RESUMO O presente ensaio teve como objetivo analisar os dilemas na relação da construção do Sistema Único de Saúde (SUS) e o movimento sindical com o intuito de apontar perspectivas de lutas, no contexto de congelamento dos gastos públicos (previsto na Emenda Constitucional 95 aprovada em 2016) que impactam no SUS e da recente reforma trabalhista aprovada no governo Michel Temer, em 2017. Logo, revisita-se a literatura acadêmica sobre o sindicalismo brasileiro e o Movimento da Reforma Sanitária Brasileira (MRSB), usando análises que envolvam os campos da saúde coletiva, da saúde do trabalhador e da sociologia do trabalho, com o intuito de aprofundar as discussões sobre as transformações no mundo do trabalho e do sindicalismo no cenário nacional correlacionando com a realidade dos trabalhadores da saúde no SUS. Dessa forma, aponta-se para algumas possibilidades de articulação e organização de atuação sindical que envolva os diversos atores sociais do MRSB e sindicatos dos trabalhadores da saúde no SUS, perpassando desde a concepção de ‘novo sindicalismo social’, à organização no local de trabalho e até a necessidade da construção de lutas para além do setor saúde com intuito de enfrentar os desafios da conjuntura atual desfavorável à ‘classe-que-vive-do-trabalho’.
The greatest challenge in the development of universal health systems worldwide is to increase organization, training, and regulation of the health workforce (HWF). To accomplish this, the World Health Organization (WHO) has pointed out several strategies utilized since the beginning of the 2000s. One of the world regions with the greatest internal HWF disparities is the Americas, more specifically Latin America and the Caribbean. Brazil is another of the countries in this region that presents great inequities in its HWF distribution, although its Unified Health System (Sistema Único de Saúde, or SUS), created after 1988, is one of the largest universal health systems in the world. It is worth noting that Latin America, the Caribbean, and Brazil historically have high levels of social inequality and have recently become regions severely affected by the COVID-19 pandemic. Despite some advances in the formation and distribution of HWF in Latin America and the Caribbean in the last 10 years, structural problems persist in the health systems of several countries in this region, such as Brazil. The COVID-19 pandemic aggravated some problems such as the distribution of specialized health workers in intensive care units and the precarious working conditions in several public health services that were organized to face the pandemic.
O artigo trata da reconfiguração do trabalho na Atenção Primária à Saúde (APS) a partir de mudanças implementadas pelo governo federal desde 2017, que agravam as circunstâncias de precarização do trabalho. Metodologicamente, inspira-se na etnografia de caso ampliado de Michael Burawoy, dialogando com estudos sobre a reestruturação produtiva e a Nova Gestão Pública (NGP), articulados ao conceito de penosidades. Utilizou-se a observação participante e entrevistas semiestruturadas com trabalhadoras e uma equipe de saúde de uma unidade básica do Sistema Único de Saúde (SUS) do Rio de Janeiro. Caracterizam-se como penosidades: exigência constante de mudanças na organização do cotidiano do trabalho e sobrecarga devido à extensa jornada de trabalho, e cobrança pelo alcance de metas a despeito das condições de trabalho. Ressalta-se a necessidade de continuar análises da reconfiguração do trabalho em saúde, considerando os impactos da Emenda Constitucional nº 95 (2016); da reforma trabalhista (2017) e da pandemia de Covid-19.
Ferida crônica (FC) é uma lesão recorrente e refratária da pele, resultante ou influenciada pela descompensação de doenças crônicas tais como hipertensão, diabetes, hanseníase etc. Se configura como relevante problema de saúde pública, devido altos graus de limitação física e mental que impõe. A Atenção Primaria à Saúde (APS) é a porta de entrada principal do portador de FC e um dos pilares de sustentação do SUS. O presente trabalho objetivou relatar a experiência de implementação da linha de cuidado aos portadores de FC em uma unidade da atenção básica do município de Salvador-BA, no período de 2020 a 2022. Foram observados diversos entraves, como por exemplo: falta do perfil socioepidemiológico dos pacientes ausência de protocolo assistencial para as consultas de enfermagem e médicas, além de falhas na articulação da rede de instituições especializadas. Para tanto, fluxos e ferramentas foram construídos, além da pactuação e estimulação da equipe multidisciplinar possibilitando o direcionamento mais adequado dos recursos e do cuidado.
As doenças crônicas, como a Diabetes Mellitus, é um dos agravos à saúde que mais demandam por ações de educação em saúde, como o autocontrole dos níveis de glicose, a prática de atividade física e a dieta alimentar, sendo, estas, instrumentos fundamentais para o seu controle. Neste estudo, objetiva-se relatar a experiência de educação à saúde oferecida por meio de oficinas educativas para pessoas com diagnostico de Diabetes Mellitus e com dificuldades para alcançar a meta glicêmica em seu tratamento. Foi utilizada metodologia participativa e técnicas lúdicas, envolvendo a participação de 50 usuários com diabetes e cadastrados na Unidade Básica de Saúde de Ipuca,a qual é uma das unidades inscritas no Programa Mais Médicos, no município de São Fidelis, no período de dois anos.A metodologia participativa valorizou o conhecimento prévio dos participantes em relação à fisiopatologia, dieta e atividade física e a co-responsabilidades frente ao autocuidado. A oficina mostrou-se como espaço de reflexão e debate sobre a adoção de hábitos saudáveis¬, demonstrando que as vivências e as experiências em se trabalhar de forma conjunta profissionais de saúde e pacientes, auxiliam na redução da mortalidade por diabetes e na melhoria da qualidade de vida e o melhor cuidado do usuário e da comunidade.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.