A atividade garimpeira tem se expandido na Amazônia desde a década de 1980, com especial incentivo durante a Ditadura Militar. Em novembro de 2021, cerca de 300 balsas de garimpo ilegal invadiram o Rio Madeira, em um trecho entre os municípios de Nova Olinda do Norte e Autazes, no Amazonas, demonstrando a força da atividade de extração de minério na região, sobremaneira em sua face ilegal. O jornalismo ambiental tem um papel-chave na compreensão do garimpo em toda a complexidade socioambiental que a atividade representa à realidade amazônica. Diante desse cenário, esta pesquisa tem como objetivo analisar a cobertura jornalística promovida pelo Portal A Crítica sobre o episódio da invasão de balsas de garimpo no Rio Madeira ocorrida em 2021. Como suporte metodológico, recorremos à proposta da Análise de Cobertura Jornalística (SILVA; MAIA, 2011), adaptada à investigação do jornalismo digital, para realizar um estudo qualitativo, tendo como base os pressupostos do jornalismo ambiental (GIRARDI et al., 2020; LOOSE; GIRARDI, 2017). Identificamos um total de 33 matérias jornalísticas e dois editoriais, abrangendo o período compreendido entre 24 de novembro de 2021 a 14 de fevereiro de 2022. Observamos as limitações na cobertura do Portal A Crítica, que atende de forma apenas pontual os pressupostos do jornalismo ambiental. O elemento factual domina a cobertura jornalística do Portal e os discursos das fontes do poder público e oficiais predominam, em detrimento das vozes da população afetada pela atividade do garimpo. A cobertura encontra-se limitada por não alcançar uma postura ambientalmente engajada, profunda e afinada com os pressupostos do jornalismo ambiental.
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