A vida humana plena e satisfatória depende, em parte, de um estado de equilíbrio interno e de outra parte das condições que permitam a normalidade emocional e comportamental. Ainda mais, o que compete ao organismo realizar depende, impreterivelmente, do meio em que vive e que lhe proporciona as condições ambientais e nutritivas necessárias.O equilíbrio interno (le milieu interne de Claude Bernard 1 , ao qual Cannon, em 1929 2 , concedeu a denominação de homeostase) resulta de um extraordinário complexo funcional do qual participam o sistema nervoso central, o sistema nervoso autô-nomo, as funções da chamada "vida vegetativa", as secreções endócrinas, as atividades metabólicas, as reatividades bioquímicas e bioenergéticas. A normalidade emocional e comportamental depende da personalidade e das funções da vida psíquica, todas bem enumeradas e estudadas nos tratados de Psicologia. Este grande e admirável conjunto de funções orgânicas está coeso dentro de uma inalienável interdependência, o que permite uma funcionalidade contínua e harmônica. Quando tudo se realiza de maneira satisfatória, está constituído o que se considera o estado de saúde e bem-estar do indivíduo. As doenças, em seu alongado espectro, advêm da quebra dessa harmonia funcional e das agressões ao organismo provenientes do meio. Best & Taylor 3 sublinham, em sua obra, esta conjuntura.Tendo em vista a interdependência da funcionalidade orgânica, torna-se fácil admitir que a perturbação ou malefício em um determinado órgão implique em perturbação ou malefício em qualquer um ou quaisquer outros órgãos da economia. Quando se trata da reprodução da doença em um segundo órgão -como no caso dos tumores malignos -acontece o que se chama de metástase. Não é isso que se deseja agora enfatizar, mas sim o curioso fenômeno em que essa perturbação segunda, se faz na função ou em uma das funções desse outro órgão afetado, não reproduzindo a doença em causa.Dois pormenores poderão ainda ser constatados nessa ordem de fenômenos: o fato de ser um outro e determinado órgão eleito para o distúrbio secundário; ser possível a localização e o caráter da doença primária, através da perturbação funcional do órgão secundariamente afetado. O reconhecimento (e a causalidade dos acontecimentos) já colecionou numerosos exemplos clínicos nos quais podem ser reconhecidas as correlações de um mal funcional evidente com uma doença à distância. Neste particular existem territórios do corpo humano que mais comumente participam deste processo mórbido. São a pele, a face, as mãos, os olhos e, por extensão, a marcha, a cefaléia. Sabemos que existem órgãos de nossa economia que desenvolvem mais de uma função. O fígado, o pâncreas e a pele seriam alguns exemplos dessa realidade. Por outro lado, esta multiplicidade de funções pode não estar em um só órgão, mas participar de um dos nossos aparelhos ou sistemas. Espera-se que, assim, as designações territórios e multifuncionais estejam adequadas às finalidades em vista, uma vez que a perturbação secundária, conforme os casos e para cada proce...
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