O presente trabalho se esforçará para compreender a esfera de relações sociais de cidadania em diálogo com algumas obras do pensamento social brasileiro tendo em vista um “reposicionamento” dos sujeitos e de suas práticas através das contribuições apresentadas pela historiografia brasileira dos anos 1980. Dessa maneira, tentaremos explorar as contradições que as próprias experiências de liberdade no Brasil expressam em suas práticas e discursos, recorrendo a autores que refletiram a situação colonial como uma condicionante fundamental na constituição das relações sociais em países marcados pela colonialidade. Dentro desta reflexão, adotamos como hipótese central a construção, no Brasil, de um horizonte de cidadania possível e aberto à disputa de todos os sujeitos (fruto de lutas entre os agentes sociais). Entretanto essa mesma construção demandou que instâncias de poder e prestígio fossem apartadas dessa querela, confinando o exercício do mando a determinados sujeitos que, historicamente, recrudesceram suas ações à medida que suas formas de dominação fossem minadas. Dito de outra maneira, a “fobia de submissão” de certos grupos no Brasil não é incongruente às formas que a cidadania é realizada historicamente no país. Assim, buscaram garantir que essa ordem social se reproduzisse ao longo do tempo.
A partir de um estudo de caso, discute-se o processo de transformação nas relações sociais que ocorre no Brasil em finais do século XIX, no período pós-Abolição da Escravatura e Proclamação da República. Direcionando nossas perspectivas à contribuição e significação que o samba e futebol, a partir dos clubes sociais de Rio Claro (SP) dão a esta repaginação das relações sociais até então vigentes no país, buscamos compreender: os processos de socialização e experiências de liberdade que se dão na sociedade, a partir da formação dos clubes negros e de futebol do século XX e de como estas práticas culturais colocam em disputa o espaço social e tensionam vivências e sentidos de liberdade.
RESUMO: Os clubes sociais de Rio Claro são fundados em fins do século XIX e tem como última data de organização o ano de 1951 2 . Portanto, o período histórico estrutural de formação destes clubes pode ser lido como um longo processo iniciado ainda no período escravista e que aponta na segunda metade do século XX para a existência, não necessariamente simultânea no tempo, de mais de uma dezena deles. A vivência associativa do espaço social apresenta-se como importante chave para pensarmos a transformação das relações sociais postas pós 1888. Assim, buscaremos neste breve artigo apresentar alguns dos clubes negros, membros e práticas para refletirmos as implicações das experiências destas associações para reposicionamento dos sujeitos e relações sociais no espaço social rioclarense. PALAVRAS-CHAVE:Associativismo. Clubes sociais. Rio Claro. Pós-abolição. Racismo. RESUMEN:Los clubes sociales de Río Claro son fundados a fines del siglo XIX y tienen como última fecha de organización el año de 1951. Por lo tanto, el período histórico estructural de formación de estos clubes puede ser leído como un largo proceso iniciado aún en el período esclavista y que apunta en la segunda mitad del siglo XX para la existencia, no necesariamente simultánea en el tiempo, de más de una decena de ellos. La vivencia asociativa del espacio social se presenta como importante clave para pensar la transformación de las relaciones sociales postadas después de 1888. Así, buscaremos en este breve artículo presentar algunos de los clubes negros, miembros y prácticas para reflejar las implicaciones de las experiencias de estas asociaciones para reposicionamiento de los sujetos y relaciones sociales en el espacio social rioclarense.
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