RESUMOAs equipes de Saúde da Família realizam ações que não produzem bens, mas serviços que são processados, em grande parte, por um trabalho imaterial, derivado do contato entre organizações, equipes, profissionais e pacientes, e das ações e interações que constituem essas relações. O propósito deste estudo é compreender o processo de colaboração interprofissional, no contexto do trabalho dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família. Trata-se de um estudo de caso com postura etnometodológica, analisando as características relacionais presentes no cotidiano do processo de trabalho interprofissional, utilizando a observação participante. Foram realizadas nove observações, nos momentos coletivos, envolvendo seis equipes de NASF de um município de grande porte da região Nordeste do Brasil. Como resultado, foram encontradas cinco categorias que contribuem para uma compreensão mais aprofundada dos processos colaborativos e foram identificadas áreas que precisam de intervenções e melhoramentos em relação ao funcionamento do NASF.Palavras-chave: colaboração interprofissional; saúde da família; NASF; etnometodologia. ABSTRACTThe Family Health teams do not produce goods, but services that are processed in large part by an immaterial labor, derived from contact between organizations, teams, professional and patients, the actions and interactions that constitute these relationships. The purpose of this study is to understand the process of interprofessional collaboration in the context of the work of the Support Center for Family Health (NASF). This is a case study with ethnomethodological approach, analyzing the relational features in the everyday work process using participant observation techniques. We realized nine observations, in collective meetings, among six teams from a large city in the Northeast region of Brazil. The study found five categories which contribute to a deeper understanding about the collaborative processes, and also identified areas in the operation of the NASF, in need of interventions and improvements.Keywords: interprofessional collaboration; family health; NASF; ethnomethodology.Nossas vidas de trabalho são organizadas em ambientes coletivos, através de um processo constante de interação com outras pessoas. Vivemos a maior parte de nossas vidas nos relacionando por meio de organizações sociais, trabalhando, aprendendo, consumindo e produzindo bens, serviços e produtos. Essa relação entre sociedade e organizações do trabalho vem sendo debatida sob várias perspectivas em várias disciplinas, como sociologia, filosofia, economia, psicologia e administração, desde autores clássicos como Weber e Marx.Nessa perspectiva, as equipes, e não mais os indivíduos isoladamente, têm se constituído como unidades básicas de trabalho, requerendo novas maneiras de lidar com as pessoas e cuidar das organizações (Chiavenato, 2004). Isso se torna particularmente significativo no cenário das equipes de Saúde da Família, cujas ações não produzem bens, mas serviços que são processados, em grande parte, por um trabalho imater...
O artigo apresenta um estudo de caso com abordagem qualitativa que teve como objetivo analisar os sentidos da participação social na saúde para lideranças comunitárias e profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF) do território de Vila União em Sobral, Ceará. Os dados foram coletados mediante grupos focais e submetidos à Análise de Conteúdo. Os resultados evidenciaram que os sentidos produzidos social e historicamente para participação social, reconhecida como conquista e direito, estão associados ao engajamento, à transformação social, ao comprometimento em busca de melhorias comunitárias, à ação/intervenção social, ao protagonismo, à construção coletiva e mobilização, à solidariedade comunitária e à educação libertadora. A pesquisa proporcionou aproximação aos sentidos da participação na ESF e apresentou entraves que são inerentes à vida política do país e estão diretamente relacionados à construção do Sistema Único de Saúde (SUS). Consideramos imprescindível a construção de um novo modelo de atenção à saúde pautado na participação social e que aponte para uma rede de compromissos e laços de afetividade potentes com o SUS/ESF e que possa implicar, sobretudo, a comunidade.
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