Neste artigo, discutimos as vicissitudes das diferentes montações e performances drag e de pessoas gênero-dissidentes. Fazendo uso do termo “performance trans”, na perspectiva de Juliana Frota da Justa Coelho, pretendemos refletir sobre diferentes formatos e efeitos suscitados por performances de gênero. O objetivo é, sem intenção de constituir uma trajetória histórica supostamente única, compreender as potencialidades e os desafios destas performances e promover uma reflexão sobre os efeitos dessas manifestações em nossa sociedade e o contexto social dos lugares onde ocorreram e ocorrem. A partir da teoria queer, que se apresenta como crítica à cisheteronormatividade, voltamos a nossa atenção para a análise de performatividades não hegemônicas que tensionam tais normas. Assim, o artigo foi dividido metodologicamente em três partes: 1) discussão teórica sobre a normatividade envolvendo os usos do corpo generificado; 2) contextualização das performances drag queen; e 3) análise acerca de alguns dos múltiplos significados e formatos que foram sendo adotados nas últimas décadas para a elaboração das performances trans. Os momentos apresentados ao longo do artigo permitem assinalar, finalmente, como as diferentes performances trans oferecem elementos para uma crítica potente e transformadora do ideal feminino cisheteronormativo.
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