Assim como, a partir do início do século XX, houve na filosofia da arte europeia uma tendência à superação das discussões mais abstratas que tinham como objeto a arte "autônoma", no sentido tradicional do termo, em direção às tentativas de compreensão dos novos fenômenos estéticos oriundos da recém-surgida cultura de massas, pode-se observar -com uma defasagem maior ou menor, conforme o caso -um movimento análogo nas considerações congêneres realizadas no Brasil, desde as primeiras décadas do século passado até hoje. Para abordar, ainda que de modo muito incipiente e incompleto, esse interessante desenvolvimento na história cultural do país, adota-se aqui como estratégia, primeiramente, relembrar alguns pontos de inflexão do processo ocorrido na estética europeia, para depois introduzir alguns elementos imprescindíveis na discussão da indústria cultural no Brasil, tendo como pano de fundo os aportes da estética filosófica tradicional, os quais revelam-se indispensáveis para a manutenção do ponto de vista crítico.
• RESUMO: Habermas rele Adorno e Horkheimer a luz do seu proprio modelo, isto e, do "paradigma linguistico" que substitui a praxis transformadora pel a argumenta<;:ao. Assim, Habermas nao percebe que, em Adorno, a competencia comunicativa subordina-se a algo essencialmente diferente, a urn impulso emancipatorio. As caracteristicas deste a priori transcendental racionalmente media do devem ser buscadas nao na Diaietica do esclarecimento, mas em Minima moralia .• PALAVRAS-CHAVE : Teoria critica; paradigma linguistico ; a priori transcendental; prcixis; argumen ta<;:ao; emancipa<;:ao.A difusao, entre nos, do chamado "paradigma linguistico", conexo a Teoria da agao comunicativa de Jurgen Habermas, no qual a capacidade humana de comuni cagao argumentativa e entendida como a priori transcendental, dispensa maiOIes comentarios acerca da possibilidade, da fertilidade -e mesmo da necessidade -da colocagao da linguagem como fundamentagao transcendental do agir humano.Tal difusao, no entanto, foi tambem mediada pOI uma critica de Habermas ao que se entende por "razao negativa" ,2 principalmente expressa na obra conjunta de Max Horkheimer e Theodor W. Adorno, Diaietica do esciarecim en to. Antes de se apontar para os indicios de uma fundamentagao transcendental insuspeitadamente rica no modelo da razao negativa, sobretudo na obra de Theodor W. Adorno, resumir-se-ao, nas linhas que seguem, os pontos no dais da critica habermasiana 3 Segundo Habermas, 0 pano de fundo da aporia a que chegam Horkheimer & Adorno e 0 processo de racionalizagao, descrito por Max Weber, que culmina com a 1. Professor clo Departa mento cl e Filosofia -UFMG -Belo Horizonte -MG 2. Cf. sobretucl o 0 artigo cle Rouanet 0987, p. 331 ss.).3. Aqui, cabe uma cliferenciac;:ao entre a critica empreenclicla por Habermas na Teoria da a<;:80 comunica tiva (primeira eclic;:ao em 1981) e cl o Discurso fi los6fico da modemidade (primeira eclic;:ao em 1984). A primeira e, simultaneamente, menos of ens iva e mais "imanente" Exatamente por isso, optei por trabalhar aqui com 0 texto cle 1984, uma vez que nele as objec;:6es sao mais clara mente colocaclas.Trans/Form/Ac;:ao.
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