A evolução da teoria ondulatória da luz e os livros didáticos (The evolution of the wave theory of light and textbooks) O tratamento habitualmente dado em livros-texto de físicà a evolução da teoria ondulatória da luz, a partir do modelo de Christiaan Huygens, pode ser considerado uma reconstrução a posteriori (whiggismo), que impõe uma interpretação atual a conceitos enunciados no Século XVII. A leitura do texto original de Huygens, todavia, revela diferenças profundas com as concepções mais recentes da luz e uma afinidade maior com a mecânica do que com a ´ optica moderna ou o eletromagnetismo. Essa análise sugere a necessidade da utilização de fontes primárias no ensino de ciências, não se restringindo aos livros-texto que, muitas vezes, contêm uma leitura histórica cristalizada. Palavras-chave: teoria ondulatória, ´ optica, whiggismo, Huygens. Textbooks of Physics usually approach the evolution of the wave theory of light, from the model of Chris-tiaan Huygens, as a reconstruction a posteriori (whiggism).This happens to impose the current interpretation to concepts already enunciated in the XVII century. However, the original texts of Huygens unveil important differences with the recent conceptions of light and a considerable affinity with Mechanics rather than with Modern Optics or Electromagnetism. Since the textbooks often contain a crystallized historical view, this analysis suggests the use of primary sources in the teaching of sciences. A natureza da luzéluzé discutida na maioria dos livros-texto de física. Geralmente, ´ e explicitada a dicotomia onda-partícula, segundo a qual a luz apresenta duplo caráter, de onda e de partícula. Citam-se então o físico holandês Christiaan Huygens (1629-1695), um dos pri-meiros sistematizadores da teoria ondulatória da luz, e seu contemporâneo inglês Isaac Newton (1642-1727), a quem atribuem a defesa de uma teoria puramente cor-puscular. O resgate histórico costuma opor os defensores das duas teorias, em que o fiel da balança ora pendeu para um lado, ora para o outro, até a aceitação de ambas no Século XX. Assim, nos Séculos XVII e XVIII, em parte graças ao prestígio científico de Newton, prevaleceria a teoria corpuscular. No início do Século XIX, os experi-mentos de Young e Fresnel, entre outros, estabeleceriam a necessidade de uma teoria ondulatória, complemen-tada com os trabalhos de Hertz, revelando tratar-se a luz de uma onda eletromagnética. No alborescer do Século XX, entretanto, novos efeitos viriam a ser obser-vados, levando ao estabelecimento de que a luz possui o caráter dual de onda e de partícula. Habitualmente, não se refere nem mesmò a existência de mais de uma interpretação desse conceito [1]. Nos manuais didáticos, sugere-se que os experimen-tos realizados nosúltimosnos´nosúltimos dois séculos não fizeram mais do que contrapor os cenários apresentados por Newton e Huygens há cerca de trezentos anos. Dessa forma, o leitoréleitoré induzido a supor que Huygens tivesse alguma intuição do conceito de ondas eletromagnéticas. Consi-derando ainda que a maiori...
Michel Foucault (1926-1984) ao analisar o diálogo Apologia de Sócrates de Platão afirma que Sócrates não se vale da retórica para defender-se das acusações recebidas no tribunal ateniense. Ele não faz uso de um discurso que visa a adulação do júri pela comoção e piedade. De acordo com Foucault (2009), o filósofo faz uso da fala franca (parresía) e procura examinar as acusações recebidas em busca da verdade e da promoção da justiça. Sócrates segue o conselho de seu daímon que o orienta a não preparar um discurso de defesa e pratica o exame das acusações no tribunal. Sócrates age na contramão do que até então era praticado naquele espaço, colocando-se em risco de vida e sendo, posteriormente, sentenciado a pena de morte por envenenamento.
RESUMOEste trabalho é parte de um projeto de pesquisa em andamento que investiga a construção das categorias de normalidade e anormalidade para mulheres nas práticas discursivas de psiquiatras e eugenistas brasileiros, entre 1903 e 1930. Este artigo discute a paulatina substituição do diagnóstico de histeria pelo de psicose maníaco-depressiva dos prontuários de mulheres do principal hospital psiquiátrico do (antigo) Distrito Federal. Tal mudança aponta a hegemonia das teorias organicistas alemãs entre as décadas de 1920 e 1930. Demonstra-se então que a mudança nosográfica não promoveu diferença efetiva quer na interpretação, quer na consequente conduta médica frente aos comportamentos considerados, à época, socialmente desviantes. Para a análise, utilizam-se artigos médicos publicados em revistas especializadas e em jornais de grande circulação na cidade do Rio de Janeiro, além de casos clínicos retirados dos Livros de Observações Clínicas do Pavilhão de Observações do Hospital Nacional.
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