Resumo: A obra de Primitivo Moacyr se insere em um quadro de complexidade política, social e educacional presente nas décadas de 1930 e 1940 do século XX no Brasil. Entre 1936 e 1942, dedicou-se à escrita educacional de quinze livros tratando da educação brasileira no período imperial e republicano até os anos de 1930 e mais dois trabalhos apresentados em congressos organizados pelo Instituto Histórico e Geográ-fico Brasileiro -IHGB. Apontamos elementos que acusam a intencionalidade da produção historiográfica moacyrniana na efetivação de um modus operandi de se fazer história da educação no Brasil articulada à condição científica aplicada à educação pelos escolanovistas. Nossa análise pautou-se sobre as condições de produção, circulação e apropriação das mesmas no cenário brasileiro. Inscrita numa historiografia próxima da corrente valorizada pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e apadrinhada por instituições como a Companhia Editora Nacional e o Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos -INEP compreendemos que a produção bibliográfica de Primitivo Moacyr respondeu a um propósito estimulado por aqueles com os quais convivia intelectualmente e, pela percepção do interesse que poderia promover a divulgação de uma coletânea de documentos organizados, sistematizados, sobre as ações estatais em prol da educação brasileira. Um historiador que estava atualizado com a concepção historiográfica predominante em sua época -a história documental -, como também um precursor no campo da história da educação brasileira ao dar visibilidade à profusa e inoperante legislação educacional.Palavras-chave: Primitivo Moacyr; História da educação brasileira; historiografia.
RESUMO O semanário O Arquidiocesano, periódico da Arquidiocese de Mariana (MG), circulou entre 1959 e 1991 com tiragem anual de 6.000 exemplares. Dos objetivos do jornal constam o de “cuidar da vida religiosa das Paróquias”. O periódico adentrou os campos sociais incluindo a escola. É possível perceber a educação como tema recorrente no que tange à formação cristã como a preocupação com a chegada da televisão no interior dos lares e a campanha contra o comunismo. De 1962 a 1989 somam-se 61 artigos com o tema “escola”, que passa a ser objeto de análise, sobretudo no que concerne à presença da fé católica no sistema público. Os artigos foram assinados por membros da hierarquia da Igreja e paroquianos convidados. O corpus de pesquisa são as edições que tratam da educação escolar. Selecionamos os artigos que abordam a escola e a família e destacamos a visão da igreja sobre a instituição escolar como colaboradora na formação humana consoante à difusão dos princípios cristãos. Se o futuro da criança é cristão, faz sentido a escolha dos pais pela escola católica guiada pela professora na mesma fé. Fica clara a equação: família cristã é igual a escola cristã. Podemos finalizar com a assertiva de que O Arquidiocesano vela pela população católica para além do espaço físico das igrejas ou dos sermões por meio do controle da tríade família, escola e professora.
Desenhar as ações educativas implementadas pela Câmara Municipal de Mariana nas primeiras décadas republicanas tomando o conceito de município pedagógico delineado por Justino Magalhães é o mote desse artigo, considerando a autonomia e a responsabilidade das câmaras indicadas pela Constituição Federal e de Minas Gerais, ambas de 1891. A documentação do Arquivo Histórico da Câmara Municipal informa sobre a construção e a manutenção de escolas, contratação e pagamento dos professores, a compra e distribuição de materiais didáticos destinados aos alunos pobres. Ficou evidenciada a faceta pedagógica do município de Mariana, visível no cumprimento da lei e em ações no âmbito da intermunicipalidade, por vezes limitada pelos recursos financeiros.
Este estudo tem como objetivo delinear a presença e as práticas da disciplina de Educação Moral e Cívica (EMC) no Grupo Escolar Dom Benevides, em Mariana/Minas Gerais (MG), em consonância com o Decreto- Lei nº 869, de 1969. Ao delinear a educação praticada no período da ditadura civil-militar, inserimos a trajetória legal da implantação da disciplina EMC como obrigatória no ensino primário e secundário. Privilegiamos a documentação existente no acervo do Grupo Escolar Dom Benevides, em especial o Livro de Ata de Reunião (1970-1975), no qual encontramos registros das práticas pedagógicas, do cotidiano escolar e das ações dirimidas pela direção em torno da disciplina. A fonte selecionada permitiu identificar trâmites e dificuldades na implementação desse conteúdo, considerando, de um lado, a propositura legal e, do outro, os limites da própria escola, tais como a (in)disposição do professorado diante de mais uma tarefa, gerando ora acomodação, ora resistência. Deduzimos que o cumprimento com a obrigatoriedade da disciplina de EMC, presente na legislação, se deu com a realização dos festejos de datas cívicas que extrapolavam o espaço escolar, permitindo ao civismo e patriotismo atingirem os marianenses. Os resultados da pesquisa fortalecem o princípio das singularidades institucionais, construídas pelas relações estabelecidas entre os sujeitos que compõem a instituição e a sociedade com a qual convivem.
