Analisaremos alguns textos de Voltaire sobre o luxo, a saber, os poemas apologéticos de 1736/37 assim como textos escritos a partir de 1748 para tentar defender uma interpretação diferente daquela de René Pomeau sobre o tema. Teria Voltaire mudado de opinião sobre o luxo?
ApresentaçãoO texto intitulado Da honra e da virtude, agora vertido para o português, é parte dos chamados Fragmentos políticos de Jean-Jacques Rousseau. Trata-se de excertos jamais publicados pelo autor, a maioria de datação incerta, reunidos e classificados posteriormente pelos especialistas da obra rousseauniana a partir de afinidades temáticas. Esse material textual, ainda pouco utilizado pela literatura secundária brasileira, é relativamente amplo e também heterogêneo, seja em importância, extensão ou conteúdo. Em número de dezesseis, os Fragmentos políticos gravitam em torno de temas caros ao autor e importantes para a compreensão de seu sistema filosófico. Dentre eles encontramos, por exemplo, trechos de obras inacabadas, simples notas ou variantes de trabalhos publicados. Como diz Robert Derathé, dentre os textos encontraremos trabalhos de eloquência, como o interessante Paralelo entre Esparta e Roma, mas também trabalhos feitos por encomenda, tal parece ser o caso de História da Lacedemônia, ou mesmo textos de ocasião, como o Da Felicidade pública (ROUSSEAU, 1964, p. CXVII). A reunião dessas peças, ainda em acordo com o comentador, perfaz "um dossiê relativo ao conjunto dos escritos do autor (...)", mas não só isso, "a maior parte dos temas que ele trata nos fragmentos se ligam a temas fundamentais de sua doutrina." (ROUSSEAU, 1964, p. CXVII. Tradução minha).A presente tradução vai ao encontro da sugestão de Robert Derathé e pretende disponibilizar em português um desses fragmentos, chamado Da honra e da virtude. Dividido em dezesseis seções, nele encontramos menção a temas pertinentes da esfera político-moral de Rousseau. Algumas seções têm caráter de esboço, outras são bem 1 Utilizamos o original em francês das obras completas: ROUSSEAU, JEAN-JAQUES. 'De la honneur et de la vertu'.
Trata-se de investigar a articulação entre a teatralidade presente na escrita de Jean-Jacques Rousseau, seu sistema filosófico e a sua autobiografia. Veremos, a partir da análise de textos selecionados, como o teatro e os elementos pertencentes a essa arte não servem apenas como recursos de escrita, mas são empregados como um paradigma caro à reflexão filosófica de Rousseau.
O presente artigo tem por objetivo analisar o Prefácio da Carta a d’Alembert, de Jean-Jacques Rousseau, obra publicada em 1758. Para além da crítica ao teatro efetuada pelo filósofo, tentarei explicitar o registro em que a obra se insere, mostrando a ligação entre literatura, sentimento e política na qual desde o início da Carta a d’Alembert Rousseau parece se engajar. Para tanto, aproximarei a postura do filósofo genebrino à de dois personagens dramáticos do teatro clássico francês, estratégia que parece interessante se pensarmos na polêmica motivada pela obra e, também, na ausência de comentários consagrados exclusivamente ao Prefácio.[The goal of the present article is to analyze the Preface to the Letter to d’Alembert, written by Jean-Jacques Rousseau and published in 1758. Beyond the criticism against the theater made by the philosopher, I will try to clarify what is the work’s register by showing the connection among literature, feeling and politics and the work he seems to be engaged to from its beginning. In order to do so, I will compare Rous-seau’s posture with two dramatic characters from the French classical theater. This strategy seems interesting if we consider the polemic moti-vated by the mentioned work and also the lack of studies dedicated exclu-sively to its Preface.]
Pretendo mostrar a relação entre o surgimento das primeiras apologias do luxo no século XVIII e a mudança de estatuto das paixões humanas. A hipótese que gostaria de defender é a de que a alteração da compreensão das paixões humanas possibilitou a formulação de uma nova antropologia segundo a qual a busca por prazer é entendida como legítima moral e politicamente.
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