A Viagem Filosófica produziu um vasto material iconográfico. Freire e Codina, os desenhistas da expedição, conceberam imagens que atuavam como taxionomia, destinada a classificar os grupos indígenas a partir da fisionomia, constituição corporal, moral e política. Essa taxionomia vincula-se tanto às normas científicas setecentistas quanto à lógica da colonização elaborada no período pombalino.
Ensaio sobre vistas e paisagens do Rio de Janeiro entre os séculos XVII e XIX. Na longa duração torna-se possível perceber como as representações da cidade se modificaram. Inicialmente, as vistas serviam como temas cartográficos, depois os pintores incluíram a civitas na paisagem, destacando, sobretudo, o cotidiano escravista.Essay on Rio de Janeiro's views and landscapes, between XVII and XIX centuries. In this long period, it is possible to notice an important change in the city representation. At first, the views acted as cartography themes. In the end of eighteenth century, the painter included the civitas in the landscapes.
ResumoEste artigo analisa a ideia de nobreza na península e ultramar ibéricos. Recorrendo a balanço historiográfico, ele analisa as estratégias de ascensão de vários grupos sociais, mas particularmente dos comerciantes e mineiros que recorriam a seu patrimônio para servir às monarquias, comprar títulos de nobreza e há-bitos das ordens militares. O estudo enfatiza as particularidades regionais, mas destaca como a riqueza tornou-se um potente motor para o enobrecimento de plebeus nas sociedades do Antigo Regime setecentistas.
Resumo:Entre 1780 e 1808, as principais reflexões sobre o império colonial lusitano partiam de colonos e de reinóis radicados no Brasil. A perspectiva luso-brasileira vinculava-se tanto à formação na Universidade de Coimbra quanto à vivência na América portuguesa. Pensar o império, nessa conjuntura, era analisar a centralidade de Lisboa e do Brasil, avaliar os nexos entre o reino, as terras brasílicas e as demais possessões na África. Para os ilustrados, aos poucos, o Brasil tornava-se um centro para os domínios lusitanos em Angola e Moçambique. Aliás, muito antes da vinda corte, as terras lusas na América já ganhavam centralidade na produção visual e escrita dos súditos de Sua Majestade. Palavras-chave: Iluminismo português, colonização, Império Marítimo. Abstract:Between 1780 and 1808, the main reflections on the colonial Portuguese empire came from settlers and Portuguese-born subjects living in Brazil. The Portuguese-Brazilian perspective was linked to both training at the University of Coimbra and to lived experience in Portuguese America. To think of empire was to examine the centrality of Lisbon and Brazil and to evaluate the links between the kingdom, the Brazilian lands and other possessions in Africa. Gradually, for those who were depicted in illustrations, Brazil became a center for Portuguese domains in Angola and Mozambique. In fact, long before the arrival of the Portuguese court, America had already gained centrality in the visual and written production of His Majesty's subjects. Keywords: Portuguese Enlightenment, colonization, Overseas Empire.Spatial knowledge of colonial empires underwent a huge expansion in the age of the Enlightenment. With more precise longitude and latitude calculations, cartography was experiencing its glory days, recording not only the jagged coast, but also the interior of the king of Portugal's vast possessions. Inventories from the borders progressed rapidly in strategic areas in the boundaries between the empires in America, although they moved along and "pacified" tribes.In the African colonies, inventories of space, people and nature did not promote the same consolidation of limits, although there were plans to investigate the river network and to build a string of forts in the African interior. These attempts, however, were not fruitful, due to a lack of metropolitan incentive and to the political instability in the colonization of the continent. In fact, plans for reform were lost amid the wars and the practice of capturing slaves. The philosophical voyages, undertaken since 1783, formed the tools of government at a distance and pursued the mapping of the territory, the location of wealth and the identification of the natural kingdoms. Three naturalists scoured the islands and the African wilderness, but they were unable to achieve the same notoriety as Alexandre Rodrigues Ferreira's voyage to the captaincies of Pará, Rio Negro and Mato Grosso. In America, the King's envoy devoted himself, almost exclusively, to the study of nature and people. His colleagues, expl...
