GALVÃO, R. A auto-eficácia como mediadora da melhora em índices clí-nicos de saúde oral. Pesqui Odontol Bras, v. 16, n. 1, p. 57-62, jan./mar. 2002. O conceito de auto-eficácia (AE) foi introduzido em 1977 por BANDURA 2 . Com ampla utilização na área de Saúde, ele tem se revelado um poderoso preditor em vários domínios de comportamentos, tais como: parar de fumar, perder peso, participar de programas de prevenção, entre outros. Este estudo investigou se uma intervenção psicológica produz melhora de índices clínicos em pacientes prestes a receberem tratamento odontológico. Previu-se que o grupo de teste (GT) melhoraria mais do que o grupo de controle (GC) nos índices clínicos de placa e sangramento e que a AE mediaria esta melhora. Os 30 participantes do GT, além do procedimento odontológico padrão, receberam uma intervenção psicológica baseada no modelo de PROCHASKA; DiCLEMENTE 12 (1983). Os 30 participantes do GC receberam somente o procedimento odontológico padrão. Os resultados indicaram que os dois grupos apresentaram uma redução significativa dos índices clínicos do pré-para o pós-teste. Porém, os escores 2 e 3 de placa e sangramento sofreram um decrés-cimo significativamente maior no GT comparado ao GC (U = 197,00, p = 0,0001 e U = 179,00, p = 0,0001, respectivamente). Apenas o GT apresentou um incremento significativo na AE de pré-para pós-tratamento (Z = -3,58, p < 0,0001). No entanto, não houve diferença entre os grupos em termos de aumento de AE do pré-para o pós-teste. Concluindo, os resultados revelaram que a intervenção psicológica foi efetiva e sugerem a possibilidade de que outros fatores além da AE medeiem a melhora significativa do GT em índices clínicos.UNITERMOS: Auto-eficácia; Índice CPO; Odontopatias; Saúde bucal; Psicologia. INTRODUÇÃOAs pessoas são capazes de exercer, ao menos em parte, um controle sobre a sua saúde. Por exemplo, parar de fumar e passar a manter uma higiene oral de elevado padrão são mudanças comportamentais que favorecem a saúde oral.O conhecimento a respeito da maneira como as pessoas organizam seus pensamentos e ações referentes a sua saúde é fundamental para conduzi-las a uma prevenção efetiva de doenças e transtornos. Crenças, atitudes e outras variáveis cognitivas são freqüentemente consideradas os maiores determinantes da auto-regulação de comportamento. Dentre os modelos da Psicologia que têm enfatizado o papel da cognição (por exemplo, pensamentos e conceitos do indivíduo) na regulação do comportamento, destaca-se o modelo da auto-eficácia 21 . O conceito da auto-eficácia (AE) tem gerado muito interesse e alguma controvérsia desde que foi introduzido por BANDURA 2 , em 1977, e tem se mostrado uma variável chave na Psicologia clínica, educacional e social, do desenvolvimento e da saú-de 15 . A AE percebida foi inicialmente definida como a crença do indivíduo de que ele pode executar um comportamento específico ou tarefa futura 2 . Mais recentemente, BANDURA 3 (1997) declara que a AE se refere às crenças do indivíduo acerca de suas capacidades para organizar e ex...
O presente estudo investigou a relação de variáveis de auto eficácia com o acúmulo de placa e o relato de comportamento de higiene oral (HO). Os 94 participantes tiveram o acúmulo de placa medido, responderam a um questionário sócio-demográfico e de comportamentos de HO e escalas para a medida de auto-eficácia (AE). Os resultados indicaram que a AE percebida se correlacionou significativamente com a freqüência de escovação (rho=0,25,p=0,014) e de uso de fio dental (rho=0,40, p<0,0001). No entanto, a AE percebida não se correlacionou significativamente com a placa. A eficácia de auto-regulação (EAR) não se associou significativamente com a placa ou com o relato de comportamento de HO. São discutidas possíveis explicações para as baixas associações das variáveis de AE com a placa e da EAR com o relato de comportamento de HO.
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