Resumo O objetivo deste artigo é analisar os mecanismos de governança não estatal da violência em uma comunidade pobre da zona sul do Recife, com base em etnografia e entrevistas realizadas entre os anos de 2018 e 2022. Após constatarmos que não há um regime armado estabelecido com enforcement capaz de impor um sistema de governança criminal, encontramos um esquema de governança não estatal informal da violência, protagonizado por atores que não fazem parte do mundo do crime. Por fim, afirmamos que as intervenções desses atores não causam um impacto significativo na redução do número de episódios violentos, ao mesmo tempo que fazem com que o uso de força seja dissuadido em certas situações, impedindo que a criminalidade violenta seja maior.
O México tornou-se uma das nações mais violentas do mundo e os indicadores de violência, que até então eram baixos, alcançaram os patamares mais elevados já mensurados até então. Entre os anos de 2006 e 2012 ocorreram cerca de quarenta e sete mil homicídios relacionados ao conflito entre organizações criminosas e o Estado. Em 2010, os homicídios relacionados à guerra às drogas representaram 45% de todos os homicídios cometidos no país. De acordo com Rios, um dos autores utilizados nessa pesquisa, a cidade de Juarez chegou a marca de 216 homicídios por grupos de cem habitantes, valor superior a territórios em zona de guerra como Bagdá, a capital do Iraque. Este trabalho possui como objetivo central analisar a ascensão da criminalidade violenta, com foco nos homicídios, no México, tendo como base a tipologia de Moser, cujos fatores políticos/ institucionais, econômicos e sociais, aparecem como categorias centrais após décadas com baixos índices de criminalidade.
O objetivo deste trabalho foi descrever e analisar o modo de atuação da Polícia Militar numa Comunidade do Recife. A análise foi ancorada em quatro categorias locais que emergiram no curso da pesquisa: a polícia que “altera”, “Inflama” e mata e os policiais de dentro. Os dados foram obtidos a partir de uma etnografia, cuja realização se deu no período de seis meses em que o autor morou no local onde esta pesquisa foi realizada. Concluímos que o modo de atuação da PM é baseado em pequenas violências cometidas no dia a dia, o que faz com que a instituição deixe de existir enquanto alternativa de promoção de segurança e resolução de conflitos. Função esta que passou a ser exercida por meio de um sistema de governança informal da violência e de conflitos interpessoais operacionalizado por determinados atores comunitários, sem vínculos com o mundo do crime.
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