Resumo:No final do século XIX até o início do século XX, a ocupação dos vales dos rios Juruá e Purus conforma efetivamente a última fronteira do expansionismo luso-brasileiro. Esse último fôlego expansionista foi impulsionado pela migração de nordestinos que fugiram das secas que assolaram o Nordeste em 1825, em 1846 e em 1877. Internacionalmente, esse processo também foi estimulado pelo contexto da Segunda Revolução Industrial que demandava a borracha produzida a partir da seiva da seringueira (hevea brasiliensis). Com este artigo, pretendo lançar um olhar sobre um conjunto de fontes que descrevem os primeiros anos de ocupação do Médio Purus, a saber, relatórios de viagens das primeiras expedições e escritos dos primeiros colonizadores. Meu objetivo aqui é descrever os primeiros anos de contato com os povos indígenas da região, focando especialmente nos Apurinã e, se possível, entrever nesses escritos a agência histórica indígena.Palavras chaves: Apurinã, Colonização, Amazônia, Purus, indígena. Abstract:At the end of the 19th century until the beginning of the 20th century, the occupation of the Juruá and Purus river valleys effectively formed the last frontier of brazilian expansionism. This last expansionary impulse was driven by the migration of Northeasterners who fled the droughts that devastated the Northeast in 1825, in 1846 and in 1877. Internationally, this process was also stimulated by the context of the Second Industrial Revolution that demanded rubber produced from the sap of the rubber tree (hevea brasiliensis). With this article, I intend to take a look at a set of sources that describe the early years of occupation of the Middle Purus, namely, travel reports of the first expeditions and writings of the early settlers. My purpose here is to describe the first years of contact with the indigenous peoples of the region, focusing especially on the Apurinã and, if possible, to glimpse in those writings the indigenous historical agency.Keywords: Apurinã, Colonization, Amazon, Purus, indigenous.Resumen: A finales del siglo XIX hasta principios del siglo XX, la ocupación de los valles de los ríos Juruá y Purus conforma efectivamente la última frontera del expansionismo lusobrasileño. Este último aliento expansionista fue impulsado por la migración de nordestinos que huyeron de las sequías que asolaron el Nordeste en 1825, en 1846 y en 1877. Internacionalmente, ese proceso también fue estimulado por el contexto de la Segunda Revolución Industrial que demandaba el caucho producido a partir de la savia de goma (Hevea 1 Doutor em Teologia pela Faculdades EST (2008). Doutor em História pela UFRGS (2016), Pós-doutor em História Indígena pela UFGD. O presente trabalho foi realizado com apoio do CNPq, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico -Brasil. Este artigo é parte dos resultados de um projeto de pesquisa de doutoramento em História Indígena defendido em 2016 na UFRGS e de posterior pesquisa de pós-doutoramento feita na UFGD. Ele analisa as principais fontes históricas que tratam sobre...
RESUMO Este artigo tem como objetivo evidenciar a materialidade histórica vivida pelo povo Apurinã a partir de sua cosmologia; ou seja, se a cosmologia presente em suas narrativas míticas registra aspectos da historicidade apurinã. A hipótese do artigo é que a cosmovisão apurinã que os situa como um “povo do meio” tem sua origem na imanência histórica e, como tal, sofreu mudanças na longa duração. Transformando-se em transcendência teológica, a narrativa preservou traços da historicidade que podem ajudar a interpretar a história do povo Apurinã e a história regional. O artigo está construído a partir de uma discussão bibliográfica específica, mas também utiliza fontes históricas dos primeiros contatos e se baseia em observações de campo.
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