As duas pinturas de Rembrandt van Rijn (1606-1669) nas quais o artista holandês retrata lições de anatomia em 1632 e 1656 revelam limitações que a leitura de uma obra de arte pode impor ao olhar contemporâneo se nos ativermos apenas ao universo de nossa subjetividade, ignorando o panorama histórico no qual tais representações foram criadas. A partir dessa constatação aparentemente óbvia, o presente trabalho pretende apontar os parâmetros clássicos que determinaram a longa tradição das práticas anatômicas e alguns de seus desdobramentos contemporâneos, com especial enfoque nos trabalhos do polêmico artista, ou seria melhor dizer, médico e anatomista alemão Gunther Von Hagens. Como no Atlas Mnemosyne, de Aby Warburg, a associação de imagens estrutura o eixo das reflexões.
Se a estética do corpo ocupa um lugar de destaque no mundo atual, isso se deve muito às raízes clássicas de nossa cultura ocidental, assim como aos desdobramentos nem sempre positivos dessa influência ao longo dos séculos. A partir de uma abordagem ampliada do conceito de clássico, proposta por Omar Calabrese, faremos uma viagem guiada por diferentes objetos culturais, motivados pela estrutura do Atlas Mnemosyne de Aby Warburg, aproximando criticamente imagens separadas no tempo e no espaço sem qualquer restrição estético-formal, histórico-cronológica ou iconográfica. Desse trajeto desdobram-se análises do corpo clássico não apenas em relação a padrões estéticos e seus ecos visuais na arte e na cultura contemporâneas, mas também um olhar atento para as dimensões éticas e conceituais dessa produção.
Em janeiro de 2005, comecei a trabalhar em uma associação beneficente, com crianças de 7 a14 anos, em uma comunidade carente, na periferia leste da cidade de São Paulo. Diariamente, das 8h às 12h durante quatro anos e meio. Foi esse o período, de intensa e produtiva convivência com mais de trezentas crianças, que mudou, para sempre, minha relação com o ensino das artes e, principalmente, a maneira como passei a encarar a função sócio-cultural da formação artística na construção da autonomia expressiva e, por que não, como instrumento determinante no fortalecimento da identidade de crianças e adolescentes em âmbito geral. O presente texto relata, de maneira informal, algumas das experiências vividas no Projeto Vida Nova, distanciando-se, portanto, de um texto com teor científico. Não porque ignore ou desconsidere os estudos no campo da educação relacionada às artes visuais, mas porque seria simular uma reflexão, que se estruturou essencialmente pelo olhar, pela disposição para com o encontro diário de personalidades e sensibilidades singulares.
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