Este artigo tem como objetivo revisitar as trajetórias da educação em e para os Direitos Humanos no Brasil e discutir uma possibilidade prática de formação de professores de história em e para os Direitos Humanos a partir da ferramenta de pesquisa-formação denominada ateliê (auto)biográfico. O ateliê é parte de uma pesquisa de doutorado em andamento e os atores da pesquisa são professores de História em formação e bolsistas do PIBID. Iniciamos refletindo sobre os caminhos que a educação em e para os Direitos Humanos tem trilhado nas últimas décadas no Brasil e como estas trajetórias implicam no ensino de história. Em seguida apresentamos e discutimos o ateliê para defender a ideia de que ele tem a capacidade de promover reflexões e práticas relacionadas aos Direitos Humanos e contribuir com a formação para a docência no ensino de história.
Neste artigo, recortamos algumas análises desenvolvidas a partir de interrogações da pesquisa intitulada "Políticas Curriculares do Ensino de História: os jogos de tempo e jogos de linguagem". Essa pesquisa possui um recorte de análise que busca investigar os sentidos de sujeito e tempo na política curricular de história da rede municipal de uma cidade catarinense, construída pelos professores, no contexto das orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais de História. Nesse recorte específico do artigo, analisamos os sentidos de tempo dessa política curricular e tomamos como empiria o currículo em vigência, elaborado em 2011, que é analisado a partir de sugestões das "cadeias de equivalências", "significantes vazio" e disputas por "hegemonias" trabalhadas por Ernesto Laclau (2011). No campo da Educação e do Currículo, nos aproximamos dos trabalhos de Alice Casemiro Lopes (2012), Alice Casemiro Lopes e Danielle dos Santos Matheus (2011), como também das produções de Elizabeth Macedo (2006, 2009) e, ainda, dos escritos de Carmen Teresa Gabriel (2011, 2013). Na primeira seção, fazemos uma breve cartografia das discussões sobre tempo no que importa para um breve panorama das discussões convencionadas sobre o tema em múltiplas áreas do conhecimento e, na sequência, destacamos as discussões do conceito de tempo consolidadas no campo da História, assim como as discussões relacionadas ao tempo e ao ensino da História. A partir desses argumentos, socializamos as análises acerca dos sentidos de tempo que são mobilizados nessa política curricular. Palavras-chave: currículo, políticas públicas, ensino de história, tempo.
Este artigo apresenta parte dos resultados da uma dissertação de mestrado em Patrimônio Cultural e Sociedade, especialmente no ponto em que se aproximaram os campos do Patrimônio Cultural e da Educação de forma interdisciplinar a partir das Teorias do Discurso. A empiria analisada foi o texto do Programa Nacional de Inclusão de jovens: educação, qualificação e ação comunitária, ProJovem, de 2006. Uma política que funciona como um disparador de “currículos” para os jovens brasileiros de baixa renda e excluídos do mercado de trabalho. Interessou na pesquisa saber quais os sentidos de juventudes apresentados nesse texto e o discurso, posto nessa textualidade, enquanto agenciamentos de sentidos politicamente situados. Ernesto Laclau foi o principal teórico que fundamentou a metodologia e possibilitou tomar o conceito de juventude como ‘significante vazio’, e perceber a forma como ele vai se construindo no contexto dessa política, em cadeias de equivalências em que concorrem para a conceituação hegemônica do termo. Na aproximação dos dois campos foi possível capturar as formas de vida dos jovens construídas dentro e fora da escola, como valorização de um patrimônio cultural juvenil e tomar o currículo escolar enquanto lócus de construção de sentidos sociais hegemônicos. O jovem de baixa renda, posto como vulnerável e pouco engajado pelo texto do programa, é convocado a integrar-se na sociedade por meio dos sentidos de trabalho e cidadania chancelados pelos conteúdos formais da escola.
Esse artigo é um esforço teórico construído a partir de deslocamentos provocados por narrativas produzidas durante as pesquisas no contexto do Grupo de Pesquisa Subjetividades e (auto)biografias e que revelam situações de vulnerabilidade e precariedade da vida. Trata-se de pensar as narrativas como uma das formas de expressão de potência no trabalho pela vida. Entendendo que o trabalho pela vida consiste em lutar contra uma coisidade completa. O argumento construído tem sua fundamentação em Mbembe (2018a; 2018b; 2018c), para pensar as condições pelas quais as vidas são submetidas na lógica neoliberal. Mas não só, em termos epistemológicos as leituras de Mbembe (2018a) disparam reflexões da psicanálise e corroboram para evidenciar o engendramento dos lugares de potência das narrativas nos processos formativos. Sobretudo, essa aposta também é política uma vez que problematiza um sistema que produz a coisificação da vida e transforma humanos em “criptas vivas do capital”, como nomeia Mbembe. O argumento é um elogio as narrativas como amálgama dos imaginários fantasmagóricos – que faz consistir no sujeito que narra – e o simbólico como um “poder noturno” – que o faz existir. Ou seja, a organização da linguagem e da memória como capacidade performática do corpo em metamorfose para (ex)istir, ou existir em um fora. Dessa forma, as narrativas ao dar a ver o sujeito que narra, revelam um lugar fulcral da potência vital, que coincide com a formação de si, quais seja, um entre “o poder noturno” e o “mundo fantasmal” nas palavras de Mbembe.
Resumo: Este artigo busca compreender o movimento de subjetivação de um grupo de jovens ciberativistas, diagnosticados com Esclerose Múltipla, que investem na mudança do sentido social da doença e da identidade do doente. Suas ações estão na internet, mas atuam também nas instâncias físicas de decisões das políticas públicas de saúde. Em consonância a Tourette-Turgis (2013), reconhecemos, nas narrativas desses jovens, que, diante do diagnóstico da doença, eles buscam e organizam um saber sobre si ou um processo (auto)formativo de aprendizagem com a doença. Com Malini e Antoun (2013), buscamos compreender o ciberespaço como rizoma onde proliferam articulações múltiplas acerca da saúde/doença, assim como de um novo perfil dos movimentos sociais e organizações não governamentais. Essas subjetivações são paráfrases de sistemas de dominações mais ou menos conhecidas, mas, sobretudo, a novas normatividades em processos de amizades como caminho para o cuidado de si (FOUCAULT,
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