RESUMO Este trabalho tem por intuito apresentar reflexões sobre a crônica fúnebre de Afonso D’Escragnolle Taunay sobre Primitivo Moacyr, publicada no Jornal do Commercio em outubro de 1942. Problematizamos o texto como objeto histórico nos debruçando sobre as condições e hipóteses inspiradas pela leitura. A crônica é entendida como produto, lugar de memória e como objeto impresso circunscrito à cultura material brasileira, sendo assim, colabora com a compreensão da relação da escrita com a memória e dialoga com o espaço no qual circulou e fora lida, atuando como discurso de verdade e podendo modificar, historicamente, as referências que os sujeitos possuem do passado. A crônica de Taunay contribui para o entendimento das redes de sociabilidades, dos valores incutidos no contexto e do que sabiam e pensavam sobre o protagonista. A existência de tal escrito ilumina o lugar de Moacyr como intelectual na produção das pesquisas sobre a história da educação brasileira.
Este estudo tem como objetivo delinear a presença e as práticas da disciplina de Educação Moral e Cívica (EMC) no Grupo Escolar Dom Benevides, em Mariana/Minas Gerais (MG), em consonância com o Decreto- Lei nº 869, de 1969. Ao delinear a educação praticada no período da ditadura civil-militar, inserimos a trajetória legal da implantação da disciplina EMC como obrigatória no ensino primário e secundário. Privilegiamos a documentação existente no acervo do Grupo Escolar Dom Benevides, em especial o Livro de Ata de Reunião (1970-1975), no qual encontramos registros das práticas pedagógicas, do cotidiano escolar e das ações dirimidas pela direção em torno da disciplina. A fonte selecionada permitiu identificar trâmites e dificuldades na implementação desse conteúdo, considerando, de um lado, a propositura legal e, do outro, os limites da própria escola, tais como a (in)disposição do professorado diante de mais uma tarefa, gerando ora acomodação, ora resistência. Deduzimos que o cumprimento com a obrigatoriedade da disciplina de EMC, presente na legislação, se deu com a realização dos festejos de datas cívicas que extrapolavam o espaço escolar, permitindo ao civismo e patriotismo atingirem os marianenses. Os resultados da pesquisa fortalecem o princípio das singularidades institucionais, construídas pelas relações estabelecidas entre os sujeitos que compõem a instituição e a sociedade com a qual convivem.
Este estudo tem como objetivo delinear a presença e as práticas da disciplina de Educação Moral e Cívica (EMC) no Grupo Escolar Dom Benevides, em Mariana/Minas Gerais (MG), em consonância com o Decreto- Lei nº 869, de 1969. Ao delinear a educação praticada no período da ditadura civil-militar, inserimos a trajetória legal da implantação da disciplina EMC como obrigatória no ensino primário e secundário. Privilegiamos a documentação existente no acervo do Grupo Escolar Dom Benevides, em especial o Livro de Ata de Reunião (1970-1975), no qual encontramos registros das práticas pedagógicas, do cotidiano escolar e das ações dirimidas pela direção em torno da disciplina. A fonte selecionada permitiu identificar trâmites e dificuldades na implementação desse conteúdo, considerando, de um lado, a propositura legal e, do outro, os limites da própria escola, tais como a (in)disposição do professorado diante de mais uma tarefa, gerando ora acomodação, ora resistência. Deduzimos que o cumprimento com a obrigatoriedade da disciplina de EMC, presente na legislação, se deu com a realização dos festejos de datas cívicas que extrapolavam o espaço escolar, permitindo ao civismo e patriotismo atingirem os marianenses. Os resultados da pesquisa fortalecem o princípio das singularidades institucionais, construídas pelas relações estabelecidas entre os sujeitos que compõem a instituição e a sociedade com a qual convivem.
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