INTRODUÇÃOO ensaio do micronúcleo em plantas do gênero Tradescantia (TRAD-MCN) vem sendo amplamente utilizado como teste de genotoxicidade, desde o experimento fundamental da Radiobiologia, do pesquisador Sax (1938), que mostrou que as cé lulas desta planta sofrem alterações cromossômicas quando expostas aos raios-X, e que na medida em que a dose de radiação aumenta, a frequência de alterações aumenta proporcional com a dose. Há diversos estudos que utilizam este tipo de planta como biomonitores ambientais para a avaliação da qualidade do ar com relação à presença de poluentes ambientais, com destaque às pesquisas desenvolvidas por um grupo de brasileiros (GUIMARÃES et al., 2000; CARVALHO-OLIVEIRA et al., 2005;FERREIRA et al., 2007;MEIRELES et al., 2009). Segundo estes pesquisadores, a Tradescantia não só permitiria avaliar a ação genotóxica de poluentes presentes no ar para a planta, como é possível correlacionar estes achados com a saúde da população, tal como a incidência de câncer naquela região (MARIANI et al., 2009). Em outro estudo, foi utilizado o teste do micronúcleo em Tradescantia, utilizando o clone 4430, resultado do cruzamento das espécies Tradescantia subacaulis e Tradescantia hirsutiflora para avaliar a possível ação genotóxica decorrente da presença de radionuclídeos naturais na região de Poços de Caldas, no entanto, nenhum aumento significativo de micronúcleos foi observado em plantas desta região (GOMES et al., 2002). Por outro lado, há poucos relatos sobre o ensaio TRAD-MCN aplicado na investigação da possível ação genotóxica do calor, sendo este tema de grande relevância diante das perspectivas de aumento da temperatura global devido às mudanças climáticas, com possibilidade de impactar tanto a agricultura quanto a saúde humana. Há evidências que em temperaturas iguais ou superiores a 42 ºC, a Tradescantia já apresenta um "background" maior de micronúcleos do que comparado às plantas mantidas nas temperaturas moderadas. Além disso, a Tradescantia expressa proteínas de choque térmico (HSPs -"Heat Shock Proteins"), que sinalizam que a célula foi exposta à altas temperaturas (XIAO;MASCARENHAS, 1985). Porém, a resposta será diferente se a exposição for imediata, ou se for gradual (HALL, 2000). A temperatura igual ou superior a 42 ºC, assim como as radiações ionizantes, possui uma ação clastogênica (i.e., que quebra cromossomos), levando a formação de aberrações cromossômicas instáveis (dicêntricos, anéis e fragmentos acêntricos) e micronú cleos em células expostas (HALL, 2000; RIBEIRO et al., 2003). O teste do micronúcleo é considerado o "padrão-ouro" de avaliação da ação genotóxica de agentes físicos e químicos (RIBEIRO et al., 2003). Os micronúcleos são um subproduto das aberrações cromossômicas instáveis ou de perdas de cromossomos inteiros. Eles consistem numa pequena massa nuclear revestida por membrana e separada do núcleo principal da célula, sendo de fácil identificação quando comparada às aberrações cromossômicas instáveis (HALL, 2006; IAEA, 2011). A principal causa de sua formação é a...
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