8 DossiêResumo: nos Estados Unidos dos anos 1960, duas ordens de conflitos preocupavam os defensores da ordem capitalista: o conflito social interno, manifesto na grande onda mobilizatória surgida desde o início da década, e o conflito internacional, no qual a hegemonia desse país se encontra questionada. Zbigniew Brzezinski, um sovietólogo anti-comunista, ligado ao Partido Democrata, produzirá nesse contexto uma obra marcante para a elaboração de novas estratégias hegemônicas, o livro Entre duas Eras, o qual simboliza também um ponto de transição em sua trajetória. Nessa obra, detalhadamente analisada neste artigo, Brzezinski propõe um diagnóstico sobre aquilo que ele chamou de ''era tecnetrônica'' e os conflitos por ela gerados, bem como um programa para uma ação que restabelecesse a ordem por meio da administração do conflito interno e internacional. Palavras
Christinne Buci-Glucksman, em seu clássico estudo de 1975, Gramsci e o Estado, mostra como é precisamente no Primo Quaderni que apareceria pela primeira vez o conceito de aparelho de hegemonia, utilizado basicamente para se referir à “constituição da classe”. Como é relativamente bem conhecido na literatura especializada, Antonio Gramsci, até 1926 (inclusive em A questão meridional) utilizou o conceito de hegemonia para designar uma estratégia revolucionária do proletariado (“hegemonia do proletariado”); e somente no Caderno I passa a referir-se à hegemonia como forma de dominação das classes dominantes, sobretudo. Por sua vez, Gianni Francioni (1984) e outros intérpretes mapeiam as metamorfoses deste conceito nos Cadernos do Cárcere. O propósito deste artigo é retomar os sentidos originais deste conceito em Gramsci de modo a entender a expansão de aparelhos de hegemonia de caráter privado no mundo capitalista contemporâneo, especialmente como este conceito pode ser útil para a pesquisa histórica. Recebido em 03 de outubro de 2019Aprovado em 17 de novembro de 2019Editado em 15 de dezembro de 2019
ResumoNo início dos anos de 1970, a criação da Trilateral Commission, composta por intelectuais, empresários e políticos de Estados Unidos, Japão e Europa Ocidental, trazia uma nova perspectiva estratégica em um mundo atribulado por disputas comerciais e políticas dentro do bloco capitalista. Inspirada e formulada por intelectuais como Zbigniew Brzezinski, ela teve como um de seus temas centrais a reformulação das instituições internacionais, vistas por eles como conturbadas por uma confrontação cada vez maior por parte de coalizões de países do então chamado Terceiro Mundo. A Trilateral Commission reunia algumas figuras-chave de instituições como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, e suas propostas para a reformulação dessas e de outras instituições vinham no sentido de ''despolitizá-las", criando mecanismos permanentes de prevenção de conflitos internacionais. Para estrategistas como Brzezinski, essa era uma forma de recompor a hegemonia americana que, confrontada pela "síndrome do Vietnã" e com a crise do petróleo, parecia agora aceitar a ideia de uma ''hegemonia compartilhada''. O propósito do artigo é mostrar como as propostas trilateralistas para o funcionamento das organizações internacionais foram uma das principais alternativas estratégicas desenvolvidas naquele contexto histórico. Palavras-chave: Organizações internacionais; Comissão Trilateral; Hegemonia; teoria neogramsciana AbstractIn the early 1970s, the creation of the Trilateral Commission, made up of intellectuals, entrepreneurs, and politicians from the United States, Japan, and Western Europe, brought a new strategic perspective into a world beset by trade and political disputes within the capitalist 1 Este artigo é parte de pesquisa financiada pela CAPES.
O artigo discute a relação entre liberalismo e democracia em diferentes momentos históricos, comparando definições de democracia ao longo da História Contemporânea, a partir das Revoluções Francesa e Americana. Procura-se entender quais questões sociais centrais que estavam subjacentes às distintas definições de democracia, bem como os projetos políticos que informavam tais definições. Procura-se, essencialmente, mapear os pontos de virada no pensamento liberal sobre a democracia, com destaque para a visão procedimentalista de meados do século XX e para o debate dos anos 1990. Recebido em 12-08-2019 Aprovado em 31-10-2019
Resumo: O debate acerca da internacionalização do Estado na história contemporânea é interdisciplinar e já se desenvolve desde os anos 1980, renovando-se até hoje, porém, com novas contribuições provenientes de distintas correntes teóricas. As transformações vividas pelo Estado contemporâneo se relacionam tanto com as metamorfoses do capitalismo contemporâneo quanto com as diversas crises que se entrecruzaram ao longo dos anos 1970, a partir das quais se nota um avanço na relevância das organizações internacionais de diversos tipos. No artigo procura-se identificar e debater as proposições das principais correntes críticas que abordaram o problema da internacionalização do Estado, entre elas as dos chamados "neogramscianos" (como Robert Cox e Stephen Gill) e dos "neopoulantzianos" (como Bob Jessop, C. Gorg e U. Brand). Pretende-se problematizar estas classificações, mas ao mesmo tempo identificar as matrizes teóricas comuns a estas correntes, comparando suas hipóteses acerca do problema e também relacionando estudos de caso internacionais de relevância acerca do tema.
HOEVELER, Rejane Carolina. A reorganização da extrema direita latino-americana no ascenso bolsonarista: fóruns e redes organizativas. In: FARIA, Fabiano Godinho; MARQUES, Mauro Luiz Barbosa (Org.). Giros à direita: análises e perspectivas sobre o campo líbero-conservador. Sobral-CE: Editora SertãoCult, 2020, p. 71-89.
Christinne Buci-Glucksman, em seu clássico estudo de 1975, Gramsci e o Estado, mostra como é precisamente no Primo Quaderni que apareceria pela primeira vez o conceito de aparelho de hegemonia, utilizado basicamente para se referir à “constituição da classe”. Como é relativamente bem conhecido na literatura especializada, Antonio Gramsci, até 1926 (inclusive em A questão meridional) utilizou o conceito de hegemonia para designar uma estratégia revolucionária do proletariado (“hegemonia do proletariado”); e somente no Caderno I passa a referir-se à hegemonia como forma de dominação das classes dominantes, sobretudo. Por sua vez, Gianni Francioni (1984) e outros intérpretes mapeiam as metamorfoses deste conceito nos Cadernos do Cárcere. O propósito deste artigo é retomar os sentidos originais deste conceito em Gramsci de modo a entender a expansão de aparelhos de hegemonia de caráter privado no mundo capitalista contemporâneo, especialmente como este conceito pode ser útil para a pesquisa histórica. Recebido em 03 de outubro de 2019Aprovado em 17 de novembro de 2019Editado em 15 de dezembro de 2019
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.