Considerando o contexto do ensino remoto emergencial, o objetivo deste estudo é compreender as características das interações discursivas em uma aula on-line de língua inglesa na plataforma Google Meet. Os exemplos das interações são provenientes da gravação de uma aula da turma de semestre dois do curso de inglês do Centro Cearense de Idiomas, unidade Jóquei. Assumindo um olhar dialógico, as interações discursivas foram caracterizadas a partir do contexto de realização da aula e das atitudes ativo-responsivas dos interlocutores – professor e alunos – em função da construção de um projeto comunicativo no qual os alunos pudessem falar sobre acessórios e perguntar sobre preços em inglês. O estudo oferece, portanto, um panorama das características das interações discursivas em uma aula on-line de língua inglesa na plataforma Google Meet vinculadas às suas etapas de organização, comparando, sempre que possível, com a aula presencial.
This article analyzes the dispute around meanings involving the homosexual male body characterized as bear. Based on the theoretical-methodological framework of Dialogic Discourse Analysis, an analysis was carried out of a Facebook group post with three sequences of commentaries on the bear body type. The analysis revealed that the heart of the meaning making dispute in the utterances holds two distinct evaluations: (i) the bear identified as a fat and hairy body, and (ii) the bear identified as a standard body and with (some) body hair. Through the fat/not-fat and hairy/hairless oppositions, the standard gay body contests the bear body characteristics, notably the hair, for demonstrating more masculine traits. However, this position generates protests, almost always in an ironic and critical tone, from those who defend that bears represent the resistance of a category that fits, above all, the fat body.
Tendo em vista a importância de se compreender como é construído um conhecimento socialmente compartilhado em contexto educacional, verificamos as representações sociais de professores de um curso de letras inglês de uma universidade do interior do estado do Ceará sobre o uso de tecnologias digitais. Para dar corpo à esta reflexão, utilizamos a Teoria das Representações Sociais na perspectiva dialógica. O dispositivo metodológico autoconfrontação possibilitou a geração do corpus discursivo. A análise se concentrou em torno das diferentes relações entre alter/ego/objeto flagradas nos diálogos com os professores. Concluímos que as representações sociais sobre o uso das tecnologias digitais em contexto educacional giram em torno de themata do tipo “fácil/difícil” e “certo/errado”. A semântica positiva dos léxicos “fácil” e “certo” construiu a representação de que o uso de tecnologias digitais é melhor para os alunos, fácil, prático e válido, enquanto a semântica negativa dos léxicos “difícil” e “errado” compôs a representação do objeto como uma obrigação, difícil, trabalhoso ou, até mesmo, inadequado. As relações dialógicas na tematização do objeto sinalizam que o tema ainda é palco de tensão e constantemente negociado nas práticas de linguagem dos professores. Advogamos, assim, pela necessidade de políticas púbicas que viabilizem a formação do professor de maneira a levá-lo a ressignificar a relação com as tecnologias digitais para além das categorias oposicionais verificadas.
Este artigo tem como objetivo demonstrar que o dialogismo é o princípio constitutivo da relação entre linguagem e identidade, levando em consideração a perspectiva da Linguística Aplicada na busca em estabelecer mecanismos teórico-metodológicos que possam sustentar a identidade como uma representação advinda da prática discursiva. Nossa contribuição advém da interface entre os estudos da Teoria Dialógica do Discurso (BAKHTIN/VOLOCHÍNOV, 2006; BAKHTIN, 1997; BAKHTIN, 1981) com a teoria das representações identitárias (RIBEIRO, 2017; ORR, 2007; MARKOVÁ, 2007) e as relações de alteridade na sua constituição. Acreditamos ser possível estabelecer tais relações na busca da (re)interpretação do conceito de identidade social em uma perspectiva dialógica de linguagem, sustentando a tese de que as representações identitárias são (re)construídas discursivamente e (re)veladas enunciativamente.
RESUMO Este artigo analisa as disputas de sentido envolvendo o corpo homossexual masculino caracterizado como urso. Considerando o aporte teórico-metodológico da Análise Dialógica do Discurso, foi analisada uma postagem com três sequências de comentários que tematizavam o corpo urso em um grupo da rede social Facebook. A análise revelou que o centro da disputa de sentidos nos enunciados se detém em duas valorações distintas: (i) o urso identificado como um corpo gordo e peludo e (ii) o urso identificado como um corpo padrão e com (alguns) pelos. Por meio das oposições gordo/não gordo e pelos/não pelos, o gay de corpo padrão disputa características do corpo urso, notadamente os pelos, para demonstrar mais traços de masculinidade. Contudo, essa posição gera, em tom quase sempre irônico e crítico, protesto daqueles que defendem que os ursos representam a resistência de uma categoria que se enquadra, acima de tudo, ao corpo gordo.
Resumo Este artigo investiga como o discurso jornalístico se torna palco de disputa de diversos pontos de vista sobre a pandemia de Covid-19 no Brasil ao utilizar a voz da ciência, que se ampara no conhecimento científico, e a voz do idiota, que combate a voz da ciência. O corpus é constituído por cinco títulos e cinco leads de notícias sobre o tema, publicados no site do jornal Folha de S. Paulo entre 20 e 24 de março de 2020. A análise das relações dialógicas evidenciou que o discurso jornalístico se bivocaliza com o discurso científico, expressando a voz da ciência de maneira difusa; cria uma arena de disputa entre a voz da ciência e a voz do idiota, trazendo valorações anticientificistas quando se bivocaliza com o discurso bolsonarista; desacredita a voz do idiota, distanciando-se dela por meio do discurso citado, produzindo os efeitos de sentido sobre a Covid-19.
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