A partir da trajetória de Zilda de Carvalho Espíndola (1905-1985), também conhecida como Aracy Côrtes, este trabalho se propõe a refletir sobre as desigualdades de gênero e raça na capital federal, nos anos 1920. Desta forma, suas origens, processos educativos e os espaços por onde atuou, nos permitem iluminar um caminho possível, e muitas vezes tortuoso, para a ascensão social através no universo do entretenimento. Na tentativa de articular cultura e educação, busco apreender através de suas experiências artísticas, especialmente a personagem "Mulata", um destaque na carreira dessa atriz e cantora, como os debates sobre nação, gênero e raça eram construídas nos palcos do Teatro de Revistas do Rio de Janeiro, no alvorecer do novecentos.
A partir da trajetória de Zilda de Carvalho Espindola (1904-1985), também conhecida como Aracy Côrtes, este trabalho se propõe a compreender as profundas relações entre educação – e suas práticas difusas –, cultura e política na cidade do Rio de Janeiro, nas primeiras décadas do século XX. Através de periódicos, entrevistas concedidas ao Serviço Nacional de Teatro e sua biografia, publicada em 1984, por Roberto Ruiz, busco perceber como as experiências dessa atriz, cantora e empresária do teatro de revista dialogavam com as transformações sociais ocorridas na capital federal. Debruçaremos-nos, especialmente, sobre suas vivências na Sociedade Dramática Particular Filhos de Talma, visto que os grêmios dramáticos vinculavam-se como espaços de formação social, promovendo práticas de letramento, palestras, encontros e debates de textos teatrais que permeavam o cotidiano da cidade. Para tanto, é importante concebermos a educação de forma ampla e plural, entendendo como as iniciativas pautadas em uma ação institucionalizada coexistiram com espaços plurais de acesso às letras. Como nos sugere Edward P. Thompson, ao considerarmos as diferentes vivências de Aracy Cortez no universo do entretenimento carioca, nos inclinamos a olhar para a sociedade na sua multifacetada rede de relações. Não obstante, o início de sua carreira artística nos permite perceber como as mulheres tornaram-se protagonistas de ações educativas, elaborando variadas estratégias para ampliar o acesso ao código letrado, conferindo-lhe uma vasta gama de sentidos.
A partir da composição Sonho de Ópio, encenada pela Companhia Teatral São José, este trabalho se propõe a refletir sobre as imbricadas relações entre participação política feminina e o universo cultural carioca na Primeira República. Para tanto, o conceito de gênero se faz relevante, na tentativa de ressignificar a atuação e experiências femininas, revelando protagonismo social tanto na esfera pública, como em aspectos privados. Intentaremos perceber como as personagens femininas “Suffragista” e “Perversidade” nos fornecem indícios para compreender como mulheres, de diversos segmentos sociais, ocuparam o espaço público e o universo do entretenimento carioca dos anos 1920, em meio às profundas desigualdades de gênero.
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