Resumo: O artigo analisa as estampas de tapuias produzidas pela Viagem Filosófica (1783-1792) do naturalista Alexandre Rodrigues Ferreira, a partir das teorias setecentistas que promoviam taxonomias e hierarquizavam a humanidade de acordo com o progresso técnico. Inicialmente, é realizado um balanço historiográfico sobre os estudos dedicados a Lineu, Buffon e Robertson. Em seguida, analisa-se como estes teóricos foram fundamentais para a composição das imagens. Os costumes, o meio e os contatos com portugueses e espanhóis explicavam, segundo Ferreira, a existência de diversas nações. Os povos da Amazônia constituiriam uma única raça, mas se encontravam em diferentes estágios da evolução humana.Palavras-chave: Amazônia colonial. Viajantes. Taxonomia. Raça. Progresso. Abstract:The article analyses the pictures of Indians (tapuias) produced by the Philosophical Journey (1783-1792) of the naturalist Alexandre Rodrigues Ferreira, based on 18 th century theories that promoted taxonomies and hierarchized the humankind according to technical progress. The paper develops initially a historiographical evaluation on studies devoted to Linnaeus, Buffon and Robertson. Then, it analyses how these theorists were fundamental to the composition of the pictures. Habits, the environment and contacts with Portuguese and Spanish people were used to explain, according to Ferreira, the existence of several different nations. Amazonian peoples constituted a single race, but were in different stages of human evolution.
RESUMO O artigo analisa a formação da nobreza colonial a partir de provimentos régios, das concessões dos foros de fidalgo, títulos de cavaleiro das ordens militares e dos brasões de armas. Essas mercês, porém, não originaram a nobreza de sangue, pois raras famílias tiveram condições de manter as honras e os privilégios da nobreza por longo tempo. No ultramar a “nobreza da terra” não se apoiava nos títulos, mas no patrimônio, no controle de postos da administração local, e, sobretudo, de patentes militares. Recorrendo à base documental e à historiografia, o artigo pretende comprovar que os títulos não eram a condição sine quo non para ascensão social na sociedade colonial. Em geral, somente ao final de sua trajetória de sucesso os súditos ultramarinos pleiteavam e recebiam as honrarias da monarquia.
RESUMO: Nos primeiros anos da coloniznçpo üo Brasil, os mamelucos foram os intermedia* rios entre os portugueses e os índios, niixi liando no agencia men lo de mão-de-obra indígena necessária nos empreendimentos coloniais. Ao deslocarem os nativos do sertão para os engenhos, elesjnfringiram regras da Cristandade, pois no sertão viviam ao modo gentílico: pintando corpo, tendo várias mulheres e participando de rituais anlropofágicos. No entanto, nas vilas viviam como cristãos. A especificidade cui lurai dos mamelucos é o lema principi deste artigo.PALAVRAS-CHAVI-: mamelucos, jesuítas, cristãos, colonização, indígenas.Os jesuítas d es embarcar ti m na Colônia com a árüua larefa de levar a ortodoxia aos habitantes da terra recém descoberta. Os nativos e portugueses seriam, a parlir de entño, vigiados e conduzidos pelos religiosos da Companhia de Jesus. Outras Ordens também freqüentaram paragens inóspitas do litoral brasileiro, mas nenhum representante do clero foi Ião afamado quanto os jesuítas Anchieta e Nóbrega. A missão destes religiosos iios trópicos era servir como intermediários entre os brancos colonizadores e os nativos, levando "a palavra do Senhor" a seres até então inexistentes no universo mental europeu. Deste modo, a colonização portuguesa se fazia em dois âmbitos: domínio sobre o território e concomitante exploração econômica; difusão da ortodoxia e alargamento das fronteiras da Cristandade. Imbuídos pela fé na conversão do gentio, os padres se uniam às tribos indígenas, aprendiam a língua nativa e por meio de símbolos precários ensinavam a história do Salvador que veio ao mundo libertar os homens dos assédios diabólicos e da danação. Em outras oportunidades, os mesmos discípulos de O artigo originou-se dn minha dissertação de mestrado "Tempo de Visitações", defendida na USP em 1990, sendo o estudo financiado pela FAPESP e orientado pela Prof. Dr. Laura de Mello e Souza. Condido, a versão aluai é inédita e contou com o apoio da Capes no que se refere a pesquisa no Arquivo Nacional da Torre do Tombo (ANTI*)-Lisbon. Doutorando pelo Departamento de História da USP e Professor do Departamento História da UFPK.
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