RESUMO: O artigo procura entender o governo Dilma Rousseff e o Golpe de 2016 levando em consideração o poder estrutural do capital financeiro e as contradições inerentes aos modelos de crescimento econômico e coalizão política observados desde o governo Lula. Argumenta-se que o projeto econômico do governo Rousseff procurava superar algumas destas contradições. O governo, contudo, não foi capaz de realizar nem as reformas institucionais nem as repactuações políticas necessárias para o sucesso de seu projeto, em contexto de desaceleração cíclica e aguçamento da concorrência internacional e dos conflitos sociais no Brasil. A política econômica é avaliada desde a austeridade de 2011 até a de 2015, passando pela chamada Nova Matriz Econômica e seu desmonte gradual em 2013. Analisa-se as origens da unificação da burguesia em torno a um programa neoliberal em 2016, assim como a relação entre a revolta das camadas médias e o ataque político-judicial resultante no Golpe de 2016.
ResumoO artigo propõe uma classificação das duas visões básicas a propósito da estratégia de desenvolvimento capitalista depois da crise do neoliberalismo, no Brasil: o desenvolvimentismo exportador do setor privado ("novo-desenvolvimentismo") e o desenvolvimentismo distributivo orientado pelo Estado ("social-desenvolvimentismo"). Ambos resgatam o papel do Estado na orientação do modelo de desenvolvimento, mas com modos diferentes de relação com o mercado. Depois de uma breve introdução, as duas visões são discutidas, concluindo-se com uma discussão de suas possibilidades políticas. Palavras-chave:Desenvolvimentismo; Estado; Mercado. Abstract The political economy of new developmentalism and social developmentalism in BrazilThe article proposes a classification of two basic views on the strategy of capitalist development after the neoliberalism crisis in Brazil: the private sector's export-oriented developmentalism ("newdevelopmentalism"), and state-led distributive developmentalism. Both views bring back the state's role in guiding the development model, but with different ways of relating to the market. After a brief introduction, the two views are discussed, and the article concludes with a discussion of their political prospects.
ResumoO artigo discute a formação do projeto econômico do segundo governo de Getúlio Vargas a partir do Estado Novo. Argumenta-se que o projeto enquadrava-se na ideologia nacional-desenvolvimentista que Vargas defendia pelo menos desde a década de 1930, porém tendo sido antecipado pelo detalhamento do conjunto integrado de políticas praticado na década de 1950, durante a Segunda Guerra Mundial e, depois, defendido no período da reação liberal; proposto na campanha presidencial de 1950, e fiscalizado durante o segundo governo. Palavras-ChaveVargas, trabalhismo, nacional-desenvolvimentismo, liberalismo Which was Vargas ' Economic Program? AbstractThe paper studies the formation of the development strategy in Getúlio Vargas' second term, since the Estado Novo´s regime. The argument is that this strategy was embedded in the national-developmentalist ideology which Vargas embraced at least since the 1930´, but it was anticipated in the coherent set of policies executed in the 1950´s during the Second World War, and advocated in the postwar period of neo-liberal predominance and during the electoral campaign of 1950, before undertaken in Vargas´ second term.
No abstract
RESUMO O artigo tem por objetivo realizar um balançoda controvérsia sobre a distribuição de renda no Brasil na década de 1960. Para tanto, apresentamos os principais argumentos da interpretação “oficial”, fundamentada e justificada no trabalho de Langoni (1973), bem como as principais críticas a ela endereçadas pelas interpretações alternativas. A interpretação “oficial” considerou que o aumento na desigualdade da distribuição de renda entre 1960 e 1970 seria consequência natural e transitória do descompasso entre demanda e oferta de mãodeobra qualificada, num contexto de intenso crescimento econômico. Consideramos, em linha com as interpretações alternativas, que a interpretação “oficial” apresentouargumentos que obscureceram a importância de elementos teóricos e empíricos relacionados com ahierarquia organizacional das empresas, a política econômica do governo militar e o padrão de desenvolvimento capitalista no Brasil.
