A comparação entre as duas fábricas deve ser entendida como sendo apenàs um ponto de partida para o debate das momentosas questões levantadas nesta obra, pois, como lembra a autora, a complexidade dos fatores envolvidos leva a muita cautela nas conclusões. Vale, para o leitor brasileiro, a descrição pornlenorizada da fábrica da Ford ABC e de seus esforços de inserção na modernidade. É fascinante o relato das agitações sindicais da últüna década. Mas as variáveis exôgenas são numerosas, con1plexas e excessivamente inter-relacionadas para que se possa extrair alguma conclusão válida sobre qual elemento (tecnologia, cultura/ tradição, estratégias empresarial e sindical, estrutura salarial e outros) detenninará de forma decisiva a organização do chão da fábrica.O que é uma "fábrica fordista"? E para que urefazer a fábrica fordista"? A planta gigante que Henry Ford I montou em Detroit, em 1908, é emblen1ática do processo industrial que estabeleceu a supremacia norte-americana neste século. Suas características principais são as seguintes, recorda a autora:• produç~o em série, a custo mínin1o; • mercado de n1assa, economia de escala; • padronização do produto; • racionalização do trabalho, através do uso dos conceitos taylorianos, de procura da eficiência e de administração "científica"; · • fragmentação das tarefas do trabalhador, levando à monotonia e ao alheiamento do operador, sobretudo na linha de montagem;• utilização intensiva de assessorias, limitando a "linha" à execução rotineira das operações.O moq~lo japonês, cujo paradig1na é a Toyota Motor Co., utilizou muitos princípios do fordismo, mas também se valeu dos ensinamentos das escolas de administração que sucederam ao taylorismo, como as de Relações Humanas e de Sistemas, além de se estribar em características culturais japonesas, tais como a disciplina, o senso do dever, a habilidade de trabalhar em equipes, o medo de perder a face e o emprego, o revanchismo, e assim por diante.Vara os gerentes industriais brasileiros, o fordismo, que, reconhece a autora, provavelmente nunca foi intensamente praticado no País, exceção feita a algumas grandes empresas de montagem, é considerado, de qualquer forn1a, superado, e nenhum deles se proporia a refazer un1a fábrica fordista. O objetivo, hoje, é montar un1 sistema produtivo, econômico e de qualidade excelente, incorporando, na medida do possível~ os procedimentos que estão dando certo no Japão, na Asia e nos "transplantes" realizados e11-1 outros países. A automação, como qualquer outra técnica, será adotada caso se justifique economicamente ou por n1otivos de qualidade ou de melhoria da "ilnagem" da empresa no mercado externo.O gr<:1.nde problema prático, para o administrador brasileiro, é a escolha do tnétodo a adotar para reduzir seus custos, melhorar sua qualidade e manter os prazos prometidos de entrega.A leitura deste trabalho çontribuirá para que o administrador nacional tenha sua escolha facilitada e o estudioso da economia e do trabalho entenda melhor as profundas alterações que estão ocorrendo em toda part...
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.