Resumo: Partindo dos pressupostos: escola é (ou deveria ser) a principal instituição social responsável pela formação e emancipação do leitor; e ensino de literatura não deve crivar-se, exclusivamente, no estudo de características de escolas literárias; propomo-nos refletir sobre a necessidade de uma didática com a leitura que oportunize tempo e espaço para a obra literária na escola, que proporcione a construção de sentido e a reabilitação da pessoa do leitor na interlocução com o texto. Desta maneira, este texto, em uma perspectiva qualitativa, tem como objetivo analisar como a experimentação didática comitê de leitura pode propiciar o advento do sujeito leitor críticoque vai à escola, mas não frequenta as aulas de língua portuguesa no ensino médiono leitor escolar.Palavras-chave: leitura literária; ensino médio; comitês de leitura; formação de leitor.
Este artigo pretende apresentar os resultados de um trabalho que articulou leitura e escrita literárias desenvolvido com alunos do Ensino Médio a partir dos contos A moça tecelã e Para que ninguém a quisesse, de Marina Colasanti. Fundamentada no caráter humanizador da literatura, tal como elaborado por Antonio Candido (2015), essa proposta possibilitou aos alunos tanto autonomia, legitimação dos seus posicionamentos de autores e estabelecimento de relações entre autoria feminina e representações femininas patentes na sociedade contemporânea pela voz de Marina Colasanti - que, numa ótica contra-hegemônica, evidencia tanto a violência simbólica quanto a emancipação e o autoconhecimento feminino.
Este trabalho interessa-se por conhecer as obras literárias lidas por estudantes do ensino médio de uma instituição pública de ensino técnico, a partir da biblioteca escolar. No contexto desta pesquisa, propõe-se uma investigação das práticas de leitura literária a partir das obras retiradas pelos alunos do IFES/Campus de Alegre do acervo da biblioteca escolar no contexto contemporâneo de novos suportes, de diversidade de produção e da indústria cultural. Para isso, este estudo dialogará com os conceitos de leitura literária, produção de sentido, comunidade de leitores e mediação nas perspectivas da História Cultural e nas contribuições de Roger Chartier para o estudo do livro e da leitura.
Este artigo é um recorte dos resultados produzidos por meio da pesquisa de mestrado “Práticas e representações de leitura literária no Ifes/Campus de Alegre: uma história com rosto e voz”. A pesquisa investigou como a leitura literária acontece nessa escola de ensino técnico, mapeando em qual contexto leitor o grupo social dos alunos dessa instituição está inserido, quais são suas práticas e representações de leitura. Para isso, a investigação dialogou com o trabalho do historiador francês Roger Chartier e os princípios epistemológicos da História Cultural, no que se refere à história do livro, da leitura e da literatura. No desenvolvimento do trabalho, foram realizadas pesquisas bibliográfico-documental e de campo, em perspectiva qualitativa, utilizando o método dedutivo. Considerando o princípio de que toda realidade cultural é construída nas relações existentes entre os grupos sociais, constatou-se a existência de uma prática de leitura que se desvencilha do trabalho com leitura de literatura em sala de aula. Foram identificadas, ainda, as modalidades partilhadas de ler das comunidades de leitores presentes no contexto estudado: percebemos que as principais vias de acesso e as formas de aquisição do objeto cultural (livro de literatura) acontecem por meio de empréstimos e trocas entre os próprios alunos e constatamos que seus pares são os principais mediadores da leitura literária existente nesse espaço. Os resultados presentes neste trabalham nos oportunizam pensar em como intervir no contexto de formação do leitor de literatura em uma escola de ensino médio.Palavras-chave: Leitura Literária. Ensino Médio. Práticas e Representações.Clandestine literary readings in the context of a capixaba technical schoolABSTRACTThis article is a summary of the results produced through the masters research "Practices and representations of literary reading in Ifes / Campus de Alegre: a history with face and voice". The research investigated how the literary reading happens in this technical school, mapping in which reader context the social group of the students of this institution is inserted, what are their practices and representations of reading. To this end, the research was a dialogue with the work of the French historian Roger Chartier and the epistemological principles of Cultural History in the history of books, reading and literature. In the development of the work, bibliographical-documental and field research were carried out, in a qualitative perspective, using the deductive method. Considering the principle that all cultural reality is built in the existing relations between social groups, it was verified the existence of a practice of reading that gets rid of work with reading literature in the classroom. We also identified the shared modalities of reading from the communities of readers present in the context studied: we perceive that the main access routes and the forms of acquisition of the cultural object (literature book) happen through loans and exchanges between the students themselves And we find that their peers are the main mediators of literary reading in this space. The results present in this work allow us to think about how to intervene in the context of the formation of the literary reader in a high school.Keywords: Literary Reading. High school. Practices and Representations.Lecturas literarias clandestinas en el contexto de una escuela técnica capixabaRESUMENEste artículo es un recorte de los resultados producidos por medio de la investigación de maestría "Prácticas y representaciones de lectura literaria en el Ifes / Campus de Alegre: una historia con rostro y voz". La investigación investigó cómo la lectura literaria ocurre en esa escuela de enseñanza técnica, mapeando en qué contexto lector el grupo social de los alumnos de esa institución está inserto, cuáles son sus prácticas y representaciones de lectura. Para ello, la investigación dialogó con el trabajo del historiador francés Roger Chartier y los principios epistemológicos de la Historia Cultural, en lo que se refiere a la historia del libro, de la lectura y de la literatura. En el desarrollo del trabajo, se realizaron investigaciones bibliográficas-documental y de campo, en perspectiva cualitativa, utilizando el método deductivo. Considerando el principio de que toda realidad cultural se construye en las relaciones existentes entre los grupos sociales, se constató la existencia de una práctica de lectura que se desprende del trabajo con lectura de literatura en el aula. Se identificaron, además, las modalidades compartidas de lectura de las comunidades de lectores presentes en el contexto estudiado: percibimos que las principales vías de acceso y las formas de adquisición del objeto cultural (libro de literatura) ocurren por medio de préstamos e intercambios entre los propios alumnos y constatamos que sus pares son los principales mediadores de la lectura literaria existente en ese espacio. Los resultados presentes en este trabajo nos permiten pensar en cómo intervenir en el contexto de formación del lector de literatura en una escuela secundaria.Palabras clave: Lectura Literaria. Enseñanza Media. Prácticas y Representaciones.
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