Brejos de altitude são formações vegetais disjuntas da Mata Atlântica, que ocorrem no Agreste de Pernambuco e Paraíba, como ilhas de umidade no ambiente semi-árido da Caatinga. O Parque Vasconcelos Sobrinho, situado na Serra dos Cavalos, em Caruaru, PE, é um exemplo do pouco que resta desses brejos na região. Com 359 ha, abriga uma floresta exuberante e diversos corpos d'água, porém vem sofrendo intenso processo de degradação, em decorrência da agricultura irrigada em seu interior e da exploração de argila no entorno. Para uma caracterização dos recursos hídricos foram obtidos, no período de 1998 a 2000, dados de chuva, de vazão nos riachos do Chuchu e Capoeirão, e de qualidade da água, nos dois cursos d'água e nos três maiores reservatórios existentes no Parque. No estudo de demandas pelo uso da água, ênfase maior foi dada aos conflitos da atividade de irrigação em relação ao uso da água para abastecimento público e à preservação dos ecossistemas locais. Neste trabalho, conclui-se que em Brejo dos Cavalos a precipitação pluviométrica é superior a do seu entorno, devido a razões orográficas e à própria existência da floresta remanescente, mas o desmatamento progressivo tende a alterar as condições microclimáticas locais. Neste contexto, o cultivo do chuchu é o principal consumidor de água no Parque, gerando perda de vazão dos cursos d'água e menor aporte para os reservatórios, os quais já começaram a sofrer assoreamento, devido a processos erosivos gerados sobretudo pelos desmontes na exploração da argila. Tais constatações exigem ação imediata do poder público, principalmente a implantação de um Plano de Manejo para o Parque.
A zona estuarina de Suape é formada pelos rios Massangana, Tatuoca, Ipojuca e Merepe, situando-se a cerca de 25km ao sul do Recife. A implantação um porto e da infra-estrutura para um complexo industrial acarretou em obras de aterros, dragagens e represamentos, alterando a hidrologia local e modificando drasticamente a paisagem. A partir de fotografias aéreas na escala 1:30.000 obtidas nos anos de 1974 e 1988, de imagens do sensor TM do satélite Landsat 5 de 1984 e com o auxílio de carta topográfica na escala 1:25.000 de 1971, foram realizadas a fotointerpretação e a reambulação, resultando em cartas de cobertura de vegetação de mangue de 1974 e 1988, assinalando-se as intervenções físicas ocorridas neste período. Dos 2874ha de manguezal existentes em 1974, restam em 1988 2276ha, com uma perda de 21% do total. Destes 214ha foram aterrados por aterro hidráulico ou material argiloso oriundo de outras áreas; 384ha foram alagados, em decorrência de dragagens e de inundações por represamento. Mais 27ha encontram-se em processo de degradação, devido a uma inundação temporária ocorrida, em consequência de obstrução de vazão do rio Ipojuca em sua foz, quando da construção do porto. Foram marcadas oito estações nas áreas preservadas e em regeneração para caracterização da estrutura do manguezal, formado pelas espécies Rhizophora mangle L., Avicennia germinam (L.) Stearn. Avicennia shaueriana Stapf. & Lee chman, Laguncularia racemosa Gaertn.. além do Conocarpus erectus L. que ocorre periféricamente. Os bosques estudados nas áreas preservadas apresentam-se, com um bom desenvolvimento, maduros ou em amadurecimento, de acordo com os parâmetros evidenciados (densidade, área basal, altura média do bosque e diâmetro médio). Os bosques estudados nas áreas em regeneração apresentam-se bastante jo vens com uma densidade elevada indicando portanto que, se estas áreas forem pre servadas, tais bosques atingirão o seu equilibrio.
The suape estuarine zone is formed by Massangana, Tatuoca, Ipojuca and Merepe rivers, that are located about 25km Southern far from Recife. The settlement of a port and the industrial Complex structure came to cause earthwork, dredging and darnming, modifying extensively the local hidrology and the scenery. Photointerpretation and reambulation were realized on the basis of aerial photographs (scale 1:30.000) taken in 1974 and 1988; images of the Landsat 5 satellite in 1984, and topographic maps (scale 1:25.000) in 1971, resulting in mangrove vegetation maps of 1974 and 1988, which clearly indicate the physical interventions during this period. In 1974 there were 2874ha of mangrove. A reduction of 21% led, in 1988, to 2276ha from whiten 214ha have been landing by clay land material from other areas; 384ha were inundated due to dredging gand diking. More than 27ha are in a degradation process. In order to allow the characterization of the mangrove structure, eight observation stations were settled in preserved and regenerating areas. The mangrove is formed by Rhizophora mangle L., Avicennia germinans (L.) Ste...
Este trabalho teve por objetivo analisar a evolução da condição ambiental de quatro fragmentos de Mata Atlântica tutelados ao Exército Brasileiro, localizados na Região Metropolitana do Recife, através da comparação espacial e temporal do Índice de Área Foliar (IAF), gerado a partir de imagens do satélite Landsat 5/TM, em períodos que variam de 18 a 21 anos. Antes de ficarem sob a responsabilidade do Exército, as áreas de estudo eram utilizadas no cultivo de cana-de-açúcar e capim para pecuária. Concluiu-se que o método de comparação utilizando-se o Índice de Área Foliar mostrou-se adequado, evidenciando uma melhora das condições ambientais dos fragmentos florestais das áreas pertencentes às Organizações Militares estudadas, com incremento de quase 100% em alguns casos. Esta tendência de melhora progressiva da condição ambiental se estabelece no sentido inverso do que vem ocorrendo na maioria das áreas florestais estudadas nas regiões metropolitanas. Esta constatação evidencia a necessidade de uma estratégia de conservação dessas áreas no futuro, reduzindo as pressões por mudança no uso do solo, geradas pelos atuais vetores de crescimento urbano e industrial.
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