Na área acadêmica dos Estudos de Tradução, cada vez mais pesquisadores têm recorrido à análise de material paratextual como parte integrante de suas metodologias de pesquisa, o que tem levado a uma reflexão teórica sobre a função desse tipo de texto em traduções publicadas. Todavia, a maior parte dessas pesquisas assenta em traduções de textos literários e, por isso, pouco se sabe sobre as funções e características dos paratextos nas traduções de textos especializados. Neste trabalho, comparamos vinte e seis paratextos (introduções e prefácios) presentes em quinze traduções de Hamlet publicadas no Brasil nas últimas seis décadas com vinte e quatro paratextos extraídos de cerca de duzentos livros acadêmicos traduzidos (sobre medicina, engenharia, biologia, física, etc.) e publicados também nesse intervalo temporal. Os resultados da comparação permitem traçar semelhanças e diferenças entre os assuntos discutidos nos paratextos presentes nos dois tipos de tradução (literária e especializada).
A obra de William Shakespeare é notoriamente conhecida no mundo todo. As suas peças são encenadas e adaptadas em todos os cantos do planeta, além de reinterpretadas e ressignificadas tanto no campo artístico quanto nas pesquisas acadêmicas. Tendo em vista considerável presença na cultura artística e literária universal, a tradução de suas obras se reveste de importância fundamental, uma vez que a mediação intercultural proporcionada pela prática tradutória possibilita a difusão dos textos shakespearianos para as mais diversas culturas. Os estudos contemporâneos sobre as traduções da obra shakespeariana são principalmente permeados por uma busca pela compreensão não apenas dos processos que ocorrem no interior do texto traduzido, mas também pela forma como o sistema cultural de chegada absorve essas traduções. A relação entre obra literária e o seu contexto de produção e recepção adquire outro panorama quando se trata de texto literário transposto de uma língua/cultura para outra completamente diversa e, no caso de Shakespeare, em momento histórico completamente diverso do contexto de produção de suas peças. No Brasil, tem-se uma extensa produção de traduções de peças shakespearianas publicadas por diversas editoras desde o início da década de trinta até os dias atuais. Cada tradução pode trazer diferentes leituras e interpretações do texto shakespeariano, constituindo-se como uma obra única em relação ao texto-fonte. Nas últimas décadas, os teóricos da tradução têm se interessado por essas diferentes leituras que uma
Desde que o livro Hamlet, a mais longa e uma das mais conhecidas obras de William Shakespeare, foi publicado e encenado, temos vários registros de pesquisas sobre a loucura de Ofélia e de Hamlet. E é sobre a loucura do último que versa o presente ensaio. Faz-se necessário esclarecer que não há intenção alguma de criticar a genialidade da peça de Shakespeare. Além disso, é importante salientar que o presente ensaio tem o intuito de fazer uma leitura contemporânea da obra; ai nal, as doenças citadas ao longo deste texto não eram ainda reconhecidas na época em que a peça foi escrita.Shakespeare recorria bastante à questão do sobrenatural, porém sempre deixava pequenas brechas ou incertezas nas peças, para que o leitor ou espectador pudesse se divertir sozinho em seus pensamentos, como em Sonhos de uma noite de verão, em que se vê uma aventura mágica vivida pelas personagens durante uma noite, e, no dia seguinte, quando todos acordam, nenhum deles entende se tudo de fato aconteceu ou se foi um sonho. Em Hamlet, ele não fez diferente: apresenta-nos um personagem descontrolado, que 'i nge' ser louco. Cabe retomar, aqui, que este ensaio faz uma leitura atual e realista 2 2 da obra, assim sendo, pode-se observar que o príncipe Hamlet, por várias vezes, mostra sinais de loucura, mesmo repetindo que tudo é apenas uma farsa, uma parte de seu plano de vingança. Essa farsa, aliás, tem início porque um fantasma o orientou a agir de tal modo, o que pode ser tratado como insanidade, visto que não há evidências de que fantasmas existem. Além do mais, é comum que uma pessoa fora de si ai rme e insista, pelo tempo que for, que tem plena consciência de seus atos.O príncipe recebe a notícia de que o fantasma de seu pai vaga ainda pelo castelo na primeira cena. Portanto não é o único a vê-lo, mas podemos descartar, logo em seguida, a hipótese do sobrenatural. Explico: histórias como estas (em que se enxergam assombrações) sempre foram muito comuns. Na situação em que todos se encontravam -tensos pela recente e inesperada morte do rei -, é muito fácil e completamente normal criar histórias e ver coisas, tudo pela ansiedade e pelo medo do desconhecido. Hamlet é o único que conversa com o fantasma do rei, o qual o orienta a se vingar do assassino, e é nesse momento, logo no início da história, que notamos o primeiro traço da esquizofrenia sofrida pelo príncipe: escutar voz de comando.No decorrer da peça, Hamlet mostra-se agressivo e continua tendo alucinações. Ele também demonstra sofrer do Complexo de Édipo 3 3 , complexo que voltou provavelmente após a morte do rei, pois, enquanto seu pai estava vivo, Hamlet apenas espelhava-se nele; e, depois de sua morte, o príncipe sente que deve substituí-lo e se apaixona pela própria mãe, exatamente como Freud descreve o complexo.Na cena IV do terceiro ato, temos o ápice da loucura do protagonista. É quando tudo se une: surto psicótico (alucinações visuais e auditivas, agressividade, medo, sensação de estar sendo controlado); e o personagem evidencia o Complexo de Édipo, porque age como se sua mãe...
Muitas vezes o patrimônio está em nosso próprio campo de visão, mas não o enxergamos. O campus da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), nesta pesquisa, é tomado como um desses objetos, tão presente em nosso cotidiano, mas que (ainda) não é reconhecido como patrimônio cultural. Não se trata apenas de reconhecer suas edificações, mas elementos, materiais e imateriais, que existem em diálogo, em função ou partir desse patrimônio construído, e que colaboram para discussões diversas: culturais, éticas e científicas, e que deveriam justificar sua preservação, como referendado pelos mais recentes estudos no campo do restauro. A pesquisa busca mapear um primeiro conjunto desses elementos, nomeadamente os projetos/desenhos para a construção do Campus, para que então possam ser devidamente trabalhados, colaborando com a construção e preservação da memória da UEFS e com a preservação de seu patrimônio.
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