A inclusão escolar de estudantes com deficiência em escolas regulares depende de políticas públicas, de um ensino de qualidade, além de possuir um caráter relacional, havendo a necessidade de se considerar o outro em sua complexidade. Por ser relacional, a inclusão escolar produz afetos, como o medo e a alegria, e as esferas micro e macroestruturais, num movimento dialético inclusão/exclusão. As ações de profissionais que atuam no contexto escolar podem tensionar essa relação dialética. Este artigo apresenta resultados parciais de pesquisa qualitativa avaliativo-reflexiva que pretendeu detectar os efeitos da inclusão de estudantes com deficiência no cotidiano escolar. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 5 educadoras de uma escola pública regular da cidade de São Paulo, escolhidas intencionalmente. Os resultados das entrevistas foram analisados segundo método de análise de conteúdo. As dificuldades de entrar em contato com os estudantes com deficiência, tendo o medo como afeto central, dificulta a construção de projetos inclusivos e aumenta o sentimento de solidão e impotência dos educadores. As relações de amizade aumentavam a potência de educadores, diminuíam a solidão, permitindo criar projetos de inclusão escolar. Em um momento de desmonte de políticas públicas pró-inclusão, novas pesquisas sobre o tema fazem-se necessárias.
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