O presente estudo compara o encantamento da vida proposto pelo movimento surrealista à visão de mundo do homem da Idade Antiga. Considera-se que o texto não tem a pretensão de afirmar que a maneira como os antigos entendiam a vida como produto dos deuses seja a mesma em relação ao encantamento da vida proposta pelos surrealistas. Tenciona-se apenas estabelecer uma comparação em nível de estrutura de pensamento, bem como suas proximidades e dessemelhanças. Assim, o presente trabalho caminha no sentido de tentar estabelecer uma comparação entre o encantamento que havia na maioria das civilizações da antiguidade com noções de encantamento propostas pelos surrealistas, ao mesmo tempo evidenciando as discrepâncias, em virtude do distanciamento do tempo vivido entre as duas visões.
O presente artigo propõe uma leitura e análise do conto “Uma estrangeira de nossa rua”, de Milton Hatoum (2010), discutindo uma proposta de sentido para o amor como ausência. Para tanto, partimos de conceitos de pensadores contemporâneos, como Zygmunt Bauman (2004) e Pascal Bruckner (2014), que defendem a tese da morte do amor verificada por meio da sua fácil realização. O personagem analisado em questão evidencia uma paixão obsessiva, entretanto, sua falta de experiência impede que ele vá ao encontro do objeto de seu amor. Desse modo, a ausência de experiência, bem como a consequente ausência do amor, no caso do conto, ocasiona um efeito contrário de “morte do amor”, uma vez que pela não sua não realização a paixão permanece viva na mente do personagem. Esse amor vivo se explica, de acordo com a psicóloga Nadiá Paulo Ferreira (2004), como um sentimento de frustração amorosa.
RESUMO A partir da análise do conto “Marieta e Ferdinando”, investiga-se a composição dos estereótipos masculino e feminino como produtos de condições sociais que determinam certas práticas. O conto reflete sobre um casamento prolongado em que o casal, em especial a mulher, sofre com o desgaste e com a transformação de seus corpos. O relacionamento em declínio proporciona uma fusão entre os atributos que compõe a experiência entre gêneros das personagens. Os papéis desempenhados por cada um sofrem, ao final do conto, uma troca ou transmutação, afetando inclusive seus corpos. Desse modo, verifica-se como a luta constante pelo exercício da sexualidade e pela manutenção da juventude do corpo são fatores que desvelam a artificialidade de determinados padrões de gênero como algo socialmente construído.
O trabalho investiga o lugar ocupado por Rubem Braga como mestre da crônica na história da literatura brasileira. Desse modo, elencaram-se os principais nomes da histografia literária brasileira, como Afrânio Coutinho, Alfredo Bosi, Luciana Stagagno Picchio, José Aderaldo Castello e Carlos Nejar, para efetuar-se uma análise quantitativa no sentido de mensurar qual o tratamento dispensado à crônica de Rubem Braga. Por último, analisou-se a importância da crônica do capixaba por meio do trabalho Duas ou três páginas despretensiosas, de Luiz Carlos Simon, e sua importância para a história da literatura brasileira.
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