC/SP se sentem preparados e seguros para atuar na atenção primária à saúde do SUS da forma preconizada nas DCN e oferecem sugestões críticas para melhorar o ensino/aprendizagem neste cenário.
Editorial sobre o artigo original: Drumond EF, Machado CJ, Salles PGO. Análise de confiabilidade da causa básica e associadas de morte. Rev Fac Ciênc Méd Sorocaba. 2019;21(4):X-X. DOI: 10.23925/1984-4840.2019v21i4a7
Objetivos: Avaliar percepções sobre sexualidade, implicações da gravidez na adolescência, suas consequências e responsabilidades, propiciando identificar e refletir sobre os fatores contributivos e desdobramentos ocasionados pela maternidade e paternidade precoces. Metodologia: Trata-se de estudo transversal descritivo. As informações foram obtidas através da aplicação de questionários sobre o conhecimento e dos fatores contribuintes para a gravidez precoce, segundo jovens estudantes no município de Sorocaba. Resultados: A pesquisa foi realizada em cinco escolas públicas, totalizando 233 alunos. Com relação à sexualidade, a métodos contraceptivos e à gravidez, evidenciou-se que 22,6% dos adolescentes buscam conhecimento na família, enquanto 10,6% buscam com médicos. Em termos percentuais, 64,4% das meninas e 70,5% dos meninos tiveram a primeira relação entre 15 e 17 anos, dos quais 64,8 e 22,8%, respectivamente, fazem pouco uso do preservativo masculino, ou não o fazem. Ademais, 89 e 92% destes consideram a gravidez na adolescência prejudicial para sua formação biopsicossocial. A precocidade da menarca, das relações sexuais e o desconhecimento sobre métodos contraceptivos podem propiciar uma gestação indesejada. Aspectos próprios da adolescência os expõem a esse risco e às infecções sexualmente transmissíveis. O papel da família, dos profissionais da saúde e dos educadores é de fundamental importância, cuja orientação e diálogo, desprovidos de julgamento, impactam vigorosamente nas escolhas dos jovens. Conclusão: A ação conjunta de educadores e profissionais da saúde amplia o conhecimento dos jovens sobre educação sexual, de modo que os programas de saúde oferecidos pelo SUS sejam eficazes na prevenção de infecções sexualmente transmissíveis e da gestação precoce.
No setor da saúde, as informações obtidas são utilizadas para orientar a tomada de decisões, sendo importantes na compreensão e na avaliação do fluxo assistencial para a manutenção da saúde, assim como no acompanhamento do evoluir dos problemas relacionados aos pacientes, nas suas doenças e na morte. Mesmo quando temos acesso a informações pertinentes e confiáveis, ainda assim temos a possibilidade da incerteza, do erro sistemático e do erro aleatório. Em geral, as informações são relevantes para nortear o processo decisório das políticas de saúde e ações de controle das doenças.É necessário refletir sobre a informação obtida, que agregada ao conhecimento, a valores, a interpretações pró-prias e ainda, a saberes, como partes integrantes que permitem o apropriar, o experimentar, o mudar para reelaborar conceitos, no fluxo de associação aos processos de aprendizado, que por sua vez dependem de contexto, para convergir, assimilar e replicar na sociedade. Assim, reafirma-se a correlação entre dado, conhecimento e informação, formando uma composição harmônica com as vivências e diversidades contextuais. Pode-se ainda dizer que, diferentemente da informação, o conhecimento não pode ser descrito e não depende somente da interpretação pessoal, como a informação, pois requer vivência e assimilação de conhecimento.Nesse contexto, avaliações da mortalidade segundo causas de morte são úteis para o acompanhamento da situação de saúde das populações e o adequado planejamento de ações de saúde. Avaliações sistemáticas das estatísticas de mortalidade possibilitam a identificação do perfil epidemiológico, contribuindo assim para a tomada de decisões com vistas à melhoria da saúde da população.Atualmente, os dados acerca da mortalidade da população brasileira são produzidos tanto pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) quanto pelo Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, implantado no país em 1975. O SIM, apesar de representar a principal fonte de dados a respeito de mortalidade no Brasil, com visível aumento anual de sua abrangência, enfrenta obstáculos para melhorar a qualidade dos seus dados, principalmente em razão do preenchimento inadequado do seu documento padrão: a declaração de óbito (DO), que é o documento base do SIM, utilizado pelos cartórios para emissão da certidão de óbito. Tendo em vista que a DO constitui o instrumento padronizado pelo Ministério da Saúde para a coleta de dados de mortalidade no Brasil pelo SIM, é importante a realização de estudos que possam contribuir para o aprimoramento de seu preenchimento, com os consequentes reflexos no que concerne à consistência das informações sobre a mortalidade no país.Aspecto que nos remete ao artigo publicado nesta edição intitulado "Causas múltiplas de óbitos relacionados ao HIV/AIDS nas capitais das regiões Sul e Sudeste do Brasil, 2011". Os autores propõem a aplicação de indicadores para gerar ganho de informações por meio da revisão das causas múltiplas no atestado de óbito, e não somente pela causa bá-sica do óbi...
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