Este artigo visa analisar os efeitos combinados de variáveis dos níveis internacional (inserção internacional) e doméstico (regime político) nos padrões de cooperação mantidos entre Brasil e África do Sul, Nigéria, Angola e Cabo Verde, durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010). O recorte temporal escolhido se justifica pelo interesse em analisar a cooperação entre Brasil e países africanos em um contexto no qual o Brasil se constituiu como um global player. Diferentes padrões de cooperação são definidos por referência à combinação entre: a) maior ou menor propensão a cooperar; b) predominância de uma dada dimensão da cooperação (política; econômica; financeira; técnica ou científica e tecnológica) e c) determinada formas de articulação cooperativa (block-type, issue-based, and support). A análise do fenômeno segue orientações do método comparativo transversal. Conclui-se que a cooperação entre middle powers (Brasil-África do Sul/ e Brasil-Nigéria) é intensa em dimensões mais complexas, como ciência e tecnologia, assume a forma de articulação cooperativa block-type e é ampliada para temas como direitos humanos e meio ambiente na presença de uma díade democrática (Brasil-África do Sul). A cooperação entre middle powers e small powers (Brasil-Cabo Verde/ e Brasil-Angola) se concentra em dimensões menos complexas (comércio, cooperação técnica), organiza-se nas formas issue-based e/ou support, mas pode ser ampliada na presença de uma díade democrática (Brasil-Cabo Verde).
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