Em meio a florestas nativas de araucária e a reflorestamentos de pinus e eucalipto, o município de Telêmaco Borba, localizado na região dos Campos Gerais, no estado do Paraná, experimentou um particular desenvolvimento de sua comunidade: seu surgimento e seu desenvolvimento decorreram de um investimento privado das Indústrias Klabin de Celulose e Papel. Com mais de 100 anos de idade, a Klabin passou por diversas transformações. Seus fundadores chegaram ao Brasil em 1887 e em 1899, Maurício Klabin, seus irmãos Salomão e Hessel Klabin, e seu primo Miguel Lafer, que fundaram a Klabin Irmãos e Cia, cuja atividade principal era a importação e a produção de artigos de papelaria. Na década seguinte, a Família Klabin-Lafer decidiu entrar no setor de produção de papel: arrendou a Fábrica de Papel Paulista e, juntamente com outros acionistas, constituiu a Companhia Fabricadora de Papel. Em apenas 25 anos, a Klabin era uma das três maiores produtoras do setor papeleiro nacional. No ano de 1934, arrendou a Fazenda Monte Alegre, na região dos Campos Gerais-Paraná, para construir sua fábrica de celulose e papel. Como resultado dessa iniciativa, surgiu a cidade de Telêmaco Borba e uma dependência umbilical entre município e empresa. Na tentativa de reduzir essa dependência, a Prefeitura concebeu o distrito industrial do município, em 1989. A iniciativa contou com a participação da Klabin, que, a partir de 1993, passou a ser a provedora de matéria-prima para os empresários que ali se instalassem. Em 2009, a Klabin retomou os projetos de expansão da planta fabril, e uma nova preocupação passou a permear a agenda da Prefeitura e dos empresários do Distrito Industrial de Telêmaco: como seria o futuro do distrito industrial de Telêmaco Borba, uma vez que a Klabin, possivelmente, destinaria grande parte do excedente da madeira de suas florestas para o abastecimento da nova fábrica (com previsão para iniciar a operação meados de 2015), em vez de destiná-la para o distrito? Era Uma Vez… José Felix da Silva, um dos maiores latifundiários da região dos Campos Gerais do século XIX, travou uma sangrenta batalha contra os índios Caiagangues para conquistar as terras da Fazenda Monte Alegre, tornando-se o proprietário da maior sesmaria da região, com aproximadamente 86 mil alqueires. A sesmaria, à medida que era passada de geração em geração, era somada a outras terras que os herdeiros já possuíam, transformando a Fazenda Monte Alegre num extenso latifúndio. Com o crescimento da família e a impossibilidade de se manter a mesma estrutura agrária, os herdeiros venderam a fazenda com o objetivo de comercializar madeiras, ramo de atividade que gradativamente passou a ser visto como promissor. Porém, a má administração da empresa madeireira levou o empreendimento à falência; o latifúndio foi leiloado e arrematado pelo antigo Banco do Estado do Paraná. Pouco tempo depois, a Fazenda Monte Alegre foi adquirida pelo Grupo Klabin; o compromisso de compra e venda fora firmado em 1934, em Curitiba, e a escritura definitiva foi lavrada no Rio de Janeiro,...
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