EDITORIALO auge do período do pensamento ocidental, conhecido como modernidade, é denominado de iluminismo, conceito que sintetiza o modo de pensar e de agir que dominou o séc. XVIII: iluminar, lançar as luzes da ciência e do conhecimento sobre o mundo para tornarmos este um mundo melhor. Esse período é marcado por um grande otimismo social: mediante o uso da razão, da ciência e do engajamento político-social, seria somente uma questão de tempo para que a ignorância e o irracionalismo desaparecessem. A ciência traria o progresso para a sociedade e a construção de um mundo melhor, sem guerras, sem fome, sem doenças, sem injustiças, sem o mal… É por volta de 1930 e 1940 que filósofos, sociólogos e psicólogos de procedências distintas começam a questionar esses ideais iluministas. O contexto de ascensão do nazismo, as duas grandes guerras mundiais, a crise econômica de 1929, a revolução russa e toda a sua matança abalam nossa confiança no racionalismo como único guia em direção a uma sociedade mais justa e entende-se que mesmo a razão pode nos levar a caminhos obscuros; o conhecimento e a ciência também se colocam à serviço da morte e da crueldade e se compreende que "o nazismo não é um acidente de percurso em nossa história, ele é a realização de um ideal iluminista, ele é a face obscura da modernidade". Civilização não é sinônimo imediato de progresso e percebe-se que os avanços culturais e tecnológicos não cumpriram suas promessas de bem-estar e justiça social. Em suma, a razão científica avançada não serve para lidar com as pulsões humanas mais elementares, aquelas ligadas à agressividade e à destrutividade. Neste sentido, as origens do mal estar social não estaria tanto em um conflito entre os desejos do indivíduo e as renúncias necessárias para se viver em sociedade, mas nessa destrutividade humana que resiste e persiste.Desde Freud, o mal estar apresenta-se como um importante dispositivo analítico para compreendermos nossa civilização. Que mundo é esse onde vivemos e por que ele parece tão distante do mundo que queremos? Será que podemos inventar e reinventar o espaço social conforme nosso desejo e boas intenções? Ou já não seria o espaço social, com todas suas agruras e mazelas, o fiel retrato de nosso desejo humano, demasiadamente humano, com suas próprias armadilhas e sede de poder e dominação?Estas questões se fazem cada vez mais pertinente quando pensamos que, em pleno século XXI, a globalização almejada como um "avanço" da humanidade tomou conta de nossos pensamentos e ações alterando não só as relações de produção como também as relações sociais. As contradições do capitalismo estão postas, quanto mais o gênero humano avança no desenvolvimento das produções materiais, menos se tem acesso a mediações ricas que favoreçam o desenvolvimento completo do homem.Nesta lógica, para atender aos interesses neoliberais se instituem palavras de ordem como competência, flexibilidade, empregabilidade, inclusão e tolerância. Tem-se a falsa sensação do acesso igualitário de todos à tecnologia, às redes de informação e...
All the contents of this chapter, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution-Non Commercial-ShareAlike 3.0 Unported.Todo o conteúdo deste capítulo, exceto quando houver ressalva, é publicado sob a licença Creative Commons Atribuição -Uso Não Comercial -Partilha nos Mesmos Termos 3.0 Não adaptada.Todo el contenido de este capítulo, excepto donde se indique lo contrario, está bajo licencia de la licencia Creative Commons Reconocimento-NoComercial-CompartirIgual 3.0 Unported.
All the contents of this chapter, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution-Non Commercial-ShareAlike 3.0 Unported. Todo o conteúdo deste capítulo, exceto quando houver ressalva, é publicado sob a licença Creative Commons Atribuição-Uso Não Comercial-Partilha nos Mesmos Termos 3.0 Não adaptada. Todo el contenido de este capítulo, excepto donde se indique lo contrario, está bajo licencia de la licencia Creative Commons Reconocimento-NoComercial-CompartirIgual 3.0 Unported.
All the contents of this chapter, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution-Non Commercial-ShareAlike 3.0 Unported. Todo o conteúdo deste capítulo, exceto quando houver ressalva, é publicado sob a licença Creative Commons Atribuição-Uso Não Comercial-Partilha nos Mesmos Termos 3.0 Não adaptada. Todo el contenido de este capítulo, excepto donde se indique lo contrario, está bajo licencia de la licencia Creative Commons Reconocimento-NoComercial-CompartirIgual 3.0 Unported.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.