RESUMO. Com Hegel, teoria e prática passam a ser compreendidas como submetidas ao automovimento do Espírito. Karl Marx é o responsável por subverter o sistema idealista hegeliano, conferindo-lhe um caráter materialista e histórico. Nessa perspectiva recém-inaugurada, a teoria abandona o seu refúgio 'etéreo' para tomar partido efetivamente nos problemas humano-sociais reais. No presente estudo realizamos algumas reflexões sobre a evolução desse encadeamento entre teoria e prática nos textos de Marx e Engels escritos entre 1843-1848, período essencial para o amadurecimento de suas reflexões, que resultariam -passando por obras fundamentais, como os Manuscritos Econômico-filosóficos e A ideologia alemãna redação do Manifesto Comunista, talvez o maior exemplo do desenvolvimento dessa conjugação entre teoria e prática.Palavras-chave: Karl Marx, Friedrich Engels, marxismo, sociologia, ciência política.Notes on theory and practice in Marx and Engels: decisive moments (ABSTRACT. With Hegel theory and practice come to be understood as subject to self-movement of the Spirit. Karl Marx is in charge of subverting the Hegelian idealist system, giving it a materialist character and history. Recently opened in this perspective, the theory abandons his 'etheric' retreat to take sides effectively in real human-social problems. In this study we intend, therefore, to make some reflections on the evolution of this linkage between theory and politics in the writings of Marx and Engels written between 1843-1848, a critical period to the development of their reflections, that would result -through key works, such as Economic and Philosophical manuscripts and The German Ideology -in the writing of the Communist Manifesto, perhaps the greatest example of this conjunction between the theoretical and practical dimensions.
O presente texto propõe a discussão da concepção formulada por Carlos Nelson Coutinho para compreender o processo de desenvolvimento do capitalismo no Brasil. Para tal intento, o pensador baiano recorre a dois conceitos, que conjuga em uma proposta interpretativa singular: da noção “via prussiana”, como formulada por Lenin (e retomada por G. Lukács), ao conceito de “revolução passiva”, como proposto por A. Gramsci. A partir desse aporte teórico, Coutinho investiga o caráter “conservador” do desenvolvimento do capitalismo no país, referendado pela aliança entre os principais setores das classes dominantes (do “velho” ao “novo”), que tem por consequência uma ampla ruptura entre nação e povo. Nesse sentido, realizaremos algumas considerações sobre a atualidade da proposta interpretativa coutianiana para a compreensão do Brasil contemporâneo.
No presente texto discutiremos, em linhas gerais, as implicações histórico-sociais da análise empreendida pelo filósofo marxista húngaro György Lukács sobre o gênero romanesco. Para isso faremos uma breve retomada do contexto do surgimento de sua obra estético-literária, que surge com flagrante contraste às teorizações prévias, realizadas no campo do marxismo, sobre a referida temática. Na sequência, realizaremos uma retomada da concepção lukacsiana mais ampla do romance, destacada sobretudo no texto "O romance como epopeia burguesa", publicado em 1935, para posteriormente adentrarmos na questão mais específica do gênero romanesco que mescla história e ficção, registrado no livro O romance histórico, publicado em 1937, ambos durante período de exílio de Lukács nos anos 1930 na União Soviética.
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