Disponível on-line no endereço www.igc.usp.br/geologiausp -273 -Resumo O aquífero associado à Formação Alter do Chão (FAC) -subsistema aquífero Alter do Chão (AAC) -é o mais conhecido da região amazônica. Estudos recentes indicam sua possível conexão com o subsistema aquífero cretáceo Tikuna, que possui continuidade por todas as bacias amazônicas, ambos integrando o grande Sistema Aquífero Amazônico (SAA). O objetivo do presente trabalho foi o aperfeiçoamento do modelo conceitual de funcionamento do AAC a oeste de Manaus. A metodologia incluiu medidas do nível d'água, de parâmetros físico-químicos in situ em poços e amostragem para análises químicas e isotópicas das águas subterrâneas. Realizou-se o levantamento das características geológicas e limites do aquífero, baseado em dados de poços de petróleo e de abastecimento de água existentes. Os resultados revelaram que as águas do AAC a oeste de Manaus possuem duas origens principais: 1) origem meteórica, pouco mineralizadas, situadas nas camadas aquíferas superiores, em um sistema livre, com recarga local; 2) origem remota, mais mineralizadas, com maior tempo de residência no aquífero, armazenadas nas camadas mais profundas em um sistema provavelmente confinado, originadas possivelmente em áreas de recarga do bordo oeste do SAA. As análises isotópicas calibradas sugerem uma idade média de 21.380 anos para águas subterrâneas mais mineralizadas e profundas dos municípios de Manacapuru e Careiro. Essa água é, provavelmente, resultado de uma mescla de águas mais antigas com águas de recarga mais recente. Por conta dessa diferenciação hidrogeoquímica, correlacionada com a geologia local, o AAC foi subdividido em uma porção superior, livre e menos mineralizada, e outra inferior, mais antiga e mineralizada, ambas misturadas a leste do Arco de Purus, com progressiva diluição pela chuva.Palavras-chave: Aquífero Alter do Chão; Hidrogeologia; Hidrogeoquímica; Região Metropolitana de Manaus. AbstractThe aquifer associated with the Alter do Chão Formation (ACF) -Alter do Chão Aquifer subsystem (ACA) -is the best known in the Amazon region. Recent studies have indicated its possible connection with the Cretaceous Tikuna Subsystem, which is continuous throughout the Amazon basins, both parts of the great Amazon Aquifer System (AAS). The aim of the article was to generate new insights on the ACA functioning, in the west of Manaus. The methodology included measurements of water level and in situ physical-chemical parameters in wells, along with groundwater sampling for chemical and isotopic analysis. Geological characteristics and aquifer boundaries were estimated with data from existing oil and water wells. Results show that ACA waters in western Manaus have two main origins: 1) meteoric origin, with poorly mineralized waters, situated in the upper aquifer layers in an unconfined system with local recharge; 2) remote origin, more mineralized, with longer residence time in the aquifer, stored in the deeper layers, probably in a confined system. Its origin is presumably in the rec...
O uso de isótopos em estudos hidrogeológicos constitui uma importante ferramenta na construção de modelos conceituais de funcionamento, bem como na determinação de parâmetros relacionados à recarga e ao fluxo das águas subterrâneas. O isótopo radiativo do carbono (14C), também conhecido como radiocarbono, tem uma meia-vida de 5.730 anos na natureza. A datação de águas subterrâneas por radiocarbono é feita a partir da estimativa de tempo de decaimento dos isótopos de carbono durante o fluxo da água no aquífero. Como a quantidade de carbono dissolvido na água não é conservativa, outras fontes podem adicionar carbono ao sistema a partir de reações químicas, como por exemplo a dissolução de carbonatos presentes na matriz do aquífero. Dessa forma, na estimativa de idades de amostras de água subterrânea frequentemente faz-se uso de modelos de correção. Apesar das dificuldades associadas, a datação por radiocarbono é uma poderosa ferramenta no estudo de aquíferos. O relativo baixo custo das análises, aliado a uma meia-vida que cobre uma importante faixa de idades na interpretação dos processos hidrogeológicos, e a quase onipresença de carbono dissolvido nas águas subterrâneas, torna-o muito conveniente e utilizado na investigação de águas subterrâneas com tempos de residência entre 500 e 40.000 anos. Assim, este artigo traz um resumo sobre a fundamentação teórica por trás dessa técnica e suas aplicações em estudos hidrogeológicos, especialmente no Brasil, em que a aplicação do 14C na determinação de tempos de residência vem ocorrendo desde a década de 1970, tendo o uso se iniciado na região Nordeste do país. Posteriormente, na década de 1980, os estudos foram estendidos aos aquíferos das regiões Sudeste e Sul. Apenas recentemente foram realizados estudos de radiocarbono nos aquíferos da região Amazônica. Alguns exemplos desse emprego são apresentados no artigo, como ilustração da utilidade desse importante marcador.
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