Na teologia luterana, como também na maior parte da teologia cristã que o precedeu, o tema da relação “fé” e “razão” ocupa lugar importante. Ele está implicado ou é até mesmo diretamente tratado sempre que se põe em debate a natureza do saber teológico, a condição do teólogo cristão e da teologia cristã e as esferas de sentido e responsabilidade da fé como dom e condição humana e da razão ou da racionalidade como dom para a criação e condição humana no mundo. Apesar de suas muitas e variadas notas críticas, na “filosofia cristã” medieval a aliança entre metafísica e teologia apresenta contornos e direções claras de possibilidades; Lutero, por sua vez, parece ter rejeitado qualquer margem de sucesso para uma abordagem de cunho “escolástico” para o conhecimento de Deus, e isso se cristaliza na sua expressão crítica para a condição da razão humana quanto ao conhecimento teológico: “a razão é uma prostituta”. Recentemente, a temática da racionalidade implícita na atitude de fé que move o cristão em suas crenças e ações, bem como o teólogo e ateologia cristã, foi reelaborada na tradição reformada calvinista, em um programa de problematização da racionalidade da fé, em meio à atmosfera de profundo cientificismo do conhecimento na era contemporânea, por um lado, e, por outro lado, de fideísmo nas reações evangélico-protestantes à crítica externa oriunda das ciências exatas e da natureza. Articulou-se uma “epistemologia reformada”, que tange a natureza da racionalidade em geral e da racionalidade da fé em específico, oferecendo uma nova abordagem da justificação racional das crenças cristãs. Poderia haver, face a motivações semelhantes ou mesmo diante de propósitos distintos, uma teoria símile na tradição luterana, ou seja,uma “epistemologia luterana”? O presente estudo pretende esboçar uma resposta a essa pergunta, explorando uma comparação com os termos da epistemologia reformada e da teologia luterana sobre a crença cristã.
A noção de “concepção” ocupa um lugar central na teoria do conhecimento perceptual de Thomas Reid, embora “concepção” possa ser estudada por si como uma fonte de conhecimento. Neste estudo, procura-se expor sistematicamente os vários contextos em que Reid aborda a fonte de conhecimento e o tipo de operação mental chamada “concepção”. Oo objetivo é compreender um aspecto específico do desempenho da “concepção” na teoria reidiana da percepção, a saber, uma relação direta, não mediada por ideias, entre o sujeito cognoscente e o mundo exterior. Eentender a operação de conceber, intrínseca à e constituinte da percepção, é um meio eficaz de compreender a natureza e o conteúdo do conhecimento perceptual. Nesse passo, considerações sobre a relação mente e mundo exterior, isto é, mente e mundo material precisam ser feitas.
In order to systematically explore the normative treatment of Black slavery by Second Scholastic thinkers, usually placing the problem within the broad discussion of moral conscience and, more narrowly, the nature and justice of trade and contracts, I propose two stations of research that may be helpful for future studies, especially in what concerns the study of Scholastic ideas in colonial Latin America. Beginning with the analysisof just titles for slavery and slavery trade proposed by Luis de Molina S.J. (1535–1600), I show how his accounts were critically reviewed by Diego de Avendaño S.J. (1594–1688), revealing basic features of Second Scholastic normative thinking in Europe and the Americas. Normative knowledge provided by these two Scholastic intellectuals would be deeply tested throughout the last decades of the 17th century, especially by authors who sharpened the systemic analysis and a rigorist moral assessment of every title of slavery and slaveholding, as well as the requirements of an ethics of restitution.*** Segunda Escolástica e escravidão negra ***No intuito de explorar sistematicamente o tratamento normativo da escravidão negra por pensadores da Segunda Escolástica, que normalmente colocam o problema dentro da discussão ampla da consciência moral e, mais em específico, da natureza e da justiçado comércio e dos contratos, eu proponho duas estações de pesquisa que podem ser de ajuda para estudos futuros, em especial no que diz respeito ao estudo de ideias escolásticas na América Latina colonial. Começando com a análise dos títulos justos em favor da escravidão e do comércio de escravos propostos por Luis de Molina S. J. (1535–1600), eu procuro mostrar como os seus relatos foram recebidos criticamente por Diego de Avendaño S. J. (1594–1688), revelando traços básicos do pensamentonormativo da Segunda Escolástica na Europa e nas Américas. O conhecimento normativo oportunizado por esses dois intelectuais escolásticos seria testado de forma profunda ao longo das últimas décadas do século 17, sobretudo por autores que aguçaram aanálise sistêmica e a avaliação moral rigorista de todos os títulos de escravidão e de posse de escravos, bem como as exigências de uma ética da restituição.Palavras-chave: escravidão negra, Segunda Escolástica, justiça comutativa, probabilismo, Luis de Molina, Diego de Avendaño.
Abstract:In this study we attempt to describe and to analyze an aspect of Thomas Reid's (1710-1796) criticism to skepticism. Substantially, the core of this atittude is his criticism to "the common theory of ideas". A less explored part of his arguments, one that is the background of them, is Reid's conception of the method of obtaining philosophical truths. One decisive aspect here is the reflection about adopting certain "rules of philosophising" according to Reid. The relevance of studing the concept of philosophical method in Reid can be shown by remembering that, in the whole construction of his theory about the sources of knowledge and the principles of common sense, the "rules" are apllied in a rigorous and uniform way. His method helps one to understand, moreover, the kind of rejection of skepticism in epistemology that Reid will be able to accomplish. Keywords: Thomas Reid, skepticism, theory of ideas, scientific knowledge, method of philosophy.Resumo: O presente estudo tem o propósito de descrever e analisar um elemento da crítica de Thomas Reid (1710-1796) ao ceticismo. Em boa medida, o cerne dessa é a sua crítica à "teoria geral das ideias". Uma parte menos explorada dessa crítica, e que é o seu pano de fundo, é a concepção reidiana sobre o método de obtenção das verdades filosóficas. Aqui, um item central é a reflexão sobre a adoção de certas "regras do filosofiar" de acordo com Reid. A relevância do estudo da concepção do método filosófico, em Reid, pode ser apontada ao lembrar que, em toda a construção de sua teoria sobre as fontes de conhecimento e os princípios do senso comum, as "regras" são rigorosa e universalmente aplicadas. O seu método possibilita entender, ademais, o tipo de rejeição do ceticismo epistemológico que Reid poderá construir. Palavras-chave: Thomas Reid, ceticismo, teoria das ideias, conhecimento científico, método da filosofia.
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