Compreender o ofício do historiador ao trabalhar com fontes históricas digitalizadas e repositórios digitais, constitui o horizonte desta pesquisa. A investigação situa-se no entrecruzamento dos campos da História da Educação e História Digital, produzindo reflexões a respeito das principais transformações e desafios enfrentados, tanto na produção do conhecimento, como na prática investigativa da ciência histórica. A discussão respalda-se teórico e metodologicamente na literatura sobre fontes históricas digitalizadas (Chartier, 2002; Brasil & Nascimento, 2020), assim como em autores que tratam acerca da importância de criação e manutenção de repositórios digitais (Bicas, Rodrigues & Gervasio, 2019; Antunes, 2008). Nesse sentido, selecionamos como exemplo o repositório da Revista Pour l’Ère Nouvelle. Concluímos que a utilização dessas ferramentas tecnológicas tem sido de grande relevância para a área das Humanidades, sobretudo, pela influência sobre a produção historiográfica que, por sua vez, deriva dos diferentes olhares, perspectivas e fazeres constituídos por meio do acesso virtual.
Analisar o livro A lei biogenetica e a escola activa de 1929 enquanto artefato da cultura material escolar e como elemento de profissionalização docente é o objetivo deste estudo. Para tanto, são tratados desde os processos que antecedem a sua existência no cenário educacional brasileiro até a sua presença na coleção da Biblioteca de Educação da Companhia Melhoramentos/SP. Em uma reflexão histórica sobre a relevância do livro na organização da educação nacional, são investigadas as tratativas para a tradução e publicação em língua portuguesa, a partir das cartas trocadas entre o autor, o suíço Adolphe Ferrière e o educador Lourenço Filho, partir da observação da complexidade de um produto cultural que ultrapassou fronteiras territoriais e barreiras linguísticas, possibilitando a circulação de saberes.
Muitas são as motivações para viajar: descobrir lugares somente imaginados, viver experiências inusitadas, estreitar laços ou encontrar novos interlocutores, por exemplo. Como tantos outros viajantes, os educadores igualmente têm seus motivos para atravessar distâncias, conhecer e se fazer conhecer. Também são muitos os modos de perscrutar viagens de educadores. Todos eles exigem compreender o sujeito que viaja, o contexto da travessia, o destino escolhido, as redes estabelecidas e as repercussões da viagem. Este é o exercício que pretendemos realizar neste texto, que se detém na viagem da educadora católica Laura Jacobina Lacombe a Locarno, Suíça, em 1927, quando representou a Associação Brasileira de Educação (ABE) no IV Congrès International d’Education Nouvelle, evento que objetivou propagar os princípios da educação moderna, e, em particular, o tema da liberdade que amalgamava as preocupações centrais. Para tanto, elegemos como fio condutor o relatório que apresentou ao regressar da viagem, que funciona como um testemunho do visto e vivido, permitindo interpretar a importância de sua participação no diálogo que se instituía entre educadores brasileiros e estrangeiros que gravitavam em torno do Institut Jean-Jacques Rousseau e que se desdobrou em novas viagens e trocas sobre os modelos pedagógicos em construção.
O presente artigo busca analisar interpretações, produzidas pelo dirigente educacional norte-rio-grandense Nestor dos Santos Lima, sobre a docência em instituições de educação. Comissionado oficialmente no ano de 1923 para observar espaços educacionais em estados brasileiros e na região do Rio da Prata, produziu um minucioso registro contendo dados e impressões acerca dos espaços visitados e que permitem perspectivar as relações entre os saberes e práticas que orientavam a docência desenvolvida no Brasil e na Argentina no respectivo período. Esta investigação centra-se, portanto, no conhecimento das ideias e práticas que circularam internacionalmente a partir da intersecção entre os países analisados. Em termos teórico-metodológicos, fundamenta-se na História Cultural e nos elementos da História Comparada, bem como na História da Educação Profissional, numa perspectiva transnacional. Dessa forma, são interlocutores Ciavatta (2007; 2009), Cunha (2005), Chartier (1990), Catani (2007), Roldán Vera e Fuchs (2021), Riondet, Hofstetter e Go (2018), dentre outros. A análise do relatório ressalta o contato do dirigente com a Associação Brasileira de Educação e demais sujeitos que circulavam no país. No tocante à educação para o trabalho, destaca-se a crescente procura por qualificação em um ofício com a aquisição do conhecimento prático, conferindo uma visão técnica e artística. Nesse sentido, as visitas comissionadas buscaram imprimir cientificidade e significação social às formações para o progresso técnico nas oficinas e nas indústrias nacionais.
O presente estudo interessa-se sobre a História da Educação, projetando o foco, principalmente, para a análise dos impactos da pandemia de COVID-19 (Novo Coronavírus) na educação escolar. Nessa linha, problematiza contribuições de reconhecidos pesquisadores do campo em questão. Para isso, prestigia uma entrevista, publicada por Honorato e Nery (2020), na Revista Acta Scientiarum -Education, tencionando contribuir para o debate sobre as imprevisibilidades que perpassam o cotidiano social e que devem ser analisadas cientificamente, de acordo com o momento/local em que estão inseridas; a importância da escola pública na e para a sociedade; e, por fim, para o que as pesquisas têm analisado/discutido, diante dos novos enfrentamentos.
O objetivo desse artigo é analisar, com base na concepção dos professores, as mediações que dificultam a educação de qualidade e a plena garantia do direito à aprendizagem de jovens, adultos e idosos no tempo presente. Trata-se de resultados parciais da pesquisa exploratória, em andamento, que fez uso, até o momento, de entrevistas de roteiros semiestruturados realizadas com 16 professores do Ensino Fundamental e Médio das redes municipal/estadual do Rio de Janeiro, Duque de Caxias e Piraí. Os resultados sinalizam que os desafios para a qualidade da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e para as aprendizagens dos sujeitos referem-se aos aspectos das políticas públicas e do cotidiano escolar: a quase ausência de formação docente para atuar na modalidade, currículo pouco apropriado, permanência de práticas pedagógicas pautadas no paradigma da suplência, dificuldade dos professores em trabalhar com a diversidade, intensificada com a juvenilização e com o aumento de estudantes com necessidades educacionais especiais na modalidade.
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