<p>O artigo indaga as alterações e a continuidade da política dos EUA para a América Latina, com a substituição da Diplomacia do Dólar pela Boa Vizinhança nos anos 1930. Este também aborda de início a Diplomacia do Dólar, identificando suas origens antes do que tradicionalmente aceito. A conclusão é que tal política não conseguiu criar uma zona de influência segura na América do Sul, sendo ameaçada pela Grande Depressão, pela projeção alemã e pelo nacionalismo latino nos anos 1930. O artigo discute as origens da Política da Boa Vizinhança, rejeitando que priorizaria a segurança militar, em vez de objetivos econômicos: considerações econômicas continuavam essenciais, assumindo inclusive um papel mais estratégico do que antes por causa das necessidades de abertura de mercados para exportações, de garantias de importação de minerais e outros bens, e da pressão política de movimentos nacionalistas sobre filiais estadunidenses.</p>
Em fases históricas de ofensiva da direita, não é incomum o encurtamento das aspirações de parcelas significativas da esquerda a ponto de se preocuparem apenas com a administração da sobrevivência em tempos difíceis, abandonando até mesmo a reflexão sobre horizontes estratégicos, e tanto mais a luta efetiva por eles.A conjuntura atual é marcada pelo avanço rápido de contrarreformas neoliberais, mas também por sua total impopularidade. Isso coloca uma oportunidade para as esquerdas: se voltarem a pensar grande, parece haver receptividade popular para recriar amplo apoio social para uma estratégia nacional à esquerda. É para tal tarefa que este documento levanta alguns pontos para reflexão. As condições históricas para um projeto à esquerda foram ou podem ser criadas?É evidente que mais importante do que pensar o mundo é transformá-lo, mas não conheço quem o tenha transformado politicamente sem o pensar. Para ser capaz de mudar a realidade, é preciso identificar as condições viabilizadoras, mas também é preciso mobilizar as forças sociais para aproveitar as condições e superá-las. Para isso, é fundamental ter uma visão de onde se quer chegar, ou melhor, construir pelo debate um programa que indique aonde e como chegar.Sem visão do futuro, que menos que utópica é esperançosa (não necessariamente otimista), não há mobilização ampla: o projeto anima a prática de grandes grupos sociais. A mobilização passa por circular a informação e criar pílulas de agitação política, e é o projeto que fornece os temas da prática mobilizadora e transformadora.A condição básica para viabilizar um projeto de esquerda, evidentemente, é vencer eleições, mas não apenas. É vencê-las com um mandato que inspire amplo apoio popular e pressione o sistema político, de baixo para cima, para executá-lo. Isso pode não ser alcançado nas eleições de 2018, mas ninguém disse que a batalha será rápida e fácil.De todo modo, o momento atual, um ano após a aceitação do processo de impeachment no Senado, já é muito melhor do que maio de 2016. Os riscos são maiores, pois o bloco de poder que controla o governo Temer já aprovou a Lei do Teto do Gasto Público por 20 anos e está prestes a aprovar reformas trabalhista e previdenciária amplas. No entanto, enquanto a resistência em relação ao teto do gasto foi limitada, a resistência contra as reformas constitucionais já provocou talvez a maior greve geral da história brasileira, no último 28 de abril.
Evaluation of the growth model of the PT governments based on the contributions of Celso Furtado reveals that the recent growth cycle has alleviated the typical characteristics of underdevelopment by developing a mass consumption market and improving labor market conditions. However, the limitations of the model prevented modernizing the structure of production to sustain changes on the demand side, including labor in sectors with higher productivity, limiting the control of foreign subsidiaries, and reducing the structural vulnerability inherent in specialization in basic commodities exports. The limits of the model were aggravated by the crisis of 2008–2009, revealing the difficulty of incorporating a peripheral economy like the Brazilian into global capitalism. Uma avaliação do modelo de crescimento dos governos do PT a partir da contribuição de Celso Furtado revela que o ciclo de crescimento recente amenizou características típicas do subdesenvolvimento ao desenvolver um mercado de consumo de massa no Brasil e ao melhorar as condições no mercado de trabalho. No entanto, as limitações do modelo não permitiram modernizar a estrutura produtiva de forma a sustentar as transformações do lado da demanda, incluir a mão de obra em setores de maior produtividade, limitar o controle das filiais estrangeiras, e diminuir a vulnerabilidade estrutural inerente à especialização em exportações de commodities básicas. Os limites do modelo de desenvolvimento adotado se agravaram após a crise de 2008–2009, revelando as dificuldades de inserção de uma economia periférica como a brasileira no capitalismo global.
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