Este estudo analisa as avaliações em larga escala e suas formas de legitimar a dominação de poder neoliberal. Articula os estudos sobre a colonialidade, decolonialidade e avaliação externa, problematizando como as avaliações em larga escala legitimam instâncias de poder colonialista na educação. Possui caráter bibliográfico pautado pelas contribuições teóricas do grupo latino-americano (M/C/D) como: Dussel (1993), Mignolo (2007; 2009) e Quijano (1992; 2005; 2009), bem como dos estudos sobre estado e avaliação de Afonso (2000; 2013; 2015), Dias Sobrinho (2002), dentre outros. Discute a possibilidade de uma avaliação decolonial, apontando que as avaliações externas legitimam um processo avaliativo colonizador de poderio neoliberal, cujo modelo exclui culturas e saberes de identidades criadas no mundo colonial.
Este estudo analisa saberes de mulheres quilombolas sobre práticas educativas de alfabetização realizadas pelo Projeto de Extensão EJAI Mulher (PEJAI Mulher). É uma reanálise das trajetórias, vivências e processos de alfabetização das mulheres da Comunidade Quilombola de Laranjeiras/Aldeias Altas/MA, visando compreender a presença da afrodescendência e da Afrocentricidade nas vivências do grupo de quebradeiras de coco-babaçu da região dos cocais maranhenses. Faz uso da pesquisa documental, recorrendo a análise da monografia “Mulheres quilombolas na EJAI: trajetórias, vivências e processos” (SILVA, 2019), subsidiada pela pesquisa bibliográfica, a partir do conceito de Afrodescendente (BOAKARI, 2010; CUNHA JR, 2001, SILVA, 2015) e Afrocentricidade (ASANTE, 2009; MAZAMA, 2009). Destaca saberes afrocentrados que constituem a comunidade Laranjeiras e sua matriz histórica, cultural e epistemológica, também, em diálogo com as perspectivas de conhecimento hegemônico. Conclui que a análise de saberes de mulheres quilombolas são fundamentais para quem deseja afrocentrar suas pesquisas, reafirmando o protagonismo e as vozes insurgentes desse grupo, suas existências e seus saberes locais ligados aos valores civilizatórios africanos e afrodiaspóricos.
O estudo sobre Práticas educativas de professoras afrodescendentes no magistério superior da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) tem o propósito de averiguar se as práticas educativas das professoras afrodescendentes, da UFMA, estão, de alguma forma, permeadas por princípios da afrocentricidade, que concebem as/os africanas/os e as/os afrodescendentes, nas diásporas, como agentes de sua própria cultura e história, conforme seus interesses. Sustenta-se nas perspectivas teórico-metodológicas da História Nova e da decolonialidade, por valorizar o ponto de vista de grupos historicamente subalternizados. Procede a uma revisão de literatura sobre princípios afrocêntricos, ao mesmo tempo em que faz uso da análise documental e entrevistas semiestruturadas, visando a elaboração de narrativas, a partir dos relatos das professoras partícipes da pesquisa. Destaca como principais resultados os desafios de produzir narrativas que revelem princípios da proposta epistemológica da afrocentricidade nas práticas educativas das professoras afrodescendentes universitárias, concluindo que, estas, são docentes afrocentristas, tendo em vista suas atitudes epistêmicas endereçadas à desconstrução de linguagens estereotipadas, dos racismos e, sobretudo, ao conhecimento do mundo africano, tentando elaborar novas narrativas de valorização e reconhecimento de sua cultura e história. Com isso, realizam um movimento dentro do território epistêmico afrocentrado, mediante sua posição em lugares sociais que não lhes foram destinados, segundo a lógica ocidental. Esta presença subversiva na universidade as tornam protagonistas da construção de novas pedagogias, uma Pedagogia Afrocentrada.
Este estudo analisa a inserção histórica da mulher no mercado de trabalho e sua relação com a educação. Discute a persistência da desigualdade de gênero entre homens e mulheres no Brasil e o longo caminho a ser percorrido, em direção à superação deste fenômeno social, especialmente, quanto às dimensões étnico-raciais que desafiam os modos de vida de mulheres afrodescendentes. Faz uso de pesquisa bibliográfica e documental, abordando três aspectos principais: 1) a questão da divisão sexual no mercado de trabalho, que engloba as desigualdades de gênero no uso do tempo para dedicação à profissão, aos cuidados com a família, a imposição de múltiplas jornadas de trabalho; 2) a relação entre conquistas nas trajetórias educacionais e atuação no mercado de trabalho, especialmente, nos embates de inserção das mulheres na profissão docente; e, 3) a necessidade de políticas públicas que incentivem a participação equitativa de mulheres no mercado de trabalho. Os resultados evidenciaram a necessidade de políticas públicas baseadas em princípios de transversalidade, intersetorialidade e interseccionalidade, visando distribuição de competências (políticas, institucionais e administrativas) com foco no aumento das redes de fortalecimento da autonomia econômica das mulheres via escolarização e participação no mercado de trabalho, sem obliterar que existem especificidades para mulheres afrodescendentes, lésbicas, rurais, dentre outras.
O estudo discute a educação fundamentada numa proposta de saberes da alfabetização afrocentrada, contribui para o agenciamento, pertencimento e afirmação da identidade afro-brasileira. Apresenta aproximações teóricas entre Molefi Kete Asante e Paulo Freire, educador popular brasileiro, quando trabalha a educação libertadora e transformadora do sujeito histórico valorizando e reconhecendo os elementos culturais africanos. Evidencia processos de alfabetização que afrocentra a própria língua oficial ao criar palavras em língua nacional (crioula) usando a ortografia portuguesa. Mostra a relevância dos Centros de Instrução Revolucionária (CIR) na formação de consciência acadêmica, política e crítica na emancipação de grupos, tendo a educação como elemento de transformação social, localizando afro-brasileiros e afrodiáspóricos no reposicionamento de sua ancestralidade reafricanizada.
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