Este artigo objetiva analisar a correspondência e a não correspondência prosódica entre pares adjacentes nas sequências de abertura em interações conversacionais ao telefone no português europeu. Um corpus de 52 gravações telefônicas foi utilizado para este fim. O parâmetro prosódico selecionado para a análise foi o contorno entoacional.Os resultados indicam que a correspondência prosódica é um fenômeno produtivo em sequências de abertura de conversas telefônicas no português europeu, estando em geral associadaà demonstração de colaboração para o desenvolvimento da conversa.
O estudo da expressão acústica da emoção geralmente busca analisar se variáveis prosódicas, como entoação (F0), velocidade de fala, pausas, ritmo, intensidade e duração, são pistas confiáveis para a caracterização dos estados emocionais do falante. O presente trabalho tem como objetivo verificar se existe uma associação no Português do Brasil entre a emoção básica de “raiva” e a variável prosódica “velocidade de fala”, como a literatura frequentemente sugere que há para outros idiomas. O corpus consistiu de fragmentos de fala espontânea gravados a partir de um programa de rádio. Os fragmentos foram selecionados com base em um teste de percepção. Para a análise de produção, apenas trechos que foram identificados por mais de 75% dos participantes do teste perceptual como associados às categorias de “raiva” e “neutro” foram selecionados. Os resultados demonstraram que, para os dados que foram utilizados na análise, há uma redução da velocidade de fala quando os enunciados estão associados com a emoção de “raiva”, se comparado com expressões faladas de forma “neutra” pelo mesmo falante, em oposição ao que a literatura frequentemente indica para outras línguas.
O presente artigo objetiva analisar o papel da prosódia na resolução de ambiguidade global em sentenças do tipo SN1 - V - SN2 - Advérbio de lugar - Advérbio de intensidade (bastante) - Atributo (e.g. O guitarrista recebeu o baterista no quarto bastante drogado), no português do Brasil. Consideramos a hipótese de que pistas prosódicas, como stress e pausa, auxiliam no processo de desambiguação, tanto de forma isolada quanto em conjunto. O paradigma experimental do presente estudo utilizou um método off-line de processamento linguístico através de um questionário cujas opções de respostas foram apresentadas em uma escala tipo Likert. Os resultados apresentados revelaram predominância de atribuição do adjetivo ao primeiro sintagma nominal, em todas as condições analisadas. Entretanto, a escolha por atribuir o adjetivo ao primeiro sintagma nominal aumentou, de forma estatisticamente significativa, nas condições em que houve manipulação prosódica para esse fim, mostrando evidências para confirmação da nossa hipótese.
Este artigo objetiva observar de que forma se processa a variação da preposição para em suas variantes [para], [pra] e [pa], no falar de Maceió, em função da influência de fatores sociais e linguísticos. Nesta pesquisa, o corpus foi coletado com trinta informantes. Foram testadas as seguintes variáveis independentes: contexto fonológico seguinte, paralelismo, acento da sílaba seguinte, classe da palavra seguinte, presença de tepe no item seguinte, faixa etária e sexo. As gravações coletadas foram anotadas no ELAN e a análise multivariacional dos dados realizada com o programa Goldvarb, que não considerou como estatisticamente significativa a interferência das variáveis paralelismo e classe morfológica da palavra seguinte na variação estudada. Do corpus coletado, verificamos um número inexpressivo (menos de 1%) de ocorrências da variante para. Os contextos favoráveis à forma inovadora pa foram: i) as consoantes coronais e as vogais posteriores; ii) a presença de tepe na sílaba seguinte; e iii) a ausência de acento na sílaba seguinte. Além disso, constatamos que os mais jovens e as mulheres produzem mais a variante [pra]. Esses resultados apontam para o desaparecimento da variante [para] na fala dos maceioenses.
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