O objetivo deste artigo é avaliar o perfil das disciplinas de História Econômica oferecidas nos cursos de graduação em economia no Brasil. Parte-se do pressuposto de que a construção das disciplinas de graduação, ainda que objetivamente delimitadas pelos programas de seus cursos, abre um espaço para a subjetividade dos professores por meio da seleção de suas bibliografias. Esta seleção que define o perfil de cada disciplina reflete a formação dos professores e o sentido que eles buscam dar ao curso. Assim, visando explicitar as variáveis que possam influenciar na construção dessas ementas, buscou-se também avaliar a formação dos docentes que lecionam disciplinas de história econômica nos cursos de Economia, com o intuito de traçar seus perfis e a influência dessa formação na construção do conhecimento disseminado em nossas Universidades.
O artigo examina os usos e os sentidos da ideia de dependência no pensamento de Celso Furtado. Para isso, realizamos breve reconstituição do contexto em que as obras e as ideias do autor foram produzidas e acompanhamos as diferentes dimensões da interação entre subdesenvolvimento e dependência na trajetória de Furtado.
A problemática relação entre as obras de Caio Prado Jr. e Celso Furtado consiste numa das mais interessantes polêmicas de nossa historiografia. Sabe-se que em Formação Econômica do Brasil, principal obra de Furtado, não há referências explícitas à obra de Caio Prado Jr., mesmo que a influência do pensamento do historiador marxista na obra do economista cepalino seja mais do que evidente. A questão, longe de estar pacificada, despertou a atenção de nomes como Chico de Oliveira, Paul Singer, Roberto Schwarz e Tamás Szmerecsányi. Para além da polêmica, parece haver razoável interesse na comparação mais ampla do pensamento de ambos. Partindo daí, o presente trabalho coteja o pensamento dos autores entre dois momentos temáticos bem definidos, o de seus livros de "Formação", de meados das décadas de 1940 e 1950 e o momento da "Revolução", já nos idos da década de 1960. Nesse marco cronológico e temático, procura-se situar os autores no contexto intelectual mais amplo de que fazem parte. O marxismo de matriz comunista, no caso de Caio Prado Jr. e a economia política da CEPAL para Celso Furtado. Em seguida, a comparação é realizada em torno de três eixos temáticos mais amplos. O primeiro, a respeito do uso que realizam da tipologia de contrários das colonizações de exploração e povoamento. O segundo, que trata da maneira como abordam a difícil transição, ainda inconclusa, entre colônia e nação, que em Caio Prado Jr. adquire a forma de "impasses do inorgânico" e em Furtado, nas ideias que levaram à criação da SUDENE. Por fim, compara-se as respostas de ambos ao conturbado contexto político da década de 1960, quando as análises convergem para a defesa de uma Revolução, ou Pré-Revolução, vista não como ruptura, mas como um processo mais amplo de transformação social.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.