ResumoO artigo tem como proposta apresentar uma síntese das características centrais da tradição religiosa africana banto. O objetivo é demonstrar que o conhecimento desses elementos, enquanto repertório simbólico disponível aos praticantes do calundu, pode trazer novas reflexões a respeito desta experiência religiosa no período colonial. Pretende-se, assim, incentivar futuras investigações que não privilegiem o sincretismo como elemento de diluição das heranças africanas, mas levem em conta os modos de sobrevivência, reatualização e transformação das tradi ções religiosas banto no Brasil.
Este artigo tem como objetivo principal analisar o significado do corpo na experiência religiosa de alguns escravizados de origem centro-africana que viveram em Pernambuco nos anos 30 do século XVII, a partir da análise de dois textos produzidos, neste período, por Zacharias Wagener, um viajante europeu que morou na região. Procura-se demonstrar que o movimento de seus corpos, descrito nestes relatos, estava ligado à sua capacidade de transcendência, superação do sofrimento e construção de sentido por meio da releitura de alguns elementos das tradições religiosas centro--africanas transplantadas para o Brasil, que contribuíam para a sobrevivência e ressignificação, neste território colonial, das heranças religiosas de seu continente de origem.
O significado de uma inocente flor levou Eduardo Silva a descortinar o que considerou "um novo paradigma de resistência ao sistema escravista". Ao desvendar o significado simbólico das camélias, o historiador propõe-se investigar as "ligações secretas" entre a articulação política empreendida pela elite e o movimento social negro.Entre estes segmentos sociais, as camélias aparecem como um importante veículo de comunicação simbólica. Por meio delas, os adeptos do abolicionismo identificavamse numa espécie de código secreto. O cultivo de camélias nos jardins domésticos, bem como seu uso na lapela do paletó ou no vestido, tornouse, no final do século XIX, uma verdadeira confissão de fé abolicionista.Nos primeiros capítulos do livro, tomamos conhecimento do quilombo abolicionista. Diferente de nosso velho conhecido quilombo-rompimento, esta modalidade caracterizava-se por ser dirigida por um novo tipo de liderança: em vez de grandes e ousados guerreiros, deparamo-nos com cidadãos conhecidos e bem articulados politicamente que promoviam a intermediação entre os fugitivos e a sociedade que os acolhia e protegia.O quilombo do Leblon, objeto de sua pesquisa, era sediado em uma chácara de propriedade do português José de Seixas Magalhães, um próspero fabricante e comerciante de malas da Rua do Ouvidor que, além de exportar seus produtos, investia em terras na então bucólica zona sul do Rio de Janeiro. Em ponto estratégico, por seu difícil acesso, Seixas cultivava camélias com o auxílio de seus refugiados e realizava reuniões abolicionistas com a presença de José do Patrocínio, Joaquim Nabuco, João Clapp, entre outros. Seixas contava com a cumplicidade dos ilustres membros da Confederação Abolicionista, orga-
Este texto tem como objetivo analisar, a partir das ideias propostas no livro África Insubmissa de Achille Mbembe, os significados da experiência religiosa como resistência ao processo de colonização cristã no continente africano, em contextos e construções narrativas pós-coloniais, em dois romances da literatura nigeriana: Things Fall Apart, de Chinua Achebe e Purple Hibiscus de Chimamanda Ngozi Adichie.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.