NOTA TÉCNICA
INTRODUÇÃOA contribuição da espectroscopia de Ressonância Magnéti-ca Nuclear à prática da síntese (orgânica ou inorgânica) está tão bem estabelecida que o embasamento teórico é feito em cursos elementares de química. Desde que grande parte da química de coordenação e organometálica faz uso bem extensivo de moléculas orgânicas como ligantes, a espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear tornou-se parte integrante das técnicas de análise organometálica. Além disso, um grande número de informações pode ser obtido através de parâmetros de RMN do átomo doador e do átomo metálico.Paralelamente ao grande avanço obtido na caracterização de compostos de coordenação e organometálicos através do desenvolvimento de técnicas para uso da Ressonância Magnética Multinuclear, o uso de ligantes fosforados na química organometálica e de coordenação tem assumido proporções gigantescas. São inclusive, uma grande contribuição para o rápido e vitorioso desenvolvimento do campo da catálise homogênea, no qual os complexos contendo fosfina têm um papel proeminente.Para a química dos complexos fosforados, nada é mais simples e mais útil que a Ressonância Magnética Nuclear de 31 P. O núcleo de fósforo com número de spin I = 1 / 2 é encontrado com 100% de abundância natural. Embora sua receptividade seja de apenas 7% em comparação com a do hidrogênio, o uso de aparelhos pulsados em conjunto com o desacoplamento total dos hidrogênios permite sua observação na maioria dos compostos, fornecendo dados importantes sobre a geometria dos mesmos.Com a finalidade de estudar a utilização da RMN de 31 P{ 1 H} na caracterização de complexos de coordenação e organometá-licos, decidiu-se utilizar além das fosfinas habituais como trietilfosfina, trifenilfosfina e outras fosfinas, uma fosfina porém ligada a átomos eletronegativos do que as citadas anteriormente, já que os grupos alquila possuem um efeito indutivo positivo, isto é, tendem a compartilhar mais seus elétrons. Para tal escolhemos o 2-cloro-1,3,2-dioxafosfolana (1) e o 2-cloro-4,5-benzo-1,3,2-dioxafosfolana (2).Devido à ligação com os dois átomos de oxigênio e com o átomo de cloro, os átomos de fósforo dos compostos 1 e 2 deveriam estar com menor densidade eletrônica, o que talvez possa ter provocado uma maior desblindagem em relação às fosfinas com radicais alquila. O composto 1 pode ser considerado como sendo um glicol clorofosfito. Sua nomenclatura é feita com base no "The Ring Index" 1 e nas regras de nomenclatura da IUPAC 2 , porém outros nomes são encontrados na literatura tais como etilenofosforoclorideto 3,4 , éster etilênico cíclico do ácido clorofosforoso 5 e etilenoclorofosfito 6,7 . A preparação de 1 envolve a ação do tricloreto de fósforo sobre o etileno glicol. O 2-cloro-1,3,2-dioxafosfolana é um líquido viscoso incolor, que exibe características químicas usuais dos haletos de acila tais como fumegar em contato com o ar e reagir rapidamente com água, álco-ois e aminas (primárias e secundárias).
SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DOS COMPOSTOSO átomo de cloro em 1 é facilment...