Desde 1996, o médico anatomista alemão Gunther von Hagens vem promovendo a exposição "Os mundos do corpo -exibição anatômica do homem real" ("Body worldsthe anatomical exhibition of real human") no Japão, Alemanha, Áustria, Bélgica, Londres e Seul. O evento já foi visitado por pelo menos 8 milhões de pessoas e nele são apresentados 200 exemplares anatômicos (25 corpos e 175 partes) conservados a partir de uma nova técnica para a conservação de órgãos e estruturas do corpo humano, chamada por Hagens, seu idealizador, de plastinização (plastination).Gunther von Hagens, doutor em medicina pelo Departamento de Anestésicos e Medicina de Emergência da Universidade de Heidelberg (1975), logo depois, teve sua fama ligada a essa técnica de plastinização, que ele desenvolveu em 1978, quando trabalhava no Instituto de Anatomia e Patologia da Universidade de Heidelberg. Desde 1996, curiosamente, é professor visitante da Escola de Medicina de Dalian, na China e diretor do Centro de Plastinização da Academia Médica Estadual de Bishkek, na Repú-blica do Quirguistão. Autor de várias publicações, Hagens possui também uma empresa sediada em Heidelberg, a BIODUR TM , que comercializa os equipamentos e os polímeros utilizados na técnica de plastinização e também um Instituto onde põe em prática o trabalho de conservação e fixação das peças anatômicas.A plastinização consiste basicamente no seguinte: durante um processo a vácuo, exemplares biológicos são preenchidos por um polímero desenvolvido especialmente para esse fim. O tipo de polímero utilizado determina as propriedades mecânicas (flexibilidade e rigidez) e ópticas (transparência ou opacidade) da peça preservada. A plastinização tem a vantagem de ser uma técnica de conservação seca e inodora, mantendo o relevo natural das superfícies e a peça idêntica ao seu estado antes da fixação, permitindo o exame macro e microscópico com grande acuidade visual. A plastinização substitui os fluidos corporais e a gordura com polímeros reativos, tais como silicone, borracha, resinas de epóxi ou poliéster. Na primeira fase do processo, solventes substituem gradualmente os fluidos com um banho de solvente gelado ("substituição por congelamento"); em seguida, a peça desidratada é colocada num banho de imersão de solvente na temperatura ambiente, para a retirada da gordura. A peça, desidratada e sem gordura, é colocada numa solução de polímero. O solvente é, então, fervido a vácuo e continua-