O artigo retrata a pesquisa de Doutorado que considerou 912 projetos, entre Bolsas de Estudos e Auxílios, fomentados pela FAPESP, de 1992 a 2016, em Comunicação. Propõe-se, a partir dos dados compilados da Biblioteca Virtual da Fundação, uma construção taxionômica, tendo como estratégias metodológicas principais a Pesquisa Documental e a Análise de Conteúdo. Por meio de ambas, se compreendem as tendências de estudos e se produzem índices e indicadores das linhas de fomento, aplicando o método das inferências. Parte dos resultados atingidos são: a pesquisa em Comunicação segue atrativa e se centraliza na cidade de São Paulo; alguns objetos de estudo simbolizam a primeira passagem secular na Área; o impasse conceitual sobre o que é Comunicação se mantém; e a metapesquisa é necessária, nos Programas de Pós-Graduação brasileiros, para mensurar e refletir sobre o que se escreve e se produz em busca de um pensamento autônomo, legitimado e reconhecido em face do institucional.
Resumo O objetivo deste trabalho é apresentar parte dos resultados obtidos em nossa tese de Doutorado que pesquisou a legitimação, a contribuição e a construção da Área da Comunicação no contexto das pesquisas apoiadas pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Trazemos aqui as perspectivas e tendências apontadas, a partir de 583 Bolsas de Estudo no Brasil, uma das modalidades de fomento que viabiliza estudos de Iniciação Científica, Mestrado, Doutorado, Doutorado Direto e Pós-Doutorado. Tal cenário é apresentado com base em estratégias multimetodológicas, sendo as mais representativas a Pesquisa Bibliográfica, a Pesquisa Documental e a Análise de Conteúdo. Conclui-se que em 25 anos analisados (1992-2016), a Área segue sendo atrativa a novos pesquisadores e que o fluxo de produção nos permite dizer que os beneficiários produzem conhecimento para a Área, validado pelo corpo técnico-científico da Fundação.
O mais recente livro de Eugênio Bucci recorre a um Brasil atual sob o olhar de apuração do repórter e o questionamento do pesquisador como ensaio de compreensão de um fervilhar sociopolítico para o qual o país foi alçado. Tal condição surge com o levante popular de 2013, quando brasileiros ocuparam as ruas para tentar despertar o gigante adormecido. A questão política é a matéria-prima para o trabalho do autor, que coloca a Comunicação como um processo empírico central, trazendo consigo algo de mais elementar da comunicabilidade: a mensagem. Mensagem que Eugênio Bucci considera como não compreendida em Brasília, o centro do poder, tanto por situação quanto oposição. Se no polo do receptor a mensagem falhou, pelo lado dos emissores, houve nas ruas uma estética, não artística, mas sim de experiência, visibilidade e interpretação. Em uma linguagem que se recicla tão rapidamente como as mídias da era digital, a estética da negação aos 20 centavos no aumento das passagens de ônibus serviu de estopim para as manifestações de rua que se convergiram ao movimento "Não vai ter Copa".A partir disso, o autor considera as representações, sendo a mais contundente a dos black blocs que, para Bucci, ganharam junto à mídia tradicional uma imagem de barbárie, haja vista suas ações sempre violentas. Eugênio Bucci considera que esse tipo de ação -apesar da violência empregada -não deixava de ser uma contralinguagem contradiscursiva de protocolos discursivos no tocante à manutenção da ordem.Na chamada Instância da Imagem ao Vivo, mesmo que um indivíduo ou grupo faça da contralinguagem seu discurso, sabe-se que há outras formas de se comunicar. Assim, em tempos de conexões, o exercício pleno de sua linguagem e estética não necessariamente se
A construção de um território geomidiático é resultado de um processo configurado pela intervenção da mídia. Neste artigo, mostramos o caso das cidades de Sorocaba e Jundiaí, no interior de São Paulo, que não apresentam relação geográfica, em sentido de espaço, mas que foram constituídas como região a partir da determinação da área de cobertura de uma emissora de TV regional. Essa apropriação midiática desagrada os públicos das duas cidades que avaliam perdas do sentido do local julgando que a emissora privilegia uma cidade em relação a outra. Para tentar amenizar essa diferença apontada, apresentamos quatro tipologias jornalísticas à produção de conteúdo como tentativa dos telespectadores se sentirem mais representados e amenizarem essas diferenças que apontam.
Os impasses conceituais da Comunicação passam por campo, ciência e interdisciplinaridade. Por meio da revisão bibliográfica, retomamos esses postulados e defendemos que a Comunicação é protagonista diante de outros saberes pela linguagem. O excesso de literatura estrangeira adotada, no Brasil, exige um repensar a respeito das referências bibliográficas, função que cabe a quem forma os novos pesquisadores. A falta de autorreflexão impede o potencial produtivo de novas teorias que poderiam renovar os paradigmas ainda mais quando novas práticas tecnológicas se apresentam na atualidade. Por fim, apontamos por que o campo prevalece, a interdisciplinaridade não é opção e a Comunicação ainda não é uma Ciência. Um artigo que convida ao debate – necessário – da Área.
Como a edição 2016 do Pensacom celebra datas de dois Programas de Pós-Graduação em Comunicação, decidimos verificar como seus pesquisadores têm promovido a construção da Área e dela participado. Pelos Programas da ECA/USP, que celebra 50 anos, e da Universidade Metodista de São Paulo, cujo Doutorado completa 20 anos, buscamos pesquisas e pesquisadores que receberam fomento da FAPESP. Adotamos a pesquisa documental com a Biblioteca Virtual (BV) da FAPESP para chegar às realizações com esse apoio financeiro. Da pesquisa bibliográfica, trazemos a noção de espírito científico, de Gastón Bachelard, por acreditarmos que, a partir do ambiente acadêmico, é que as contribuições devem florescer. Esses momentuns de pesquisa equivalem ao conceito das vivências, postulado por Dilthey (2010). Mesmo com alguns anos de diferença entre um Programa e o outro, percebe-se, em ambos, a preocupação em formar o pesquisador e em estabelecer o diálogo extramuros.
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