ResumoO presente artigo se propõe a aplicar a matriz de Michel de Certeau a uma obra historiográfica, O jogo da dissimulação: abolição e cidadania negra no Brasil, de Wlamyra Ribeiro de Albuquerque, de modo a mapear os três elementos componentes da operação historiográfica: lugar social, as práticas e a escrita. Através da análise dos elementos sobre os quais o discurso não fala será demonstrado o nível de participação do historiador no processo de efetivação da pesquisa acadêmica. Desse procedimento resulta a possibilidade de controlar em toda extensão o discurso histórico produzido, ratificando o caráter cientifico do conhecimento histórico, além de promover reflexões atuais sobre questões históricas. Palavras-chaveNarrativa historiográfica; Michel de Certeau; Discurso. AbstractThis paper proposes to apply Michel de Certeau's matrix to a historiographic work, O jogo da dissimulação: abolição e cidadania negra no Brasil, written by Wlamyra Ribeiro Albuquerque, in such a way as to map the three components of historiographical operation: social place, practices, and writing. Through the analysis of elements which the discourse does not speak of it will be shown the level of participation of the historian in the process of the research realization. From this procedure results the possibility of monitoring in the fullest extent the historical speech produced, ratifying the scientific character of historical knowledge, in addition to promoting current reflection on historical issues.
RESUMO Este trabalho propõe-se a analisar a obraHibisco Roxo(2011), de Chimamanda Ngozie Adichie - romance permeado por tensões de raça e de gênero, provocadas pelo imperialismo inglês na Nigéria, sob o prisma dos conflitos políticos e socioculturais ambientados no capitalismo. Partindo do conceito deepistemicídio, proposto por Carneiro (2005), com base em Foucault (1979) e Sousa Santos (1995), verificamos, nas práticas multilíngues, os valores atribuídos às línguas originais, com destaque para o Igbo, e à língua do colonizador na implementação e na vigência dos empreendimentos colonialista e imperialista. Considerando que a escrita de Adichie (2011) permite outra leitura possível dos conflitos vivenciados pela sociedade nigeriana atual, há, no âmbito linguístico, evidências de que a língua inglesa, elemento constitutivo da colonização, representaria, a partir das práticas linguísticas das personagens, uma vinculação ao processo imperialista - subjacente à ação do capitalismo sob o recente término da colonização. Já as práticas linguísticas do Igbo representariam estratégia de resistência, através do resgate às tradições ancestrais, como via de rasurar o epistemicídio, tensionando as estratégias de apagamento da cultura Igbo. Há, assim, um jogo de poder no qual a língua exerce um papel importante na marcação simbólica de processos de dominação/assimilação e/ou oposição/resistência sociocultural, ambos atravessados pela religião.
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