Resumo As unidades de saúde contam com o trabalho de diferentes profissionais. Dentre estes estão os vigilantes patrimoniais, por vezes não considerados tradicionalmente como integrantes de equipes de saúde. É esperado que garantam a segurança física das pessoas e do patrimônio, mas em unidades de saúde o segurança atua em várias atividades. Em algumas instituições são responsáveis pela triagem informal para atendimento de emergência, pelo transporte de enfermos, recepção e orientação de pacientes. No cotidiano de unidades de saúde, regras são burladas para lidar com os desafios de cada contexto. As instituições de saúde tornam-se palco de tensões, com disputas de duas lógicas: a universal e a da relacionalidade. As discrepâncias entre as regras e o trabalho de vigilante patrimonial, entre a norma e o “jeitinho”, apontam um movimento amplo da sociedade brasileira entre o formal e o informal, o universal e o relacional, o indivíduo e a pessoa. Neste artigo abordamos o trabalho realizado por vigilantes patrimoniais em unidades de saúde, com base em pesquisa qualitativa e em entrevistas com 11 vigilantes. A análise revelou contraste entre o trabalho normativo - baseado na legislação - e o que ultrapassa as regras.
As instituições de saúde contam com o trabalho de vigilantes patrimoniais. Ali, eles atuam para além das atividades normatizadas da categoria. Sua formação não abrange as especificidades e os desafios enfrentados no cotidiano laboral. Este artigo aborda os nexos entre a formação técnica e o trabalho desses profissionais, com base em pesquisa sobre as leis que regem seu trabalho, e em entrevistas com onze vigilantes patrimoniais que atuam em cinco instituições de saúde. A investigação contou também com análise de notícias veiculadas na mídia. Os entrevistados foram selecionados por indicações, o que permitiu ampla apreensão da realidade do trabalho em unidades de saúde, em diferentes níveis de complexidade. A formação oficial do vigilante patrimonial conta com um curso de formação e reciclagem a cada dois anos. A pesquisa evidenciou que esses cursos oferecem escassa informação sobre a atuação na saúde. Em geral, o aprendizado ocorre informalmente, com a observação do desempenho de colegas, das orientações do supervisor e de profissionais da saúde. A investigação demonstrou que os vigilantes em unidades de saúde efetuam um número expressivo de tarefas não normatizadas para sua profissão, como triagem, transporte de pacientes e contenção de doentes e familiares, para as quais não receberam orientação.
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