Resumo O presente artigo visa discutir os traços distintivos da Teoria da Reprodução Social (TRS). Argumento que, ao resgatar a noção marxiana de totalidade social, a TRS avança em relação à formulações anteriores da perspectiva unitária no sentido de desenvolver uma compreensão da dinâmica que envolve a produção capitalista e a reprodução da vida cotidiana da classe trabalhadora, i.e., as relações de opressão, exploração, expropriação e alienação nas sociedades contemporâneas. Trata-se de importante e distinta chave de análise das interações entre classe, raça, gênero e sexualidade no capitalismo.
O presente artigo visa desfazer os mitos recorrentemente construídos sobre a tradição marxista e as relações de raça e gênero. Argumento que tais mitos são fruto de um duplo processo: o desconhecimento da totalidade da obra de Marx e um reducionismo eurocêntrico da contribuição marxista, uma tradição construída transnacionalmente por mãos de diversas cores e gêneros. Para isso, realizo um balanço crítico dessa tradição através do retorno aos escritos tardios de Marx e às contribuições de marxistas negros, negras e periféricos, reconstruindo o que chamo de marxismo amefricano ou atlântico. Por fim, proponho a recuperação de uma perspectiva unitária para a melhor compreensão das relações sociais de gênero, raça e classe.
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