A Mina do Seival é constituída por rochas vulcânicas e diques de composição andesítica e traqui-andesítica, dispostas em duas sequências. A sequência I inclui rochas piroclásticas e efusivas, e a sequência II é representada pelos diques de composição andesítica. Ambas são incluídas na Associação Shoshonítica de Lavras do Sul. Este magmatismo é relacionado ao estágio pós-colisional do ciclo Brasiliano/Pan-Africano, situando-se estratigraficamente no Alogrupo Bom Jardim, pertencendo à Formação Hilário na Bacia do Camaquã (Neoproterozoico). A área possui intensa alteração hidrotermal e mineralizações de Cu. A mineralização e o magmatismo da Sequência II são controlados por estruturas tectônicas orientadas segundo N/NE e NO, que são relacionadas à distensão regional no período pós-colisional da Orogênese Brasiliano/Pan-Africana. Processos hidrotermais em diferentes temperaturas atuaram sobre estas rochas originando produtos de alteração pervasiva, principalmente clorita, corrensita e esmectita, com veios preenchidos por quartzo, carbonato, barita e minerais de cobre. Em ambas as sequências encaixantes da Mina do Seival é possível identificar a afinidade shoshonítica das rochas. Os elevados teores de Cu, Zn e Ni nos diques em relação às rochas piroclásticas e às efusivas, mesmo nas mais hidrotermalizadas, sugerem que as principais ocorrências de mineralização de Cu têm origem magmática. Os dados químicos de rocha total indicam que o enriquecimento dos elementos componentes da mineralização, Ag, Au, Cu e Zn, está relacionado aos diques da Sequência II. Os teores de Au e Cu são mais elevados nas amostras com menores concentrações de carbonatos, sugerindo que a carbonatação não tem relação com a deposição dos minérios.
The Neoproterozoic sequence of volcanic rocks in the Camaquã Basin included in the Lavras do Sul Shoshonitic Association hosts disseminated Cu deposits. The volcanic sequence in the Seival Mine area includes andesitic lava flows, lapilli tuff, volcanic agglomerate and andesitic dikes with pervasive alteration. The hydrothermal alteration is interpreted to be a product of late-magmatic fluids or the mixing of magmatic with meteoric fluids or basinal brines. The late-magmatic hydrothermal system started after volatile oversaturation and degassing in a magmatic system, which was partially segregated into vesicles. The similar REE contents in the andesine-labradorite and albite indicate that the fluid temperatures ranged from 600 to 250 °C. The crystallization of titanite and Feclinochlore to Mg-chamosite followed the albitization process. The temperature range associated with the chloritization process was estimated using a chlorite geothermometer
Duas estruturas circulares geminadas, de aproximadamente 1 km de diâmetro cada, ocorrem na porção sul da região das minas do Seival (Caçapava do Sul, RS), em rochas da Formação Hilário (Grupo Bom Jardim da Bacia do Camaquã). Dentro das estruturas são descritas brechas piroclásticas monomíticas, formadas por blocos do andesito circundante, de até 1 m de comprimento. A matriz piroclástica da brecha é formada por litoclastos de andesito, cristaloclastos de plagioclásio e clinopiroxênio semelhantes aos fenocristais do andesito e cinza muito fina. Processos de fragmentação in situ em presença de fluidos são interpretados a partir de fraturas transgranulares e interclasto, muitas vezes dividindo fragmentos e cortando também a matriz de forma curviplanar, sendo geralmente preenchidas por calcita. A orientação de lineamentos estruturais e de planos de fraturas confirmam o trend regional NE – SW e ilustram o padrão localmente multi-direcional, característico das estruturas circulares. Dados gamaespectrométricos indicam o caráter shoshonítico dos andesitos (média de K 4,4%; U 4,4 ppm; Th 19,2 ppm; e contagem total 5070 cps), em contraste com a assinatura das brechas vulcânicas (média de K 1,7%; U 3 ppm; Th 6,1 ppm; contagem total de 2252 cps), e corroboram o contato mapeado. A integração destes dados permite interpretar as estruturas circulares como diatremas ou antigas chaminés vulcânicas.
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