ResumoEste estudo de caso visa compreender o processo de mudança de uma pessoa em psicoterapia de grupo a partir de uma perspectiva narrativa. A observação participante e a análise dos registros das doze sessões de um grupo de curto prazo permitiram investigar episódios e intervenções terapêuticas que contribuíram para a construção de uma narrativa em que a pessoa se descrevia com uma maior autonomia em sua vida, superando a narrativa anterior saturada pelo problema. Entendemos que os recursos propostos pela perspectiva narrativa, tais como a identificação de acontecimentos extraordinários, a externalização do problema e o fortalecimento das narrativas de enfrentamento ajudaram a construir novos sentidos por meio da criação de um espaço dialógico no contexto grupal. Apesar da fertilidade da aproximação das propostas narrativas ao campo grupal, as reflexões realizadas apontaram ainda alguns desafios a serem enfrentados.Palavras-chave: psicoterapia de grupo, terapia narrativa, mudança, construcionismo social. AbstRAct Change in group psychotherapy: understandings from narrative therapyThis case study aims to understand the change process of a person in group psychotherapy, from a narrative perspective. Participant observation and an analysis of the notes of twelve sessions of a short-term group allowed us to investigate episodes and therapeutic interventions that had contributed to the construction of a narrative in which the person self-described as
A Responsabilização é um fenômeno importante em conversas sobre doenças crônicas, tais como o diabetes. Assim, o objetivo deste estudo foi entender como a Responsabilização foi manejada em grupos em que se conversava sobre viver com diabetes. Metodologicamente, este estudo foi inspirado pela Psicologia Discursiva. Foram realizadas cinco oficinas com 25 pessoas com Diabetes mellitus Tipo 2 e seus cuidadores. Analiticamente, foram identificadas duas estratégias discursivas: (a) "Responsabilizando aos outros: atribuindo responsabilidade a terceiros" e (b) "Responsabilizando-se", subdividida em: "Responsabilizando-se: o uso de outras formas de cuidado" e "Responsabilizando-se: o acostumar-se a viver com diabetes". As análises mostraram que as estratégias utilizadas permitiram aos participantes se colocarem discursivamente no contexto interacional como pessoas que cuidavam da saúde, bem como administrarem possíveis acusações. Além disso, foi possível compreender como a Responsabilização é um processo discursivo e relacional diretamente relacionado às demandas situacionais do contexto interativo e às expectativas socioculturais.Palavras-chave: responsabilização; diabetes mellitus; psicologia discursiva. ABSTRACTAccountability is an important phenomenon in conversations about chronic diseases such as diabetes. Thus, the purpose of this study was to understand how Accountability was managed in groups that talk about living with diabetes. Methodologically, this study was inspired by the Discursive Psychology. Five workshops were held with 25 people with type 2 Diabetes mellitus and their caregivers. Analytically, we identified two discursive strategies: (a) "Blaming others: assigning responsibility to others" and (b) "Blaming oneself", sub-divided into: "Taking responsibility: the use of other forms of care" and "Taking responsibility: the getting used to living with diabetes". The analysis showed that the strategies used allowed participants to put themselves discursively in interactional context as people who cared for the health and who managed possible charges. Furthermore, it was possible to understand how accountability is a discursive process directly related to relational and situational demands of the interactive context and socio-cultural expectations.Keywords: accountability; diabetes mellitus; discursive psychology.As doenças crônicas, de maneira geral, trazem uma série de desafios aos pacientes, aos cuidadores e às equipes de saúde. Entre os principais problemas relacionados estão: a gravidade das complicações do adoecimento, os elevados gastos públicos e/ou pessoais para seu controle, além de uma baixa inserção no cuidado de si e falta de adesão ao tratamento. Essas questões ganham uma atenção especial quando a incidência dessas doenças é alta, como no caso do Diabetes mellitus no Brasil -6.399.187 de pessoas (Almeida & Matos, 2003;Ministério da Saúde, 2009;Oliveira & Gomes, 2004).No contexto das doenças crônicas, o autocuidado, a adesão ao tratamento e a responsabilidade do paciente de saber da sua doença ...
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