PAULISTA, P. P. -Manuseio da deiscência do esterno no pós-operatório de cirurgia cardíaca. Rev. Bras. Cir. Cardiovasc., 5(2): 125-136, 1990.RESUMO: No período de dezembro de 1987 a dezembro de 1989, 906 pacientes foram submetidos a cirurgia cardíaca com circulação extracorpórea, no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, sendo 43% coronarianos, 37% valvares, 17% congênitos e 3% outros. Dentre eles, observou-se, na fase intra-hospitalar de pós-operatório, a ocorrência de 19 casos de deiscência parcial ou total da toracotomia mediana (2%), que ocorreu, em média, ao redor da 1 ~ semana de pós-operatório, tendo sido a reintervenção cirúrgica por volta da 3~ semana. As culturas mostraram predomínio de germes gram positivos e poucos casos de gram negativos e fungos. Em apenas um caso não foi isolado qualquer agente infeccioso. Neste grupo de pacientes , constatou-se a presença de fatores predominantes, tais como diabetes, obesidade, doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) e tempo prolongado de cirurgia (média de 6 horas). Houve predomínio de pacientes adultos, cujas idades variaram de 40 a 67 anos, média de 53 anos (89%) . Constatou-se que, em 84% dos pacientes, a artéria mamária interna foi utilizada como enxerto na revascularização cirúrgica do miocárdio. Além das medidas gerais de terapêutica local e sistêmica com antibióticos específicos, visando ao combate dos agentes infecciosos e à conseqüente esterilização da ferida, os pacientes eram conduzidos à sala de operação, procedendo-se à limpeza e desbridamento dos planos cirúrgicos, incluindo o esterno, deixando-se, em alguns casos, irrigação contfnua com solução de povidine. Em dois pacientes foi realizada rotação de retalho miocutâneo, devido à refratariedade ao tratamento. De cinco casos de mediastinite, três faleceram por falência de múltiplos órgãos e sepsis. O grupo restante apresentou boa evolução, tendo obtido alta hospitalar após a 3~ semana da reintervenção, com boa cicatrização da ferida operatória. DESCRITORES: deiscência de esterno, cirurgia . INTRODUÇÃOA esternotomia mediana foi introduzida por JULIAN et a/ii 17, em 1957, sendo a incisão de escolha para a maioria dos procedimentos cirúrgicos, envolvendo o mediastino, coração e grandes vasos da base. Embora as complicações da ferida, após a esternotomia, sejam raras, a infecção é ameaçadora pela possibilidade de extensão, causando sepsis e envolvimento dos enxertos aorto-coronarianos, da aortotomia, das incisões cardía-cas e das próteses. O tratamento com a técnica de desbridamento e fechamento do esterno, seguindo-se de acompanhamento até a granulação dos demais tecidos, foi utilizada até 1963. A técnica de desbridamento esternal, irrigação mediastinal fechada contínua com antibií-ticos e drenagem, foi util!zada por SCHUMAKER & MAN-
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